domingo, 30 de agosto de 2009

Inscrições abertas para o 2º Animage



O 2º Festival Internacional de Cinema de Animação de Pernambuco - Animage está em temporada de inscrições.

O evento, realizado pela Rec Beat Produções Artísticas, recebe filmes de animação realizados a partir de janeiro de 2008.

O prazo final é 19 de outubro. O resultado sai em 03 de novembro.

O festival está marcado para os dias 18 e 23, no Cinema da Fundação (Derby) e Cinema Apolo (Recife Antigo).

O regulamento e detalhes para a inscrição estão disponíveis no site do Animage.

Os filmes selecionados concorrem na mostra competitiva nacional e internacional, nas seguintes categorias: curta metragem de até 25 minutos; curta metragem infantil de até 25 minutos; longa metragem com duração superior a 60 minutos; videoclipe musical de animação; e filme de animação publicitário de até 30 segundos de duração.

O melhor de cada categoria recebe o troféu Animage e um prêmio em dinheiro no valor de R$ 2 mil. O melhor longa leva R$ 3 mil.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Cineclube Dissenso apresenta: Sessão Surpresa



O Cineclube Dissenso realiza amanhã uma sessão surpresa.

Às 14h, no Cinema da Fundação, Derby, Recife.

As sessões-surpresa acontecem todo último sábado do mês, desde quando o Dissenso se mudou da UFPE para a Fundaj.

Na UFPE, todas as sessões eram surpresa. Agora, ela permanece para não descaracterizar a proposta inicial do cineclube.

"As sessões surpresas têm como objetivo brincar com o desconhecimento sobre o que será projetado. A intenção é firmar um acordo de confiança do público com a curadoria e atiçar a curiosidade das pessoas", diz o texto de divulgação do evento.

A entrada é franca. Informações: cinedissenso@gmail.com

Cinco atrações do Mato Grosso na Rua da Moeda



A novíssima música do Mato Grosso se apresenta hoje no Recife. Trata-se do Música do Mato, projeto de circulação que traz cinco atrações em show gratuito, em palco montado na Rua da Moeda (Recife Antigo).

Das cinco, o público recifense conhece pelo menos uma: Macaco Bong, que esteve na cidade ano passado e recebeu vários elogios pelo seu rock visceral. O power trio instrumental está de volta, coroado como autor do melhor álbum de 2008, Artista igual pedreiro, no ranking da Revista Rolling Stone.

Além do Macaco Bong, o Música do mato traz o jazz de Ebinho Cardoso, o hip hop do Linha Dura, a MPB de Paulo Monarco e o set do DJ Rodrigo Farinha, também conhecido como Faraz. Desde julho, após duas apresentações em sua cidade de origem, o proejto está em turnê que passa por seis estados do Brasil.

"Nessa primeira fase selecionamos artistas que acreditamos ter um trabalho amadurecido e representa a diversidade musical do Mato Grosso", diz a produtora Carol Barros. Para ela, uma das virtudes do Música do mato é não somente apresentar o trabalho de cada um separadamente, mas também a interação entre os músicos, que se misturam e tocam juntos músicas próprias e versões como Mais que nada, de Sérgio Mendes.

O Música do mato faz parte da Semana Limbo, promovida pelo Lumo e que continua amanhã com palestras sobre novas tecnologias e formas de manter uma rádio, tanto no formato padrão, quanto para web. Será no sábado, 9h, no Espaço Cultural Santo Amaro. A oficina será com Felipe Silva e Jovem Palerosi, coordenadores do programa Independência ou Marte, de São Carlos (SP).

Para se inscrever, é preciso enviar e-mail com nome e RG para lumocoletivo@gmail.com. No mesmo dia e local, às 16h, acontece um debate sobre os fundamentos da Economia Solidária, com o produtor Talles Lopes, do Espaço Goma (MG).

A programação da Semana Limbo se encerra no domingo, também no Espaço Cultural Santo Amaro, com exposição de produtos feitos pelas cooperativas do bairro (costura, culinária, artesanato, etc) e uma apresentação com bandas Banda Chãocéu e Guerreiros da Rua, da própria comunidade.

(Diario de Pernambuco, 28/08/09)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sexo, drogas e Macaco Bong



Macaco Bong, de Cuiabá, está de volta para dois shows no Recife. Semana passada assisti os caras em Fortaleza e recomendo. O poder deles está na entrega de cada músico e na intensidade do som, um convite para entrar na viagem.

O amigo Leo Antunes estava lá. Disse que a arte de Bruno Kaypy fez ele acreditar na guitarra novamente. E não é brincadeira. A mim, ele fez acreditar no espiritismo. Jimi Hendrix baixou no cara. Ele toca sem olhar para o instrumento ou para o público, de olhos fechados, corpo quase parado e a cabeça girando sem parar. Uma imagem muito próxima a de Hendrix, mas nada forçada ou artificial.

Amanhã Macaco Bong toca às 22h, no Club Nox, em Boa Viagem. Na programação, as bandas Macaco Bong, Porcas Borboletas (MG), Raybans (PE). E mais discotecagem Independência ou Marte. A entrada custa R$ 15. Quem enviar e-mail para lumocoletivo@gmail.com paga R$ 10.

Na sexta, a festa será na Rua da Moeda. Macaco Bong faz parte do projeto Música do Mato, em que também participam Ebinho Cardoso, Linha Dura, Paulo Monarco e Rodrigo Farinha, todos do Mato Grosso. Entrada franca.

Os dois eventos fazem parte da Semana Limbo, promovida pelo Lumo Coletivo, sediado no Recife.

Além dos shows, haverá palestras sobre novas tecnologias e formas viáveis de manter uma rádio, tanto no formato padrão, quanto para web. Será no sábado, 9h, no Espaço Cultural Santo Amaro. A oficina será com Felipe Silva e Jovem Palerosi, coordenadores do programa "Independência ou Marte", de São Carlos (SP). Eles são do grupo Massa Coletiva, que produz o programa Reator, na Rádio UFSCar - SP. Para se inscrever, basta enviar um e-mail contendo nome e RG para lumocoletivo@gmail.com.

No mesmo dia e local, às 16h, ainda acontece um debate sobre os fundamentos da Economia Solidária, com o produtor cultural Talles Lopes, do Espaço Goma (MG).

A programação se encerra no domingo, também no Espaço Cultural Santo Amaro, com exposição de produtos feitos pelas cooperativas do bairro (costura, culinária, artesanato, etc) e uma apresentação com bandas Banda Chãocéu e Guerreiros da Rua, da própria comunidade.

Palestra com Eric Laurence no Cineclube Revezes


Entre paredes, curta de Laurence, será exibido

O cineasta Eric Laurence participa do Cineclube Revezes na noite de amanhã (quinta).

Vencedor dos prêmios de melhor diretor, montagem e curta–metragem de 2005 no Festival de Gramado, com o curta Entre paredes, ele fará uma palestra sobre roteiro cinematográfico.

Além da palestra, haverá a exibição de Entre paredes, que tem no elenco Hermila Guedes e Servillo de Hollanda.

A sessão começa às 19h, na sala 510 do bloco A da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), na Boa Vista.

UCI Plaza Casa Forte terá Sessão de Arte



A partir deste domingo, a rede exibidora de filmes UCI Ribeiro inaugura a Sessão de Arte no complexo Kinoplex Casa Forte, no Shopping Plaza.

As sessões serão sempre aos domingos, às 12h.

O filme de estreia será Inimigo Público nº1 (Mesrine, L’Instinct de Mort. França-Itália-Canadá, 2007), do diretor Jean-François Richet. No elenco, Vincent Cassel, Cècile De France e Gerard Depardieu.

A sessão também marca o aniversário de um ano do UCI Kinoplex Casa Forte.

No próximo domingo, o filme será A vida secreta das abelhas, de Gina Prince-Bythewood, com Dakota Fanning e Queen Latifah.

Os dias e horários das demais sessões de arte continuam os mesmos: Tacaruna, nas segundas, às 19h; Boa Vista, sextas, às 21h e sábados, às 11h; e no Recife, de segunda a quinta, às 19h.

A Balaiada em quadrinhos



Mais um episódio sangrento da história do Brasil acaba de ser adaptado para os quadrinhos. Trata-se da Balaiada, revolta ocorrida em 1838, no Maranhão.

A adaptação é de autoria do historiador Iramir Araújo, com desenhos de Ronilson Freire e Beto Nicácio.

O álbum apresenta, em 80 páginas em preto e branco, personagens como o vaqueiro Raimundo Gomes, Francisco dos Anjos, conhecido como "Balaio" e o negro Cosme Bento. Figuras que a historiografia tem como vilões, mas no álbum ganham o status de herois.

Ano passado, a Revolta da Chibata, outro conflito obscurecido da história brasileira voltou à pauta graças à HQ Chibata!, de Olinto Gadelha e Hemetério, publicada pela Conrad Editora e considerada um dos melhores lançamentos do ano.

Ainda em 2009, Os Sertões, de Euclides da Cunha também será lançado em quadrinhos pela Agir. Leia mais a respeito aqui.

Balaiada - a guerra do Maranhão foi produzido com o incentivo da Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão e ainda contou com o apoio do Programa BNB Cultura/2009.

Ele pode ser comprado exclusivamente pelo email iramiraraujo@ig.com.br, a R$ 25.

"Os sertões" em quadrinhos



Detalhe de Os Sertões, de Euclides da Cunha, em quadrinhos.

A adaptação é dos gaúchos Carlos Ferreira e Rodrigo Rosa.

Será o próximo volume da série Grandes Clássicos em Graphic Novel, da Editora Agir.

Os anteriores são O Alienista, de Machado de Assis por Fábio Moon e Gabriel Bá, e O pagador de promessas, de Dias Gomes por Guazzelli.

Ainda não há data de lançamento para o novo título. Tudo indica que será ainda este ano. 2009 marca o centenário da publicação da obra original.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Feira da Música 2009 // Fora do mercado do jabá


Anelis Assumpção fez um dos melhores shows do evento Foto: Jacques Antunes

Após cinco dias e dezenas de encontros e shows, a Feira da Música 2009 encerrou sua programação no último sábado, em Fortaleza. Entre os cenários, o Sebrae foi a sede das discussões, seminários, rodadas de negócios e feira de produtos e serviços. Sessenta artistas de dezessete estados e da Argentina convergiram em cinco palcos na área central da cidade. Atrações que, por estarem fora da grande mídia, costumamos classificar como independentes, no sentido de não manter contrato com gravadoras, distribuidoras ou divulgadoras.

Por outro lado, durante o evento ficou claro que esse mercado "independente" só pode existir porque depende de organização articulada e cooperativa. E a Feira do Ceará representa mais um passo nesse sentido, pois serviu de abrigo para um fórum sobre a Rede Música Brasil, proposta de política pública para o setor musical elaborada pela Funarte/MinC a partir de discussões com o segmento.

De acordo com Ivan Ferraro, coordenador-geral do evento, este foi o assunto mais falado não só nas reuniões, mas também nos corredores. "Não podemos perder a oportunidade de fazer um pacto com todos os atores, que antes trocavam farpas pelas costas, como por exemplo, a Associação Brasileira de Compositores e o movimento Música Para Baixar, a Associação Brasileira dos Produtores de Disco e o Circuito Fora do Eixo. Aqui a gente discute na frente um do outro. Apesar das dificuldades, esperamos maturidade para manter a posição firme de construir uma política para a música brasileira". Tudo indica que a Rede Música Brasil, que começou a engatinhar em junho (no último Porto Musical), seja oficialmente anunciada no fim do ano, durante a Feira Música Brasil, no Recife.

Integrante da Associação Brasileira de Festivais Independentes, outra função positiva da Feira da Música 2009 é a de apresentar novos talentos e dar espaço para artistas veteranos que ficam de fora do mercado movido a jabá. Foram cinco palcos em atividade quase simultânea, o que levou a reportagem ao difícil exercício da escolha.

O veterano Marku Ribas, que já gravou com Mick Jagger e abriu para James Brown, apresentou na quinta um som presença, regado a samba, black music e outros grooves. Com ele estava Nenem, do Clube da Esquina, um dos maiores bateristas do Brasil. Também de Minas, marcaram presença Erika Machado, Black Sonora e Babilak Bah (um George Clinton tupiniquim).

Um dos momentos marcantes da noite de sexta foi o show de Anelis Assumpção. No Recife, ela esteve no Rec Beat 2007, com a banda Isca de Polícia. Agora investe em carreira solo. Provocou logo de início, com a percussão vocal do pai (Itamar Assumpção) sampleada. "Bem que meu pai avisou", canta a garota. A música se chama Mulher segundo meu pai, do próprio Itamar, de quem Anelis ainda cantou Negra melodia. Dos Beatles, ela fez boa versão para I want you (she's so heavy).

Um pouco antes, o grupo argentino Los Cocineros colocou muita gente para dançar com ritmos novos e antigos alegres e acelerados. No palco rock, a sergipana Plástico Lunar injetou adrenalina na veia roqueira dos anos 70. Banda-irmã da Mopho, de Alagoas, é difícil compreender porque nenhum produtor ainda não a trouxe para um show no Recife.

Os artistas de Pernambuco não fizeram feio. Todos foram bem recebidos pelo público. Academia da Berlinda (que encerrou o evento no sábado à noite), Sweet Fanny Adams, Saracotia e Mestre Galo Preto, de Olinda. Esbanjando simpatia, de roupas e chapéu branco, Galo Preto circulou em todos os dias da feira. Derradeiro detentor de um estilo surgido no Quilombo de Santa Isabel, em Bom Conselho, ele está em plena campanha para retomar a carreira, interrompida nos anos 90 após um incidente cujos detalhes serão revelados no documentário O menestrel do coco, de Wilson Freire.

Fora da programação oficial, A Banda de Joseph Tourton tocou na noite "pocket" promovida pelo Coquetel Molotov no Bar Órbita. Os DJs 440 e Incidental participaram de festas oficiais e encontro de DJs. Além disso, o apresentador Roger de Renor e os produtores Melina Hickson, Lú Araújo, Ana Garcia, Leo Antunes e José Oliveira participaram de encontros e rodadas de negócios.

* o repórter viajou a convite do evento

(Diario de Pernambuco, 25/08/09)

Elis Regina: A loucura é fundamental



Acabei de assistir a um DVD de Elis Regina, que meu amigo Osmário emprestou com a maior empolgação.

Grandes momentos com Tom Jobim, Roberto Menescal, grupo Falso Brilhante.

No fim, um emocionante depoimento sobre vida e morte. Após, cenas de seu enterro e a frase: "Amo a música, acredito na melhoria do planeta, confio que nem tudo está perdido, creio na bondade do ser humano e intuo que a loucura é fundamental"

Salve, Elis, crooner do sul!

Obrigado, Osmário.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Cinema // Como festejei o fim do mundo



Demorou, mas Como festejei o fim do mundo, de Catalin Mitulescu, chegou ao Recife.

Em 2006, o filme romeno foi destaque da mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, que premiou a atuação de Doroteea Petre como Eva Matei, a jovem protagonista que tenta fugir do regime comunista e da opressão da própria família, confinada numa pequena vila à beira do Danúbio.

Produzido por Wim Wenders e Martin Scorsese, o longa está em cartaz no Multiplex Recife até a próxima quinta-feira, em sessões únicas às 19h.

Distribuída pela Pandora Filmes, a película se encontra em estado sofrível, é bom que se diga. No áudio, ruídos estranhos surgem a cada vez que alguém abre a boca; na tela, há um desfile constantes de manchas amarelas. Seria importante considerar o recolhimento da cópia antes que ela siga para outra praça.

Feita a advertência, ao filme.

De forma tranquila, assistimos ao dia a dia de uma comunidade semirrural. A estudante Eva não sabe, mas o ditadorda Romênia, Nicolau Ceausescu estava prestes a ser deposto, com a chegada de rebeldes a Bucareste. O ano é 1989, mas os costumes, o mobiliário, aparelhos eletrônicos e vestimentas levam a crer que tudo se passa em um tempo anterior.

Instigada pelos raros indícios do "mundo livre" que chegam às suas mãos, como um disco de rock, chicletes e barra de chocolate, Eva anseia escapar do controle rígido do pai e também da escola, que ensina música folclórica e preceitos do regime. Ao lado de seu pretendente a namorado, cujo pai é acusado por atividade subversiva, desenvolve estratégias para alcançar o território italiano.

Conformados, os mais velhos não querem confusão com oficiais do governo. Temem perder o trabalho, a terra e o pouco de liberdade que lhes resta. Assim, o pai de Eva insiste para que a filha se aproxime do filho do policial que ajuda e protege a família.

Lalalilu, o pequeno irmão de Eva, forma ao lado de outros dois meninos um núcleo infantil que parece importante para o diretor, que ali explora uma esfera narrativa fantasiosa, colorida, sem compromisso com a realidade. No entanto, sua principal licença poética diz respeito a todos que desejam - ou já desejaram - cruzar o Danúbio.

(Diario de Pernambuco, 24/08/09). Com alterações.

Fortaleza // Ídolo do rock encerra turnê brasileira



Dos fundadores do rock, Chuck Berry é um dos poucos que está entre nós, mortais, agraciados pela sua aparição, a primeira e única no Nordeste. Durante cerca de uma hora, o célebre guitarrista tocou Roll over Beethoven, School days, Rock'n'roll music, Maybellene e seu hit máximo, presente em qualquer top ten das melhores canções pop do século 20, Johnny B. Goode.

O "culto" se deu sábado à noite, na casa de espetáculos Siará, espécie de Chevrolet Hall da capital cearense. Generoso, Berry fez o show mais longo da turnê brasileira, que passou por Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte. Normalmente, seus shows duram entre 40 e 50 minutos. Talvez por ser a despedida do público brasileiro - ele voltou ontem a St. Louis, sua cidade natal. Ou quem sabe porque esse senhor de chapéu de marinheiro, fivela dourada no colarinho e sapatos brilhantes se instigou com as mocinhas que dançaram no palco enquanto cantava Sweet little sixteen.

Ícone dos anos 50, Berry atraiu uma plateia heterogêneae de várias cidades. Havia cadeiras, mas praticamente ninguém ficou sentado. Os mais incontidos subiram no palco para dançar ao lado do ídolo, mesmo que por alguns segundos. "Foi histórico. Ele deu o máximo, fez um show vibrante", disse Dastael Cyrenol. Integrante da banda Rebelvis, ele veio do Rio Grande do Norte com mais 25 integrantes do Natal Rock Club. "Ele ensinou todos nós a tocar", revelou Rafael Prado, da banda Kentucky, de country rock. E na categoria "todos nós", Prado esqueceu de dizer, é preciso incluir os Beatles, Rolling Stones e Bob Dylan.

Sorry Clapton: Berry is God. Um deus imperfeito, é verdade. Que acumula episódios questionáveis e uma carreira mal administrada, que o obriga a manter agenda cheia, mesmo aos 82 anos de idade, ao lado do filho Chuck Jr., também guitarrista. No palco, o desgaste é evidente. Com sua inseparável Gibson vermelha, o mestre atropelou o grupo mais de uma vez. E sua guitarra resmunga tanto quanto ele deve ralhar fora do palco. E daí? Estamos diante de um fundador do rock. Sua presença resolve tudo. A banda que se vire pra acompanhar. Meninas de 20 anos gritando para um senhor de 82 é a lição do mestre. Quem tem um bom riff tem tudo.

(Diario de Pernambuco, 24/08/09). Com alterações.

domingo, 23 de agosto de 2009

Música do Mato chega ao Recife próxima quinta



O projeto Música do Mato chega quinta-feira ao Recife.

A ideia é promover a circulação da novíssima música do Mato Grosso. Quem patrocina é o governo do estado.

A primeira etapa é formada por Ebinho Cardoso, Linha Dura, Macaco Bong, Paulo Monarco e Rodrigo Farinha.

Na quinta, o show será na Nox, em Boa Viagem.

Na sexta, de graça, na Rua da Moeda, Recife Antigo.


Macaco Bong em ação no Hey Ho, em Fortaleza
Foto: André Dib

Eles se apresentaram na madrugada de ontem pra hoje, em Fortaleza. Foi forte. Principalmente Macaco Bong.

Foi a primeira vez que assisti o show dos caras. O CD é bom, mas o negócio é ao vivo.

Ynaiã (bateria) e Ney (baixo) são bons, mas o negócio está com Kaypy na guitarra.

Acredite, este power trio instrumental derrete o cérebro e puxa pelas vísceras.

O que mais podemos esperar de uma banda de rock?

Imperdível.

Chuck Berry's Alive


Saca o sapato do cara
Fotos: André Dib

E acabou de tocar em Fortaleza. Dei uma escapada da Feira da Música para conferir. Talvez a última chance de estar perto dessa lenda viva.

Na banda, três norte-americanos (o filho toca guitarra base) e um brasileiro (na bateria).

Berry atropelou o grupo mais de uma vez. Sua guitarra resmunga tanto quanto ele provavelmente faz fora do palco.

E daí? Estamos diante de um fundador do rock. Autor de Roll over Beethoven, Johnny Be Goode, School Days, e Rock'n'Roll Music.

A banda que se vire pra seguir.

Meninas de 20 anos gritando para um senhor de 82 é a lição do mestre: quem tem um bom riff tem tudo.

Mais fotos:







Você sabe que está no Ceará quando...



Din Din pra vender, vejam só.

sábado, 22 de agosto de 2009

Feira anuncia crepúsculo dos ídolos de massa



Fortaleza - Pouca música e muitas palavras. Essa foi a ordem do dia na abertura da Feira da Música 2009, que começou na última quarta-feira e termina na madrugada de hoje para amanhã. O mote também já está no ar. Em várias salas do Sebrae, músicos e produtores independentes se reuniram e discutiram novos modelos de negócio permitidos pelas novas tecnologias. Para eles, o modus operandi da indústria fonográfica já era.

O movimento Música para Baixar (MPB), por exemplo, afirma que estamos no crepúsculo dos ídolos de massa e é preciso desenvolver novos modelos de negócio para o setor. Provocativo - a começar pelo nome -, o MPB tem participado ativamente de fóruns e seminários da Feira da Música. O movimento surgiu no último Fórum Social Mundial, como consequência de uma série de questionamentos sobre a real função da Lei de Direitos Autorais. "Ela só serve para que os empresários se apropriem dos fonogramas", defende o educador social Everton Rodrigues.

Cerca de 250 pessoas, entre intelectuais e artistas veteranos como Nei Lisboa, Zélia Duncan, Roger Moreira (do Ultraje a Rigor) e Leoni (que participa da Feira), assinam o manifesto do MPB, publicado em www.musicaparabaixar.org.br. É de comum acordo que a economia solidária, baseada no princípio da generosidade, permita isso.

Não há exatamente algo de novo nas críticas e propostas do MPB. Associações de artistas independentes existem aos montes e, há alguns anos, o compositor cearense Fernando Catatau já vem anunciando que "todas as vacas estão velhas". A diferença talvez esteja no fato do movimento nascer num momento favorável, em que o tema ganha status de política pública (o MinC promove o Fórum de Direitos Autorais e a Funarte quer efetivar a Rede Música Brasil).

As recentes possibilidades tecnológicas é outro ponto fundamental. Gustavo Anitelli, produtor do grupo O Teatro Mágico, diz que seu grupo somente sobrevive dos shows (e não dos CDs) e produtos agregados (camisetas e adesivos) porque investe na comunicação direta com o público, pessoalmente ou em blogs, twitter e outras ferramentas da internet. "Proximidade é o ponto. Queremos o público incluído na construção do nosso trabalho. Por isso, mais do que a música, oferecemos nosso tempo".

"Procuramos modelos que acompanham a democratização dos meios de comunicação. Queremos acabar com o mecanismo que faz o artista de massa. Ninguém aqui precisa de iate, ilhas e a maior casa da cidade", diz Anitelli, que compara o jogo da indústria musical, baseado no jabá, ao método usado por Goebbels, o ministro da propaganda nazista. Ou seja, música ruim, se tocada mil vezes, se torna boa.



Edital para seleção de bandas - A 2ª Feira Música Brasil, que acontece no início de dezembro no Recife, foi lançada oficialmente na abertura da Feira da Música 2009. Assim como a primeira edição, a feira de produtos e as rodadas de negócio estarão abrigadas no Terminal Marítimo de Passageiros, no Marco Zero.

O diretor do evento, Carlos Tabakof, informou que o edital para a seleção de bandas estará aberto a partir da próxima segunda-feira, através do site www.feiramusicabrasil.com.br. No total, 24 atrações se apresentarão em dois palcos do Marco Zero e outro na Torre Malakoff, dedicado à música instrumental. A Feira ainda conta com oito bandas-âncora não divulgadas. As inscrições ficam abertas até 5 de outubro, e o resultado sai no dia 21 do mesmo mês.

A Feira Música Brasil é fruto de parceria institucional entre o governo federal (MinC/Funarte), estadual (Fundarpe) e municipal (prefeitura do Recife). A execução do projeto, antes dividida entre várias empresas, desta vez ficou concentrada nas mãos da Luni Produções. A patrocinadora continua sendo a Petrobras.



Quanto vale um Patativa? - A sustentação baseada na economia solidária tem sido ideia das mais recorrentes na Feira da Música. O próprio evento entrou no clima e criou o Patativa, moeda corrente complementar cujo nome é um tributo ao famoso poeta popular cearense. Utilizáveis nos estandes e por empresas parceiras do evento, 30 mil Patativas circulam livremente neste exato momento, como balizador de troca de produtos e serviços. O câmbio é simples: cada unidade de Patativa equivale a R$ 1.

A iniciativa tem caráter experimental e foi inspirada em outras moedas complementares como o Goma Card, nascido em Uberlândia, hoje utilizado nos eventos do Circuito Fora do Eixo, e o Cubo Card, do Espaço Cubo de Mato Grosso. De acordo com o coordenador-geral da Feira da Música, Ivan Ferraro, algumas salas de ensaio entraram espontaneamente no circuito.

"É um modelo diferenciado de fazer negócios e efetivar escambos que normalmente já fazemos. Diferente do sistema financeiro oficial, não adianta juntar muito dinheiro, senão o sistema quebra. É uma ideologia de circulação, não de acúmulo". Ivan ainda informa que experiência semelhante será reproduzida no Recife, através do Lumo Coletivo, que no último Porto Musical produziu os shows das Noites Abrafin/Fora do Eixo.

(Diario de Pernambuco, 22/08/09)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Sessão de Arte // Como festejei o fim do mundo



Em uma das primeiras cenas do longa Como festejei o fim do mundo, (Comment j'ai feté la fin du monde, 2006), do cineasta romeno Catalin Mitulescu, Eva Mattei (Doroteea Petre) e seu namorado quebram o busto do líder Nicolau Ceausescu. Naquele ano de 1989, havia mais significado em dar um chute no rosto de gesso daquele político alinhado ao regime soviético do que qualquer delinquência sem causa.

Transferida para outra escola, ainda mais autoritária, Eva cultiva o desejo de ir embora. Convencida por um pretendente amoroso munido de itens "subversivos", como discos de rock e chocolates, Eva quer fugir rumo à Itália. A parte da família que mais lhe dói em deixar é o pequeno irmão Lali, que ela ajuda a criar. Através do olhar da criança, por sinal, estão os momentos mais poéticos da película, selecionada para a mostra Un Certain Regard, em Cannes.

O filme está em cartaz neste fim de semana no Multiplex Vista. Hoje, às 21h e amanhã, às 11h. De segunda a quinta-feira, no UCI Ribeiro Recife, às 19h. A cópia não está em boas condições, mas vale a pena ser vista.

Veja roteiro completo para o fim de semana aqui.

(Diario de Pernambuco, 21/08/2009) *com acréscimos

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Fortaleza // Engrenagens da música



A partir de hoje, Fortaleza se torna o epicentro da música nacional independente. Até sábado, a Feira da Música 2009 recebe artistas, produtores, empresários e articuladores que fazem girar as engrenagens do mercado da música. O tema para este ano, "Música, novas tecnologias e ambientes na web", será trabalhado em debates, oficinas, painéis e mais de 60 apresentações musicais.

O pontapé inicial será dado hoje, com o encontro MPB (música para baixar), que debaterá questões de direito autoral e entidades representativas, além de questionar o projeto de lei que visa controlar a internet. No mesmo horário, haverá o encontro nacional do Fórum da Música. O eixo música - tecnologia será trabalhado com a presença de representantes da Nokia, Terra Sonora e iMúsica. Já Adam Lewis (Planetary Group - EUA), Miguel Ivery (Gravadora Afro:Baile Records - EUA) e Max de Romassi (RAI - Itália) farão exposições sobre mercado estrangeiro.

Um dos destaques da programação é o economista Paul Singer, que fará palestra sobre economia solidária aplicada ao universo da música. Uma novidade na programação é a assessoria de gestão para artistas e grupos. Participam do projeto Alessandra Leão e Jô Maria, que tratarão sobre estruturação e planejamento.

Na grade de shows, Mamelo Sound System (SP), Marku Ribas (MG), o argentino Los Cocineros, Chico Corrêa Eletronic Band (PB) e os pernambucanos Sweet Fanny Adams, Academia da Berlinda, A Roda, Saracotia e Maracatu Estrela Brilhante.

(Diario de Pernambuco, 19/08/09)

Imagens que falam de tudo



Hoje é o dia mundial da fotografia. Para comemorar, um grupo de fotógrafos com atuação no estado organizou um evento especial. Não se trata somente de lembrar a data com uma programação que começou em 1º de agosto e termina no mês que vem, com uma mesa redonda com data e convidados a serem definidos. Mas principalmente celebrar o que tem sido um momento positivo para a fotografia pernambucana.

As atividades de hoje começam às 13h, quando um varal será montado na Rua da Moeda (Recife Antigo). Essa etapa das festividades tem apoio da Comuniquê, da coordenadoria de fotografia da Fundarpe e da galeria Arte Plural. Qualquer pessoa pode participar do varal. Basta trazer até três fotos no formato 15x21 cm - e os próprios pregadores. Fotos com menor dimensão também podem ser penduradas, desde que emolduradas em cartolina 15x21 cm. O tema é livre. As imagens estarão à venda por R$ 10, com renda revertida para o projeto Fotolibras, que ensina fotografia a jovens surdos.

Aexposição na Moeda também serve de concentração para uma caminhada até a Torre Malakoff. Lá, a partir das 18h30, haverá projeção de flickrs (acervo online de imagens) e fotografias em vídeo de até dois minutos na sala Alcir Lacerda. Esta mostra também está aberta para qualquer participante, basta entregar o material na hora.

A projeção de abertura exibirá o resultado da expedição fotográfica do Recife ao Cabo de Santo Agostinho, realizada por 58 fotógrafos da comunidade virtual Foto PE no dia 1º de agosto. Ivan Alecrim, um dos organizadores, diz que esta foi a maior atividade conjunta do gênero. "Na minha memória, nunca vi tanta gente fotografando junto".

"A ideia é fazermos um evento a cada mês para fomentar a fotografia que é feita aqui", diz Val Lima, que não participou da expedição, mas faz parte do grupo. Tanto ela quanto Alecrim destacam a importância da atual organização em grupo. "Estamos vivendo um momento particular na fotografia em Pernambuco. Os coletivos estão bem presentes, as pessoas abrem mão deseus projetos pessoais para se reunir em torno de algo em comum. É como diz Alexandre Belém em seu blog: a ideia não é nova, mas nunca tinha acontecido", afirma Lima.

Serviço
Dia Mundial da Fotografia em Pernambuco
Quando: Hoje, a partir das 13h
Onde: Rua da Moeda / Torre Malakoff (Praça do Arsenal da Marinha), Recife Antigo
Quanto: Entrada franca
Informações: 3326-1801

(Diario de Pernambuco, 19/08/09)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

HQPB, o primeiro seminário de paraibano de quadrinhos



Henrique Magalhães, da editora Marca de Fantasia, divulga a primeira edição do HQPB.

O primeiro seminário paraibano dedicado exclusivamente aos quadrinhos está marcado para os dias 15 e 16 de setembro.

O viés acadêmico parece ser a marca do evento.

Praticamente todos os convidados estão ligados às universidades, a começar pelo próprio Magalhães, professor da UFPB, assim como Marcos Nicolau, que também participa do seminário.

Do Recife, participam o cartunista e pesquisador Antonio Clériston, da UFPE, e José Valcir, do grupo de produção Pada.

Edgar Franco, da Universidade de Goiás e Cristian Mallea, da Universidade de Palermo, na Argentina, também marcam presença.

Gramado // Renovação cultural para leitora do Diario



A estudante de publicidade Maria Améle Dorneles, de 22 anos, acompanhou de perto os sete dias do Festival de Gramado. Ela foi a leitora selecionada pelo Diario de Pernambuco para integrar o júri popular do evento. Para tanto, Méle participou de um concurso de resenhas críticas promovido pela equipe do caderno Viver. "Foi uma experiência incrível. Não imaginava que seria tão bom", disse Dorneles, conhecida pelos amigos como Méle. "O festival praticamente, para a cidade. Tudo e todos se voltam para o evento".

Entre os pontos positivos, nossa jurada destaca a integração com pessoas de diferentes partes do país. "No final da semana parecia que éramos amigos de infância. Falar e debater sobre cinema com pessoas que amam o assunto deixou tudo mais fácil".

Méle revela que a escolha de Corumbiara, de Vincent Carelli, como melhor longa nacional, foi quase que unânime. Já na categoria longa estrangeiro, foi necessário um pouco mais de discussão até que os jurados decidissem por Lluvia, de Paula Hernández. Na categoria curta metragem, o escolhido foi a animação Josué e o pé de macaxeira, de Diogo Viegas.

Méle ainda destaca o reconhecimento dispensado ao júri popular. "Tivemos acesso a festas excelentes e conhecemos diretores, atores e produtores que com certeza enriquecem a rede de relacionamento de qualquer um". Durante sua incursão à Serra Gaúcha, ela também destaca a beleza e a baixa temperatura de Gramado. "É muito frio para uma recifense, mas nada que tirasse o brilho da temporada. Aprendi bastante, tanto sobre cinema como sobre cultura e pessoas. Voltei pra casa renovada".

(Diario de Pernambuco, 18/08/09)

A letra e a voz // Festival recifense valoriza o debate



A autora best-seller Martha Medeiros é uma das atrações de hoje do 7º Festival Recifense de Literatura - a letra e a voz. A escritora gaúcha, autora de Divã, visita a cidade pela primeira vez e encontra o público às 19h, no auditório da Livraria Cultura (Bairro do Recife). A mediação será feita pelo jornalista Schneider Carpeggiani.

Em conversa por telefone, Martha adianta que não vai trabalhar pontos específicos de sua obra, mas, de forma descontraída, promover um bate papo informal, "dar uma geral na carreira" que começou pela poesia, estabeleceu-se em crônicas publicada nos jornais Zero Hora e O Globo, e que culminou no formato romance. Aos leitores do Diario, ela antecipa que seu próximo livro será um monólogo feminino. Mas as semelhanças com Divã param por aí.

Durante a tarde, o auditório da Livraria Cultura recebe três outros convidados. A começar por Raimundo Carrero, que às 14h oferece oficina literária. Dando continuidade ao seminário O livro desmaterializado, às 16h, haverá o debate Autoria coletiva e o direito autoral. Para desenvolver o tema, foram convocados o advogado especializado Caio Mariano e a escritora pernambucana Cida Pedrosa. Na mediação, o jornalista André Dib (do Diario). Às 17h, no mesmo local, o artista gráfico Diogo Todé, a editora Elaine Ramos (Cosac Naify) e a arte-educadora Nicole Cosh discutem sobre Criação e distribuição do novo produto.

Bibliotecas - Pela manhã, o seminário Bibliotecas: liberdade, igualdade, fraternidade prossegue com atividades a partir das 8h, no auditório do Senai (Avenida Norte, 539, Santo Amaro), e com a projeção do filme Bibliotecas de rua em Nantes, apresentado por Jeanne Vilbert. Às 9h, Agnès Marcetteau fala sobre a rede de mediatecas e bibliotecas municipais de Nantes, município francês que mantém intercÂmbio cultural com o Recife. Às 10h, EsterCalland Rosa (da UFPE) e Ana Escurra (da ONG Bagulhadores do Mió) debatem o tema bibliotecas escolares. À tarde, a Biblioteca de Afogados (Rua Jacira s/n - Fone: 3232-2484) abre as portas para os encontros Mergulho na vida de uma biblioteca, Bibliotecas públicas: o desafio diário da sobrevivência e para o recital Casa Amarela e Afogados em poesia. Às 17h, será lançada a coletânea Ladjane Bandeira de Poesia, com tarde de autógrafos.

(Diario de Pernambuco, 18/08/09)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

21º troféu HQMIX anuncia os premiados

O 21º troféu HQMIX anunciou hoje melhores dos quadrinhos e humor gráfico de 2008.

Os vencedores receberão o troféu no próximo 21 de agosto, às 20h, no Teatro do SESC Pompéia, com apresentação de Serginho Groisman e Banda.

Cerca de 2 mil profissionais da área escolheram os melhores lançamentos e eventos de 2008. A votação é organizada pela Associação dos Cartunistas do Brasil e do Instituto Memorial das Artes Gráficas do Brasil.

A comissão organizadora é presidida por Sonia M. Bibe Luyten.

Abaixo, a lista.

Adaptação para os Quadrinhos - Dom Quixote
Adaptação para outro veículo - Batman, o Cavaleiro das Trevas (cinema)
Articulista – Rogério de Campos
Caricaturista - Dálcio Machado
Cartunista - Duke
Chargista - Angeli
Desenhista Estrangeiro - Liniers
Desenhista Nacional - Rafael Grampá
Desenhista Revelação - Hemeterio
Edição Especial Estrangeira - Asterix e seus amigos
Edição Especial Nacional - Mesmo Delivery
Editora do ano – Panini
Evento - Bistecão Ilustrado
Exposição - Angelí/Genial
Grande Contribuição - FNAC
Grande Contribuição - Programa PNBE
Grandes Mestres - Ciça e Zélio
Homenagem/Destaque Internacional - Fábio Moon e Gabriel Ba
Homenagem/Destaque Internacional - Ziraldo
Ilustrador Nacional - Weberson Santiago
Livro Teórico - Henfil, O humor subversivo
Mídia sobre HQ - Blog dos Quadrinhos
Projeto Editorial - Turma da Mônica Jovem
Publicação de Aventura/Terror/ficção - 100 Balas
Publicação de Cartuns - Tulípio 7
Publicação de Charges - 35º Salão de Piracicaba
Publicação de Clássico - Che
Publicação de Humor - Piratas do Tietê n.3
Publicação de Tiras - Níquel Náusea Em boca...
Publicação Erótica - CLIC n.3
Publicação Independente de Autor - Nanquim Descartável
Publicação Independente de Grupo - Café Espacial
Publicação Independente Especial - Depois da Meia-noite
Publicação Infanto-juvenil - Turma da Mônica Jovem
Publicação Mix - Graffiti n.18
Roteirista Estrangeiro - Alan Moore
Roteirista Nacional - Adriana Brunstein e Samuel Casal
Roteirista Revelação - Olinto Gadelha
alão e Festival - 1° Festival Internacional de Humor do RJ
Tira Nacional - Níquel Náusea
Trabalho de Doutorado – Valéria Aparecida Bari
Trabalho de Mestrado - Líber Eugenio Paz
Trabalho de TCC – Pedro Franz Broering
Web Quadrinhos - Quadrinhos Ordinários

3namassa ensina o que é cool de verdade



O 3namassa arrasou na última sexta-feira, ao encerrar a primeira noite do evento Sintonizando Pernambuco. Pela primeira vez no Recife, o grupo formado por Dengue, Pupillo e Rica Amabis e auxílio luxuoso do guitarrista Júnior Boca e quatro performáticas vocalistas fez um dos shows mais bacanas dos últimos tempos.

Se o carisma de China, que se apresentou um pouco antes, convocou fãs para o tradicional assédio e dança no gargarejo, a presença do 3namassa levou todos a se comportar nas cadeiras do Teatro do Parque, que estava lotado, com olhos e ouvidos atentos.

O que permitiu ao público se deleitar com a sonoridade sofisticada e o palco iluminado por luzes púrpura, vermelhas e azuis. A nuvem de fumaça acima dos músicos parecia tão sólida que dava tocar e "viajar" com seus desenhos psicodélicos. O clima refiniado e magnético só foi quebrado duas vezes, por vacilo na projeção dos vídeos com Alice Braga.

Mais do que domínio dos próprios instrumentos, a organicidade do grupo é o segredo do projeto 3namassa. Claro que o poder de sedução da confraria de cantoras Marina de La Riva, Karine de Carvalho, Nina Becker e Lourdes da Luz faz estremecer qualquer audiência.

Após uma sequência de músicas próprias sobre (ou a falta de) amor sensual, elas voltaram de duas em duas para uma série de covers: Loving you (Minnie Riperton), Quero ter você perto de mim (Roberto Carlos), Jockey full od bourbon (Tom Waits) e There is an end (Greenhornes), as duas últimas, canções de abertura dos filmes Down by law e Flores partidas, de Jim Jarmusch. Cool até a medula.

(Diario de Pernambuco, 17/08/09)

domingo, 16 de agosto de 2009

Por um mundo de livros



Em uma das paredes da Biblioteca Popular do Coque repousa a seguinte inscrição: "Não somos um número. Não sou condenado a ser quem você quer/ mentir pra mim mesmo/ me deixar trair".

Palavras que podem ser consideradas o grito de independência não só dos frequentadores do local, como os de projetos semelhantes, geralmente concretizados por iniciativa dos próprios moradores. Amanhã, representantes destas bibliotecas realizam uma série de atividades dentro do seminário Bibliotecas: liberdade, igualdade, fraternidade, eixo principal do 7º Festival Recifense de Literatura: A letra e a voz.

A programação começa às 15h, na comunidade de Caranguejo Tabaiares, Ilha do Retiro, e inclui oficinas, palestras e apresentação da rede formada por dez bibliotecas comunitárias da Região Metropolitana do Recife. "Estamos montando um mapa e queremos identificar novos espaços", diz Gabriel de Santana, coordenador da rede e da Biblioteca Multicultural Nascedouro, em Peixinhos. "Quanto mais integrantes, maior nossa visibilidade e força para participar da gestão das políticas de leitura".

O objetivo maior, no entanto, é propor, em aliança com o Fórum Pernambucano de Defesa do Livro e da Leitura, a criação de uma lei municipal que regule e garanta proteção a atividades do gênero, que será apresentada em sua versão definitiva na próxima quinta-feira, às 8h, no auditório do Senai. Entre os convidados estão as secretarias municipais e estaduais de educação e José Castilho, secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura - PNLL. A última oportunidade de propor alterações será na reunião de amanhã.

O ponto de encontro será o Centro Social de Caranguejo-Tabaiares, perto da sede do Sebrae. De lá, o público pode participar de oficinas de contação de histórias, catalogação e confecção de livros. Às 16h30, no auditório do Sebrae, haverá a apresentação da rede e seu mapa de sustentabilidade social, cultural e econômica. "Hoje as bibliotecas vinculadas à rede mobilizam um acervo de 15 mil livros", diz Gabriel. "Queremos fazer um cruzamento de nossas atividades com os objetivos do PNLL e saber até que ponto deixamos o campo da caridade para assumir o papel de gestores coletivos dessas políticas públicas".

O encontro também será uma oportunidade para trocar informações e soluções para dificuldades gerais e específicas de cada comunidade. O primeiro foi em 2007 e reuniu quatro bibliotecas. "Visualizamos possibilidades que hoje estão acontecendo", diz Izamar Martins, que coordena a Biblioteca do Cepoma, em Brasília Teimosa. "É um espaço aconchegante, mas com dificuldade de acesso por conta das escadas. Pessoas com deficiência física não podem chegar lá. Por isso, adotamos a mala de leitura, feita de papelão reciclado. As crianças podem escolher de 15 a 20 livros e levar para casa por uma a duas semanas. Através dessas leituras, elas conhecem novos lugares, vidas, realidades e olhares".

Com um acervo de 4,5 mil livros e frequência de cerca de 40 crianças/dia, a Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares também tem seus problemas - espaço é o principal. "Precisamos de parceiros, engenheiros ou construtores, para transferir a biblioteca para o primeiro andar da sede do grupo de idosos", diz a fundadora do projeto, Cleonice da Silva. "A relação institucional é importante, mas procuramos reforçar uma rede de amigos individuais, que possam fazer doações ou trabalhar conosco na formação e divulgação das atividades", diz o coordenador Reginaldo Pereira.

No Coque, mais um local estigmatizado pela violência, crianças aprendem a confeccionar livros que contam a própria história. "Descobri que mesmo os que vão para a escola não conseguem o fundamental, que é aprender a ler. Então começamos a trabalhar alfabetização, que para mim é o primeiro passo para qualquer conquista", diz Maria Betânia do Nascimento, que conseguiu montar um acervo de 3,5 mil livros, mas depende da doação de material didático (papel, cola, lápis e borracha) para continuar seu trabalho.

O voluntário francês Benoit Pirroneau, que acompanha a biblioteca de Caranguejo Tabaiares e seu processo de organização em rede, observa no local os princípios da economia solidária. "De que outra maneira ela consegue se sustentar, se não tem nada para vender?", pergunta. Para ele, a leitura crítica do PNLL e a possibilidade da rede participar da elaboração de políticas públicas municipais é um movimento que precisa ser melhor valorizado. "Ele fecha o ciclo a partir dos atores locais, que se entendem mais como protagonistas do que beneficiários. Na prática, trata-se de municipalizar o que já existe como iniciativa da sociedade civil".

Serviço
Biblioteca Popular do Coque: 8830-3642
Biblioteca Multicultural Nascedouro (Peixinhos): 3244-3325
Biblioteca Comunitária Caranguejo Tabaiares: 3445-8098
Biblioteca do CEPOMA (Brasília Teimosa): 3326-6509
Livroteca Brincantes do Pina: 3465-1679
Solar do Ler - Centro Luiz Freire (Olinda): 3301-5241

(Diario de Pernambuco, 16/08/09)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Estreia // Brüno, o clichê ambulante



O humor anárquico do grupo Monty Phyton, que brilhou em filmes dos anos 70, faz uma falta e tanto. As provocações de Sacha Baron Cohen não chegam a suprir essa lacuna, mas resiste à sanha politicamente correta que, sem precaução, engessa até o cérebro.

Assim como os Phyton, Cohen é inglês e vem de carreira televisiva, onde criou seus personagens mais famosos. Primeiro, Ali G, o jovem suburbano e mal educado; depois, Borat Sagdiyev, o repórter misógino do Casaquistão; por fim, o homossexual austríaco Brüno, repórter de moda que quer se tornar celebridade a qualquer custo. Dez anos após sua aparição na TV, este último chega ao longa-metragem causando fortes reações.

Assim como Borat, Brüno sai de sua terra natal para conquistar a América, onde pretende se tornar "a maior celebridade austríaca desde Hitler" e a próxima estrela gay "desde Schwarzenegger". O filme leva os clichês do mundo fashion ao extremo. Ao entrevistar Paula Abdul sobre seu trabalho humanitário, Brüno utiliza mexicanos no lugar do sofá; em troca de fama, tenta promover paz no Oriente Médio, mas não sabe a diferença entre o Hamas, facção radical palestina, e homus, o prato típico feito com grão-de-bico; na África, que ele chama de país, troca um menino negro por um iPod modelo U2; por fim, se converte e brada pelo "orgulho hétero", inspirado por Tom Cruise e Kevin Spacey.

Desde julho, quando estreou nos EUA, o filme foi proibido na Ucrânia, sem justificativa das autoridades. Duas versões circulam pela Inglaterra: uma na íntegra, restrito para maiores de 18 anos; outra, provavelmente sem órgãos genitais e vibradores, para o público acima de 15. Em ambas as versões, inclusive a que entra em cartaz por aqui, foi excluída uma cena específica que satiriza a família Jackson.

Não é o caso de acionar entidades de defesa das minorias. O comportamento sexualmente despudorado, preconceituoso e oportunista de Brüno pode até ofender os que vestirem a carapuça. Seu alvo principal, no entanto, é novamente a caretice do norte-americano médio, que confrontados com situações de mau gosto, reage com preocupante seriedade.

(Diario de Pernambuco, 14/08/09)

Estreia // Força G 3D



Pequenos roedores de laboratório são os novos heróis da Disney. Os mais destacados formam a elite de espiões batizada Força G.

Desde que nasceram, os bichinhos receberam treinamento especial aditivado por manipulação genética - daí o motivo da inicial "G", em inglês, o filme se chama G-Force.

O longa, uma mistura de X-Men e Missão impossível protagonizada por hamsters e porquinhos da índia, é a primeira produção de Jerry Bruckheimer (da trilogia Piratas do Caribe) com tecnologia 3D.

No Recife, é possível assistir essa versão na sala 5 do Box Guararapes. Ela e as demais salas recebem somente cópias dubladas, o que deixa o público adulto privado das vozes dos Penelope Cruz, Nicolas Cage e Steve Buscemi.

Projeto secreto do FBI, o núcleo principal da Força G é formado por Darwin, o líder; Detonador, que adora estratégias de sabotagem; e a especialista em artes marciais Juarez, que apesar do nome, é do sexo feminino; Também fazem parte do grupo Cegueta, uma toupeira especialista em computadores, e Mooch, uma mosca dotada de microcâmeras e usada como pombo-correio.

Incrédulos de que os pequenos animais possam ser mais inteligentes do que os agentes humanos, os chefões do bureau desativam a Força G, cujo destino passa a ser uma pet shop qualquer. Ofendidos pelo rebaixamento em plena investigação de um plano maligno para dominação do mundo, o grupo traça uma fuga e continua o trabalho por conta própria.

A trilha sonora com Lady Gaga e Black Eyed Peas estabelece comunicação direta com o público jovem, que também deve se divertir com os eletrodomésticos que ganham vida e uma versão turbinada para a velha rodinha de exercício para hamsters.

(Diario de Pernambuco, 14/08/09)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Abertas inscrições para o Festival de Brasília



Estão abertas as inscrições para as mostras competitivas do 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O prazo máximo é 30 de setembro.

Realização da Secretaria de Estado da Cultura do Distrito Federal, o evento será realizado de 17 a 24 de novembro, com R$ 470 mil em prêmios.

A ficha de inscrição e o regulamento estão disponíveis no site da Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal, e no site do evento.

Além da já tradicional mostra competitiva em 35mm, uma das novidades do é a criação da mostra digital, que substitui a competição em 16mm e que será composta somente por filmes brasileiros de curta metragem, de até 20 minutos, captados em 8mm, 16mm ou em vídeo digital concluídos a partir de outubro de 2008.

A mostra competitiva dos filmes em 35mm será composta por seis longa metragens em 35mm, inéditos no Distrito Federal, preferencialmente inéditos no país e que não tenham obtido o prêmio de melhor filme do júri oficial em festival nacional.

Serão selecionados até doze filmes de curta ou média metragem 35mm, inéditos no Distrito Federal e preferencialmente inéditos no país.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Mimo cresce e traz cubanos do Buena Vista


Barbarito, do Buena Vista Social Club, se apresenta na Praça do Carmo, em Olinda

A Mostra Internacional de Música em Olinda anunciou ontem sua programação, que neste ano se estende para o Recife e capital da Paraíba, João Pessoa. Integrantes do grupo cubano Buena Vista Social Club, Cesar Camargo Mariano, Hermeto Pascoal, St. Petersburg String Quartet e o duo Didier Lockwood e Ricardo Herz são algumas das 22 atrações. Outro convidado cubano, o pianista Gonzalo Rubalcaba, se apresentará com o cantor belga David Linx e o percussionista brasileiro Sérgio Krakowski.

A Mimo 2009 será realizada entre 1º e 7 de setembro. O primeiro dia será exclusivo para a etapa educativa, que no próximo sábado anuncia os 900 alunos selecionados. No dia seguinte, começam os concertos. O maestro paulista Isaac Karabtchevsky estará à frente do curso de regência, que terá a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa como residente. As master classes, voltadas à profissionais da música serão ministradas por Luiz de Moura Castro e integrantes do St. Petersburg String Quartet (Rússia) e do Art Metal Quinteto. Assim como fez dois anos atrás, Karabtchevsky volta a reger a Orquestra Sinfônica do Recife.

O cineasta alemão Wim Wenders não estará presente, mas será reconhecido em duas ocasiões. A primeira, como diretor do documentário que revelou ao mundo a velha guarda de músicos do Buena Vista Social Club. Em sua primeira apresentação no Nordeste, o Buena Vista estará representado por Amadito Valdes (percussão), Barbarito Torres (alaúde) e Tereza Caturla (voz). Eles serão acompanhados por músicos da nova e velha geração de cubanos, entre eles, integrantes da big band AfroCuban All Stars.

Wenders também como produtor de Les violons du monde (Os violinos do mundo), em que o francês Didier Lockwood registra os diferentes usos para o instrumento na cultura dos países. O documentário está em produção (já passou pela África) e deve ficar pronto em 2011. O encontro de Lockwood com os rabequeiros Siba, Renata Rosa, Seu Luiz Paixão e o multiartista Antonio Nóbrega, assim como com o Quinteto daParaíba em João Pessoa, certamente entrarão no projeto.

"Uma das características mais estimulantes da Mimo é a de criar encontros marcantes, que levem a novas possibilidades musicais", diz a coordenadora e idealizadora do evento, Lú Araújo. "César Camargo requisitou uma parceria com Spok, mas não deu certo porque na época do concerto ele estará em turnê na África do Sul".

Além da extensão para igrejas do Recife e João Pessoa, creditadas por Araújo aos secretários municipais de cultura - respectivamente, Renato L e Chico César - a organizadora ressalta outra novidade da Mimo: o palco aberto na Praça do Carmo, que na noite de sábado receberá o Buena Vista Social Club Stars. "Sentia falta de um espaço para atrações que atraem um público maior e sem as imposições acústicas das igrejas antigas".

Programação

Quarta, 02/09
20h30 - Didier Lockwood e Ricardo Herz | Convento de São Francisco (João Pessoa)
Participação Especial do Quinteto da Paraíba

Quinta, 3/9
18h - Fernando Sodré | Igreja de São Francisco (Olinda)
19h - Art Metal Quinteto | Igreja do Rosário dos Homens Pretos (Olinda)
20h30 - Didier Lockwood e Ricardo Herz | Igreja da Sé (Olinda) - Participação especial de Siba, Antonio Nóbrega, Renata Rosa e Seu Luiz Paixão.

Filme
18h30 - Orquestra dos meninos, de Paulo Tiago | Pátio da Igreja da Sé (Olinda)

Sexta, 04/09
17h - Duo Milewski | Ordem Terceira do Carmo (Recife)
18h - St. Petersburg String Quartet | Igreja de São Bento (Olinda)
18h30 - Trio de Câmara Brasileiro | Igreja de São Francisco
19h - Toninho Horta | Igreja do Seminário (Olinda)
20h30 - Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e Luiz de Moura Castro | Igreja da Sé (Olinda)

Filmes
18h - Nós somos um poema, de Sérgio Sbragia e Beth Formaggini | Igreja do Seminário (Olinda)
18h30 - Música é perfume, de Georges Gachot | Pátio da Igreja da Sé (Olinda)

Sábado, 05/09
17h - St. Petersburg String Quartet e Luiz de Moura Castro | Basílica do Carmo (Recife)
18h - Sopro Brasil | Igreja do Rosário dos Homens Pretos (Olinda)
19h - Antonio Nóbrega e Orquestra Retratos do Nordeste | Igreja do Seminário (Olinda)
21h30 - Buena Vista Social Club Stars | Praça do Carmo (Olinda)

Filmes
18h - Raphael Rabello, de Lara Velho e Monica Camargo | Igreja do Seminário (Olinda)
18h30 - Um homem de moral, de Ricardo Oliveira | Pátio da Igreja da Sé (Olinda)

Domingo, 06/09
11h30 - Orquestra MIMO | Igreja da Sé (Olinda)
16h - Encontros (apresentações livres) | Coreto da Praça do Carmo (Olinda)
17h - Orquestra Sinfônica do Recife e Isaac Karabtchevsky | Basílica do Carmo (Recife)
18h30 - Joana Boechat | Igreja de São Francisco (Olinda)
19h - Jam da Silva | Igreja do Seminário (Olinda)
20h30 - Gonzalo Rubalcaba, David Linx e Sérgio Krakowski | Igreja da Sé (Olinda)

Filmes
18h - No tempo de Miltinho. De André Weller | Igreja do Seminário (Olinda)
18h30 - Simonal - ninguém sabe o duro que dei, de Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal | Pátio da Igreja da Sé (Olinda)

Segunda, 07/09
11h30 - OSBM - Encerramento do Curso de Regência | Igreja da Sé (Olinda)
16h - Grande Cia. Brasileira da Mystérios e Novidades | Praça do Carmo (Olinda)
18h - Quarteto Radamés Gnattali | Igreja de São Pedro (Olinda)
19h - Cesar Camargo Mariano | Igreja do Seminário (Olinda)
20h30 - Hermeto Pascoal e Grupo | Igreja da Sé

Filmes
18h - Quebrando tudo, de Rodrigo Hinrichsen | Igreja do Seminário (Olinda)
18h30 - Palavra (En)cantada, de Helena Solberg | Pátio da Igreja da Sé (Olinda)

(Diario de Pernambuco, 12/08/09)

Recitata leva poesia ao Pátio de São Pedro



A competição de performances poéticas Recitata começa hoje, às 19h, no Pátio de São Pedro (bairro de São José).

A quarta edição do evento é uma prévia do 7º Festival Recifense de Literatura - A Letra e a Voz, que será aberto oficialmente no próximo domingo. Este ano, 92 poetas participam da disputa em três dias de evento.

Hoje e amanhã haverá eliminatórias. A finalíssima será na sexta-feira. O prêmio para o primeiro colocado no voto do júri oficial e popular - formado na hora entre o público - é de R$ 1,4 mil. O segundo lugar ganha R$ 1 mil e o terceiro, R$ 600 mil. Os participantes podem se apresentar sozinhos ou em dupla, com tempo de 3 e 5 minutos para as apresentações, respectivamente.

Mesmo com pouco tempo de vida, a Recitata tem mobilizado poetas, performers e admiradores da declamação. "A oralidade e a performance poética remontam à tradição da literatura de cordel", diz Heloísa Arcoverde, gerente de literatura e editoração da Fundação de Cultura do Recife, organizadora do evento. "Nos inspiramos noSlam, que vi na França e vem dos EUA, torneio em que o público escolhe seus poetas".

O evento migrou da Rua da Moeda, no Bairro do Recife, para o Pátio de São Pedro, e será realizado uma semana antes do festival. "Atendemos o pedido dos próprios poetas", diz Arcoverde. "As pessoas não conseguiam participar das duas atividades. Além disso, o palco da finalíssima era muito grande e intimidava os participantes". Todas as apresentações são abertas ao público.

(Diario de Pernambuco, 12/08/09)

Tempos de paz // Quando emocionar vira questão de sobrevivência



No período pós-Guerra, milhares de refugiados se espalharam pela América na busca de um recomeço. Entre eles estavam intelectuais e artistas, que provocaram a formação de novas tendências.

Ao contar a história de um polonês que tenta a todo custo entrar no Brasil, Daniel Filho faz de seu novo longa, Tempos de paz, uma homenagem a imigrantes que marcaram a cultura nacional como Anatol Rosenfeld, Nydia Lícia, Otto Maria Carpeaux e Zbigniew Ziembinski.

Principalmente Ziembinski (1908-1978), pioneiro da dramaturgia nacional, com o qual Daniel Filho conviveu e sofreu influência.

Baseado no livro Novas diretrizes para tempos de paz, de Bosco Brasil, Tempos de paz é mais teatral do que televisivo - o plano original, aliás, era apenas filmar a encenação da peça. Há também um quê do antigo cinema europeu - fotografia granulada e cores "lavadas". Isso pode decepcionar parte do público que aguarda de Filho algo semelhante a seu filme anterior, o megasucesso Se eu fosse você. .

O verniz "global" inevitavelmente está lá. É sua escola. Mas o andamento suave e o ambiente clautrofóbico construído pelo confinamento dos personagens dão a impressão de que, aos 72 anos, Daniel Filho oferece sua obra mais autoral.

Tony Ramos é Segismundo, burocrata de gel no cabelo, bigode e terno engomado. Ele trabalha no departamento de imigração e se sente subutilizado - sua determinação sádica já foi melhor utilizada pelo Estado Novo de Vargas.

Enquanto as "novas diretrizes" não chegam, ele precisa cumprir as antigas e claro, descontar seu ressentimento na primeira vítima que lhe apetecer, no caso, o imigrante Clausewitz, vivido com dedicação por Dan Stulbach. Sob suspeita de ser membro do partido nazista, Clausewitz se diz agricultor ("o Brasil precisa de braços para a lavoura", repete), mas é na verdade um ator que decidiu mudar de ofício, após presenciar os horrores da guerra. O oficial, no entanto, precisa ser convencido disto.

É natural que o cinema de Daniel Filho, dado seu extenso trabalho na TV, tenha sido calcado na força dos atores. Em Tempos de paz, no entanto, o exercício da atuação é mais do que o centro no qual o filme se organiza. É sua mensagem principal. Assim como a situação imposta a Clausewitz/Stulbach, uma questão de sobrevivência.

(Diario de Pernambuco, 12/08/09)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Oficina de produção de vídeo com fotografias no Recife


Vinil verde, de Kleber Mendonça Filho, será estudo de caso

O cineasta Daniel Bandeira, da Símio Filmes, ministra oficina Produção de vídeo com fotografias nas Faculdades Integradas Barros Melo (AESO).

Será entre 24 a 28 de agosto, das 11h às 13h.

As inscrições estão abertas a partir de hoje, no site da instituição.

O investimento é de R$ 50.

Diretor, roteirista e montador de Amigo de Risco, Bandeira aborda o tema da oficina a partir da experiência que teve como montador do premiado curta Vinil verde, de Kleber Mendonça Filho.

O conteúdo programático prevê um estudo da narrativa cinematográfica através da fotografia e suas possibilidades estéticas e narrativas. A parte prática prevê a produção de vídeos, que serão exibidos no final das atividades.

Abbey Road, a foto, completa 40 anos



Mês que vem, o álbum Abbey Road completa 40 anos de lançamento.

No entanto, a célebre foto de Iain Macmillan, foi produzida em 08 de agosto de 1969. Ou seja, completou as quatro décadas há dois dias.

O nome do álbum veio depois do ensaio fotográfico. Assim como o nome do estúdio, uma homenagem da EMI após a separação da banda.

Pergunto:

O último álbum dos Beatles foi também o primeiro a usar uma fotografia "limpa" (sem arte complementar, título e outras interferências) na capa?

Depois da travessia, Abbey Road se tornou a rua mais famosa do mundo?


E a foto de Macmillan, talvez a mais parodiada?

Para conhecer todas as teorias de que Paul McCartney morreu em 1966, clique aqui.

E aqui, para assistir quem está cruzando a Abbey Road neste momento, em tempo real.

Cinema também é ecologia - Eco Cine Noronha começa hoje


Semeador urbano, de Cardes Amâncio (MG), será exibido amanhã

O Cinema Apolo recebe hoje e amanhã o festival de filmes ambientais Eco Cine Noronha. O programa traz 24 curtas e médias metragens na mostra competitiva. Eles concorrem pelo troféu Tartaruga de Ouro, feito de alumínio reciclado. Os filmes eleitos pelo júri popular serão exibidos em Fernando de Noronha, entre os dias 20 e 22 de agosto, em auditório fechado e também ao ar livre, na Vila dos Remédios.

O evento no Recife funciona como prévia para a etapa Noronha, que concentra a maior parte das atividades: oficinas de cinema de animação, com Lula Gonzaga e de produção e roteiro com Kátia Mesel (curadora do Eco Cine), exposições, palestras, instalações artísticas e apresentações musicais. No último dia, será inaugurado o Cineclube Fernando de Noronha, no Espaço Cultural Air France. Viabilizado pelo último edital do audiovisual do Funcultura, o local será o único espaço de exibição do arquipélago, que não tem salas de cinema. Na inauguração, estará presente a diretora da Cinemateca Francesa no Brasil, Catherine Faudry, que fará palestra sobre a parceria entre Brasil e França na difusão do audiovisual dos dois países.

A jornalista Carol Fleischman, produtora do evento, acredita que o cinema é a melhor ferramenta para a conscientização ambiental. "O objetivo é incentivar a produção e formar público para filmes com temática ecológica". Ela explica que o festival nasceu a partir de uma parceria com a Associação dos Artistas Plásticos de Fernando de Noronha. Outros parceiros são o projeto Tamar, que completa 30 anos e recebe homenagem.

No Cinema Apolo, o acesso ao evento é quase gratuito: basta trocar duas pilhas usadas por um ingresso. Uma boa forma de entrar no clima do festival. Mais informações: 3232-2028.

Programação Etapa Recife (Cinema Apolo)

Hoje

19h - Mostra competitiva de curta-metragens
Da lama aos caos, de Gabriel Rosas (DF)
Azul marinho, de Fábrio Borges Pereira (PE)
Calango lengo - Morte e vida sem ver água, de Fernando Miler (RJ)
Paraíso, de Alexandre Perim Monte (ES)
Meu sertão, meu lugar, de Wildes Sampaio (PE)
Salgueiro tem historia, de Wildes Sampaio (PE)
As estrelas do céu, de Wildes Sampaio (PE)
Lolô S.A, de Carlos Normando (CE)
Anjos de piauí, de May Waddington (PI)
Solta o passarinho, de Pedro Pazelli (RJ)
Curta a natureza, de Pedro Pazelli (RJ)

21h - Mostra competitiva de curta-metragens

Oikora, de Raimundo Alves (GO)
A guerra da água, de Edson Joel (SP)
Mar de dentro, de Paschoal Samorra (SC)
Jacuí - no coração do estado, de Juan Zapata (RS)
Neuronha, de Daniel Barros (PE)
Lagoa dos patos - mar de dentro, de Juan Zapata (RS)
Semeador urbano, de Cardes Amâncio (MG)
Ibicuí, rio das areias, Rene Goya Filho (RS)
Boca no lixo, Ligia Benevides e Marcela Borela (GO)

Amanhã

16h - Mostra competitiva de média-metragens
Quando a maré encher, de Oscar Malta (PE)
Mulheres de mamirawa, Jorane Castro (PA)
Espírito de porco, de Chico Faganello e Dauro Veras (SC)
A próxima mordida, de Ângelo Lima Goiânia (PE)

19h - Home - Meu planeta, minha casa, de Yann Arthus Bertrand

21h - Anúncio e exibição dos filmes premiados

(Diario de Pernambuco, 10/08/2009)

domingo, 9 de agosto de 2009

Vida traçada: Flávio Colin em livro da Marca de Fantasia



A editora paraibana Marca de Fantasia publica Vida traçada, um estudo de Gonçalo Júnior sobre Flávio Colin, um dos maiores artistas da história dos quadrinhos brasileiros.

É o 21º volume da Coleção Quiosque. Custa R$ 13, somente por encomenda.

A biografia aqui publicada traz informações não só da carreira profissional de Colin. Gonçalo foi até a infância do desenhista, marcada por um episódio trágico.

Fez parte da pesquisa três longas conversas com Dona Norma, a viúva de Colin.

Desde os anos 1950, Colin (1935-2002) produziu quadrinhos de diferentes gêneros. Do terror ao histórico (quadrinizou a Guerra dos Farrapos). Nas últimas décadas, se dedicou a temas do folclore nacional, como o Curupira.

Sua última fase se deu em parceria com o roteirista mineiro Wellington Srbek, com quem lançou o premiado Estórias gerais.



Leia matéria sobre a HQ aqui. Entrevista com Srbek aqui.

Roteirista e proeminente pesquisador dos quadrinhos, Gonçalo Jr. é autor de A guerra dos Gibis (Companhia das Letras), O homem abril (Opera Graphica), entre outros.

Encontro de exibidores gera Carta do Recife

Realizado no mês passado no Recife, o 1º Encontro Nacional de Programadores de Salas de Cinema Alternativas rendeu um documento que revela quais serão os próximos passos do setor, como a criação de um fórum virtual e de encontros periódicos.

Leia matéria sobre o encontro aqui.

Leia, a seguir, a carta do Recife na íntegra.

Carta do Recife

Nos dias 23 e 24 de julho de 2009, a Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, sediou o I Encontro Nacional de Programadores de Salas de Cinema Alternativas. Ao longo deste primeiro encontro, programadores de nove estados brasileiros (Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Sergipe e São Paulo) discutiram os principais problemas do setor, responsável pela manutenção da diversidade cinematográfica no País. Após o debate final, chegou-se à definição do presente documento, no qual estão relacionadas as principais diretrizes que, a partir de agora, irão nortear a atuação das salas formadoras deste circuito:

1- A criação do Fórum Nacional de Programadores do Circuito Alternativo de Cinema, que por meio de uma lista de discussão na Internet passará a trocar informações e a discutir propostas para o setor, além de realizar encontros periódicos.

2- A organização de um grupo de trabalho que irá identificar e cadastrar todas as salas de perfil alternativo – muitas delas ainda sem registro na Ancine – existentes no Brasil, atualizando permanentemente os dados relativos ao setor, com o objetivo de criar um circuito de exibidores.

3- Estudar, junto aos órgãos competentes, formas de auxiliar este circuito a realizar as adaptações tecnológicas necessárias em função da crescente migração para o suporte digital.

4- Reivindicar o estabelecimento de uma política específica para a área por parte do Ministério da Cultura e da Ancine.

5- Negociar junto às distribuidoras o estabelecimento de critérios mais claros para a cobrança do aluguel de cópias, a fim de evitar as atuais distorções, que estão inviabilizando cada vez mais a realização de mostras e a manutenção de uma programação qualificada.

6- Estabelecer um código de conduta que se comprometa a informar sempre à imprensa e aos espectadores sobre o suporte e a condição das cópias exibidas, bem como zelar pelo cuidado com as mesmas.

7- Sensibilizar as distribuidoras que abastecem o circuito alternativo sobre a necessidade de lançar mais cópias em 35mm, já que os atuais números (uma cópia, em média) são insuficientes para atender minimamente ao setor.

8- Pleitear junto às distribuidoras (majors e independentes) o depósito em cinematecas de um número ainda a ser definido de cópias 35mm após o período de exploração comercial. Isso irá permitir que a difusão para fins culturais de filmes de arquivo passe a ser uma realidade no Brasil, a exemplo do que ocorre em outros países, evitando a destruição por completo de todas as cópias existentes de um filme.

9- Reafirmar a sua condição de salas de exceção cultural, norteadas, antes de tudo, pelo compromisso em oferecer ao espectador uma programação diferenciada e com a formação de novos públicos.

10- No momento em que a maior parte do parque exibidor brasileiro está ocupada por apenas dois filmes, celebrar um compromisso de cooperação mútua e resistência, a fim de continuar trabalhando para a manutenção da diversidade de ofertas cinematográficas no País.

Com sede de cinema - entrevista com Lírio Ferreira



Quando criança, Lírio Ferreira queria ser engenheiro. Aos 15 anos, prestou vestibular para arquitetura, mas não passou. Era cinéfilo, mas nem passava por sua cabeça ser cineasta. Jogava futebol, treinava no juvenil do Sport. Logo trocou a bola pelo surfe. Na sequência, tentou jornalismo. Desta vez entrou. Ia pra faculdade de bermuda, queimado de sol. Lá, juntou-se a uma turma que em pouco tempo ganhou o mundo com um cinema instigante e criativo. Ao lado de Paulo Caldas, dirigiu Baile perfumado (1996). Com o reconhecimento, ganhou aval para rodar Árido movie (2005) com atores famosos como Selton Mello, Guilherme Weber, Giulia Gam, Renata Sorrah e Matheus Nachtergaele.

No documentário musical Cartola - Música para os olhos (2007), dividiu direção com Hilton Lacerda, parceiro de longa data. O projeto repercutiu positivamente e abriu caminho para O homem que engarrafava nuvens (2008), que na última terça-feira ganhou o prêmio da crítica no 19º Cine Ceará.

Após temporada no Rio de Janeiro, Lírio está de volta ao Recife, onde pretende permanecer até começar as filmagens de Sangue azul, sua volta ao cinema de ficção. Em entrevista ao Diario, ele fala sobre carreira, cinema e boemia, esta última, da qual tem sido personagem recorrente. Critica a "monocultura" do cinema comercial, capaz de manter dois terços das salas ocupadas por apenas dois filmes. E convoca a nova geração de cineastas pernambucanos: "não vamos mais viver de ciclos".

Entrevista // Lírio Ferreira: "Quero trabalhar mais no Recife"

Realizar o filme alterou sua ompreensão sobre a obra de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira?
Não há como sair incólume da experiência de fazer um filme sobre o universo do baião. Sempre ouvi , sabia da importância, mas não tinha a dimensão de como tudo aconteceu, até onde chegou.

Você pretende continuar na carreira de documentarista?
Pretendo, mas não agora. Quero voltar a trabalhar com atores. Adorei a experiência, foi muito bom fazer esses filmes, principalmente por relativizar a barreira entre gênero e bitola. Futuramente, penso em fechar uma trilogia. Passei pelo samba, o baião e quero fechar com algum personagem que representasse o pop e o rock.

E Sangue azul, quais são os detalhes?
Não tem nada muito definido. O primeiro tratamento do roteiro está pronto, mas ele vai mudar. Posso adiantar que é um filme sobre a impossibilidade de amar.

Entre 2007 e 2008 você lançou dois filmes. Já entre Árido movie e Baile perfumado, foram quase 10 anos. Por que tanto tempo?
Houve certa inexperiência de iniciante, umdeslumbre da minha parte. No Baile teve aquela repercussão toda, de curtir a viagem pelos festivais. Quando me dei conta, havia passado dois anos. Nesse tempo tinha escrito o roteiro de Cartola, com Paulo Caldas e Hilton Lacerda. Depois Paulo saiu, foi fazer o Rap do pequeno príncipe e ficamos eu e Hilton. Ao mesmo tempo, tive a ideia do Árido movie, o roteiro ficou pronto em 2001 e só consegui rodar em 2003. Em 2002 entrou O homem... E os projetos correram paralelamente.

Como começou sua carreira?
Estudei jornalismo com Paulo Caldas, Samuel Holanda, Adelina Pontual, Patrícia Alves. Paulo era o cineasta da turma e me convidou para ser assistente dele no Bandido da sétima luz, sobre Fernando Spencer. Foi a primeira vez em que trabalhei com cinema, em 1985. Cláudio Assis estudava economia, se aproximou da gente porque namorava uma das meninas. Nos juntamos e formamos o Avant-retrô, um nome completamente pernóstico, imagine, Vanguarda Retrô! Fizemos o primeiro roteiro, Biodegradável, que nunca virou filme. Logodepois Claudão ganhou um prêmio e foi fazer Henrique e convidou o Avant-retrô todo para trabalhar.

Ainda existe a "brodagem" dos primeiros tempos ou o clima está mais para disputa individual, para viabilizar o "seu"?
Rola de tudo, até confusão. Porque isso mexe com sentimentos. Não dá pra ser hipócrita e dizer que não existe disputa, apesar de saudável. Quem perde fica triste. Não cabe todo mundo. É paradoxal, pois ao mesmo tempo tem a brodagem de torcer pelo outro, fico superfeliz que Cláudio Barroso vai filmar este ano, Cláudio e Paulo também. Hilton está com Tatuagem, um projeto belíssimo. É a coroação de uma geração. E ainda tem a nova geração, que está botando pra quebrar.

A capacidade em usar limites técnicos e financeiros a seu favor marcou os primeiros filmes da retomada pernambucana. Você acredita que hoje a situação se inverteu - muitas câmeras nas mãos e poucas ideias nas cabeças?
As facilidades permitem o aparecimento de novos cineastas, com filmes maravilhosos ou ruins, em várias partes do Brasil. Isso é bom, as produções não estão mais concentradas no eixo Rio-São Paulo. Por outro lado, elas criam pessoas mais acomodadas, que nem sempre pensam num plano B. Antigamente, as pessoas pensavam duas vezes antes de ligar a câmera, ensaiavam mais, não podiam gastar muito negativo. Hoje fica pra resolver na montagem. Isso prejudica o foco, o olhar para a história.

Você é uma figura conhecida da boemia recifense. O que lhe interessa nesse contexto noturno?
Quando era mais novo, tinha uma relação mais cinematográfica. Hoje eu saio para relaxar mesmo. Sempre me interessei muito pelos personagens da noite. As pessoas que circulam pelas ruas, prostitutas, bêbados, travestis, ladrões, poetas, sempre tive um fascínio por esse mundo. Adoraria se pudesse sempre dormir muito tarde e acordar muito cedo. Esse é um dos grandes paradoxos da minha vida.

E o famoso beijo na boca de Lírio?
Já fui mais beijoqueiro (risos). Teve uma época que adorava beijar meus amigos. As pessoas comentavam. Uma vez até o Caetanocomentou. Sei que isso está fora de moda, mas passei a mania para outras pessoas, que eram reticentes no momento e hoje dão bastante beijo na boca...

Dizem que no Recife as pessoas já nascem artistas. E ultimamente há um boom de cineastas. Como você vê esse comportamento?
Não é de hoje que o Recife é uma cidade que respira cultura. Há a mistura de intelectualidade europeia com elementos da cultura popular. Isso explica um pouco essa necessidade do pernambucano de ser artista, sem necessariamente ter realizado algo. O audiovisual é a bola da vez porque está muito acessível, para o bem e para o mal. Ele está em voga, porque é uma maneira de falar e pensar o mundo de uma maneira rápida e direta. Assim como nos anos 90 muitas bandas foram inspiradas no manguebeat. O problema é que isso pode descambar para uma coisa de moda, de projeção. E não de passar o bastão.

É difícil ler uma crítica de um filme seu no jornal?
O problema está mais relacionado ao jornal do que aos críticos. Há pouco espaço para crítica,os cadernos estão ficando cada vez menores. Determinados filmes de entretenimento nem deveriam ser criticados, é um desperdício de espaço. Quanto à crítica, ela é fundamental, pois oxigena o cinema. Não acredito em pervesidade. O que muda é o gosto e a maneira de perceber. Não sou do tipo de ficar me lamuriando quando a crítica é negativa.

Árido movie gerou controvérsia por ser muito "aberto".
Ele é muito generoso, pois cada um sai com o seu final. É um filme pessoal, tem memórias, ideias, neuroses. As pessoas não precisam decifrar seus signos, mas podem senti-los. Ele é também uma homenagem à expressão Árido movie, cunhada pelo jornalista Amin Stepple, uma espécie de guru da minha geração. Sua visão instigante e provocativa foi fundamental para nossa formação. Adotamos o termo como contraponto ao mangue beat. Enquanto Glauber dizia "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", a gente disse "uma ideia na cabeça e um copo de uísque na mão".

Você despontou nacionalmente com Baile perfumado. De lá para cá, mudou a forma de entender o cinema?
Mudou menos a minha forma de ver cinema e mais a forma de ver a vida. Hoje, depois do sexo, drogas e rock'n'roll, que não foi uma conquista da minha geração, mas da que somos filhos e pudemos desfrutar, vejo um mundo completamente conservador, careta, bitolado, politicamente correto em tudo. Hoje o sexo é de uma caretice absurda, deixou de ser prazer para virar doença. As drogas, que eram usadas como algo sensorial, para abrir novos mundos, também viraram doença. E o rock também encaretou, tanto no visual quanto na maneira como se toca. Isso é muito triste, porque mina vários caminhos que poderíamos trilhar. Não sei se tudo aquilo em que acreditamos está morrendo, esse cinema provocante, instigador, reflexivo, difícil... Quando eu faço um filme, prefiro o desvio arriscado e desconhecido do que um caminho seguro e curto. Mantenho isso até hoje, com um olhar mais maduro. O frescor do Baile perfumado nunca vai ser o mesmo, mas mantenho meus "demônios". Continuo com a frase que encerra o Baile: "só os inquietos vão mudar o mundo". Significa o recado de uma geração de cineastas, que de alguma forma mudaram.

A política pública para o cinema está fortalecida em Pernambuco?
Sou de uma geração que mantinha relações de favor com o governo. Isso se quebrou. Espero que não volte mais. Hoje temos um canal de discussão aberto. Ainda não é o ideal, mas a gente chega lá. Esse espaço é de merecimento do cinema pernambucano, que colocou o estado na cinematografia mundial.

Você se envolve pessoalmente na batalha por recursos?
Com exceção do último, em todos os meus filmes sou produtor, diretor e roteirista.

Com eles dá para manter uma vida confortável ou você precisa de outras fontes?
Tenho graduação de jornalismo mas nunca exerci. Sempre vivi dos meus filmes. Tenho 44 anos e em raríssimas exceções estive empegado com carteira assinada. Desde 2001 vivi dos meus três últimos filmes, mas eles terminaram e eu decretei falência antes mesmo da crise mundial. Até agora, ou alguém me convida para fazer cinema ou videoclipe, ou faço projetos meus, que demoram certo tempo para se solidificar. Como só vou filmar em 2011, estou procurando emprego (risos). Quero trabalhar mais no Recife, pretendo ficar aqui por algum tempo.

A produção de filmes parece cada vez maior. O que falta para consolidar o cinema nacional?
O problema está na rede exibidora, que ainda está no sistema custo-benefício. Por isso, ela se concentra em grandes e poucos lançamentos, com risco zero para o exibidor. São filmes de grande bilheteria, para crianças e adultos que querem ser crianças. Deveria ser proibido dois filmes de 700 cópias cada entrar num país com 2 mil salas de exibição. Isso monopoliza o parque de exibição e causa um malefício absurdo. Mediocriza toda uma geração, criada com filmes banais, que não levam a pensar, que não incomodam. Cinema pra mim não é a maior diversão. Dos melhores filmes a que assisti, eu saí mal pra caramba, passei horas para digerir. Dizem que Glauber Rocha morreu para não ver esse processo. Se ainda estivessem no mercado, não sei se haveria espaço para ele e grandes gênios como Bergman, Antonioni e Fellini.

(Diario de Pernambuco, 09/08/2009)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

"Caramelo" // Longe da mesquita, as preocupações cotidianas


Curioso o longa Caramelo (Caramel, França/Líbano, 2007). Ao impor desgostos e alegrias a um grupo de mulheres de Beirute, direciona um olhar diferente para a bela e combalida capital. Nada de burkas, atentados a bomba ou fanáticos se flagelando na mesquita. Longe de qualquer estereótipo relacionado ao mundo árabe, é na intimidade de um salão de beleza que todos os dramas se resolvem.

Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, Caramelo revela para o mundo o talento de Nadine Labaki, diretora de videoclipes em seu primeiro trabalho para o cinema. Ela dirige e atua como Layale, proprietária do Si Belle, salão especializado em cortes de cabelo e depilação à base de açúcar derretido - o caramelo. Em torno dos cabelos negros e olhos amendoados de Layale estão clientes e funcionárias, envolvidas em preocupações de ordem pessoal: uma precisa de emprego; outra, forjar a virgindade para o noivo. A própria Layale ambiciona se aproximar de um policial casado.

Todos elesesbarram no maior dilema cultural vivido por jovens do Oriente Médio "democrático": assumir os valores liberais do Ocidente (o segundo idioma do Líbano é o francês) e seus consequentes itens de consumo, ou se curvar para a tradição conservadora baseada, entre outros princípios, na submissão da mulher ao homem. A tensão existe, mas não comprome a proposta de um filme leve, colorido e aprazível.

"Moscou", de Eduardo Coutinho, radicaliza na experimentação


Coutinho, Diaz e as regras do jogo

Ao final dos 78 minutos de Moscou, a reação estampada no rosto do público do Festival Paulínia de Cinema oscilava entre estranhamento e admiração. Não fosse o prêmio da crítica, sairia do festival de mãos abanando. Filme difícil. Até mesmo a parcela de cinéfilos e de iniciados nas artes cênicas, potenciais interessados pelo longa, terão dificuldade para acompanhar a narrativa fragmentada e obscura do novo trabalho de Eduardo Coutinho.

Em Moscou, Coutinho dá uma guinada com relação aos filmes que realizou ao longo da década. A investigação é a mesma de Jogo de cena, o filme anterior: localizar a linha - se é que ela existe - que separa ator e personagem, real e imaginário, ficção e documentário. O método, no entanto, é radicalmente outro. No lugar das longas entrevistas frente a frente, que se tornaram uma das marcas do diretor, entram em cena os atores do Grupo Galpão, convocados para ensaiar por três semanas a peça russa As três irmãs, de Anton Tchekhov. A peça nunca chegou a ser encenada. Foi proposta exclusivamente para ser matéria-prima fílmica.

Coutinho se manteve praticamente fora de cena. No começo, ele surge para estabelecer as regras ao grupo: conciliar memórias afetivas ao texto de Tchekhov. O objetivo inicial era reproduzir o texto completo durante o filme. O primeiro corte teve 4h40 de duração. Por sugestão do produtor João Moreira Salles, o corte final abre mão de cerca de 80% dos diálogos. Não apresenta os personagens, alguns interpretados por mais de um ator. Não diferencia exercício e cena. Tudo é válido, tudo é palco. O único sentido indispensável é expressar as inquietações do cineasta.

Do camarim à sala de ensaio, o diretor optou por exercer o mínimo de influência. Outorgou a tarefa para Enrique Diaz, um dos diretores do Galpão. Às câmeras, ordenou que circulassem à vontade entre os atores. O ponto máximo desse descontrole se dá quando a cena se desenrola no escuro absoluto, ocasionalmente iluminado por fósforos riscados pelos atores.

Para os personagens de As três irmãs, que habitam os confins da Rússia, Moscou é a promessa de uma vida melhor. No filme, é um destino abstrato, adaptável à imaginação. Coutinho, ao abrir mão de sua conhecida habilidade na condução do próprio filme, o torna aberto para que cada um que procure o seu.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

20 anos sem Gonzagão // Nem todos se lembram do Rei do Baião


O caderno Viver encerra hoje a série 20 Anos Sem Gonzagão, que desde o último domingo trouxe matérias, entrevistas e reportagens sobre o Rei e seu legado. Durante cinco dias, conversamos com pesquisadores, ex-parceiros, parentes, "afilhados" e também o herdeiro inconteste, o sanfoneiro Dominguinhos. Fomos até Exu para conferir in loco a falta que seu mais ilustre filho faz. Viajamos ao Ceará, terra de Humberto Teixeira, imprescindível parceiro de Asa branca e outros imbatíveis baiões. Por fim, mapeamos o alcance de sua obra, que transita, impávida, pelo improvável percurso que liga o sertão do Araripe aos clubes noturnos de Nova York.

Consciente do papel de Luiz Gonzaga na construção da identidade nordestina, o governo de São Paulo investiu R$ 1,5 milhão em três dias de homenagens, no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulista. A programação contou com 35 shows gratuitos com Dominguinhos, Alceu Valença, Elba Ramalho e Cordel do Fogo Encantado, espetáculos decirco e teatro e barracas de comidas típicas e artesanato. Representado por seus familiares, Gonzagão também recebeu a Ordem do Ipiranga, honraria mais elevada do estado. Mais de 200 mil pessoas compareceram ao evento.

Enquanto isso, em Pernambuco, o poder público tratou os 20 anos sem Luiz Gonzaga como fosse uma data qualquer. No último domingo, o principal programa foi promovido pela Prefeitura do Recife, através do Memorial Luiz Gonzaga, que realizou shows, oficinas e mostras no Pátio de São Pedro. Já o governo do estado apoiou a programação de Exu, realizada no Parque Aza Branca, antiga casa dos Gonzaga. O aporte foi de R$ 30 mil, a pedido da ONG que administra o espaço. Luciana Azevedo, presidente da Fundarpe, informou ao Diario que a grande celebração está reservada para o aniversário de Gonzagão, no próximo 13 de dezembro, quando o festival Pernambuco Nação Cultural encerra as atividades no Sertão do Araripe. "Esse foi o acerto com a região, discutido em fóruns", diz Azevedo. Como nas demais etapas dofestival, haverá shows, teatro e mostras de cinema, artes plásticas e fotografia.

Ela explica que a Fundarpe optou por investir na sustentabilidade do Aza Branca, tombado patrimônio estadual na última sexta-feira. O acordo prevê o levantamento do acervo de Luiz Gonzaga em parceria com a Fundação Gilberto Freyre e a recuperação física do imóvel que abriga o museu e a casa onde o artista morou. "Não trabalhamos de forma pontual. Estudamos por dois anos o tombamento. Conseguimos homologar no Diário Oficial no último final de semana", diz Azevedo, que na mesma visita, oficializou o Ponto de Cultura Alegria Pé-de-Serra, que também funciona no local.

(Diario de Pernambuco, 06/08/2009)