segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Cinema // Como festejei o fim do mundo
Demorou, mas Como festejei o fim do mundo, de Catalin Mitulescu, chegou ao Recife.
Em 2006, o filme romeno foi destaque da mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, que premiou a atuação de Doroteea Petre como Eva Matei, a jovem protagonista que tenta fugir do regime comunista e da opressão da própria família, confinada numa pequena vila à beira do Danúbio.
Produzido por Wim Wenders e Martin Scorsese, o longa está em cartaz no Multiplex Recife até a próxima quinta-feira, em sessões únicas às 19h.
Distribuída pela Pandora Filmes, a película se encontra em estado sofrível, é bom que se diga. No áudio, ruídos estranhos surgem a cada vez que alguém abre a boca; na tela, há um desfile constantes de manchas amarelas. Seria importante considerar o recolhimento da cópia antes que ela siga para outra praça.
Feita a advertência, ao filme.
De forma tranquila, assistimos ao dia a dia de uma comunidade semirrural. A estudante Eva não sabe, mas o ditadorda Romênia, Nicolau Ceausescu estava prestes a ser deposto, com a chegada de rebeldes a Bucareste. O ano é 1989, mas os costumes, o mobiliário, aparelhos eletrônicos e vestimentas levam a crer que tudo se passa em um tempo anterior.
Instigada pelos raros indícios do "mundo livre" que chegam às suas mãos, como um disco de rock, chicletes e barra de chocolate, Eva anseia escapar do controle rígido do pai e também da escola, que ensina música folclórica e preceitos do regime. Ao lado de seu pretendente a namorado, cujo pai é acusado por atividade subversiva, desenvolve estratégias para alcançar o território italiano.
Conformados, os mais velhos não querem confusão com oficiais do governo. Temem perder o trabalho, a terra e o pouco de liberdade que lhes resta. Assim, o pai de Eva insiste para que a filha se aproxime do filho do policial que ajuda e protege a família.
Lalalilu, o pequeno irmão de Eva, forma ao lado de outros dois meninos um núcleo infantil que parece importante para o diretor, que ali explora uma esfera narrativa fantasiosa, colorida, sem compromisso com a realidade. No entanto, sua principal licença poética diz respeito a todos que desejam - ou já desejaram - cruzar o Danúbio.
(Diario de Pernambuco, 24/08/09). Com alterações.
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