quinta-feira, 6 de agosto de 2009

20 anos sem Gonzagão // Nem todos se lembram do Rei do Baião


O caderno Viver encerra hoje a série 20 Anos Sem Gonzagão, que desde o último domingo trouxe matérias, entrevistas e reportagens sobre o Rei e seu legado. Durante cinco dias, conversamos com pesquisadores, ex-parceiros, parentes, "afilhados" e também o herdeiro inconteste, o sanfoneiro Dominguinhos. Fomos até Exu para conferir in loco a falta que seu mais ilustre filho faz. Viajamos ao Ceará, terra de Humberto Teixeira, imprescindível parceiro de Asa branca e outros imbatíveis baiões. Por fim, mapeamos o alcance de sua obra, que transita, impávida, pelo improvável percurso que liga o sertão do Araripe aos clubes noturnos de Nova York.

Consciente do papel de Luiz Gonzaga na construção da identidade nordestina, o governo de São Paulo investiu R$ 1,5 milhão em três dias de homenagens, no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulista. A programação contou com 35 shows gratuitos com Dominguinhos, Alceu Valença, Elba Ramalho e Cordel do Fogo Encantado, espetáculos decirco e teatro e barracas de comidas típicas e artesanato. Representado por seus familiares, Gonzagão também recebeu a Ordem do Ipiranga, honraria mais elevada do estado. Mais de 200 mil pessoas compareceram ao evento.

Enquanto isso, em Pernambuco, o poder público tratou os 20 anos sem Luiz Gonzaga como fosse uma data qualquer. No último domingo, o principal programa foi promovido pela Prefeitura do Recife, através do Memorial Luiz Gonzaga, que realizou shows, oficinas e mostras no Pátio de São Pedro. Já o governo do estado apoiou a programação de Exu, realizada no Parque Aza Branca, antiga casa dos Gonzaga. O aporte foi de R$ 30 mil, a pedido da ONG que administra o espaço. Luciana Azevedo, presidente da Fundarpe, informou ao Diario que a grande celebração está reservada para o aniversário de Gonzagão, no próximo 13 de dezembro, quando o festival Pernambuco Nação Cultural encerra as atividades no Sertão do Araripe. "Esse foi o acerto com a região, discutido em fóruns", diz Azevedo. Como nas demais etapas dofestival, haverá shows, teatro e mostras de cinema, artes plásticas e fotografia.

Ela explica que a Fundarpe optou por investir na sustentabilidade do Aza Branca, tombado patrimônio estadual na última sexta-feira. O acordo prevê o levantamento do acervo de Luiz Gonzaga em parceria com a Fundação Gilberto Freyre e a recuperação física do imóvel que abriga o museu e a casa onde o artista morou. "Não trabalhamos de forma pontual. Estudamos por dois anos o tombamento. Conseguimos homologar no Diário Oficial no último final de semana", diz Azevedo, que na mesma visita, oficializou o Ponto de Cultura Alegria Pé-de-Serra, que também funciona no local.

(Diario de Pernambuco, 06/08/2009)

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