segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Fortaleza // Ídolo do rock encerra turnê brasileira
Dos fundadores do rock, Chuck Berry é um dos poucos que está entre nós, mortais, agraciados pela sua aparição, a primeira e única no Nordeste. Durante cerca de uma hora, o célebre guitarrista tocou Roll over Beethoven, School days, Rock'n'roll music, Maybellene e seu hit máximo, presente em qualquer top ten das melhores canções pop do século 20, Johnny B. Goode.
O "culto" se deu sábado à noite, na casa de espetáculos Siará, espécie de Chevrolet Hall da capital cearense. Generoso, Berry fez o show mais longo da turnê brasileira, que passou por Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte. Normalmente, seus shows duram entre 40 e 50 minutos. Talvez por ser a despedida do público brasileiro - ele voltou ontem a St. Louis, sua cidade natal. Ou quem sabe porque esse senhor de chapéu de marinheiro, fivela dourada no colarinho e sapatos brilhantes se instigou com as mocinhas que dançaram no palco enquanto cantava Sweet little sixteen.
Ícone dos anos 50, Berry atraiu uma plateia heterogêneae de várias cidades. Havia cadeiras, mas praticamente ninguém ficou sentado. Os mais incontidos subiram no palco para dançar ao lado do ídolo, mesmo que por alguns segundos. "Foi histórico. Ele deu o máximo, fez um show vibrante", disse Dastael Cyrenol. Integrante da banda Rebelvis, ele veio do Rio Grande do Norte com mais 25 integrantes do Natal Rock Club. "Ele ensinou todos nós a tocar", revelou Rafael Prado, da banda Kentucky, de country rock. E na categoria "todos nós", Prado esqueceu de dizer, é preciso incluir os Beatles, Rolling Stones e Bob Dylan.
Sorry Clapton: Berry is God. Um deus imperfeito, é verdade. Que acumula episódios questionáveis e uma carreira mal administrada, que o obriga a manter agenda cheia, mesmo aos 82 anos de idade, ao lado do filho Chuck Jr., também guitarrista. No palco, o desgaste é evidente. Com sua inseparável Gibson vermelha, o mestre atropelou o grupo mais de uma vez. E sua guitarra resmunga tanto quanto ele deve ralhar fora do palco. E daí? Estamos diante de um fundador do rock. Sua presença resolve tudo. A banda que se vire pra acompanhar. Meninas de 20 anos gritando para um senhor de 82 é a lição do mestre. Quem tem um bom riff tem tudo.
(Diario de Pernambuco, 24/08/09). Com alterações.
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Um comentário:
eu tava lá! huuuuuuuu
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