sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Devir lança "O Sonhador", de Will Eisner



A Devir Livaria acaba de lançar O sonhador (56 páginas, R$ 22), de Will Eisner.

Inédita no país, O sonhador conta a história de um rapaz idealista que sonha em trabalhar no que mais gosta: desenhar quadrinhos. Ele enfrenta várias dificuldades, pois tudo se passa entre 1937 e 1939, um pouco antes da Segunda Guerra ser deflagrada. Naquele período, a indústria dos comics norte-americanos ainda engatinhava, e o livro conta um pouco sobre esses primórdios, do qual o próprio Eisner fez parte.


1941 - WILL EISNER EM SEU ESTÚDIO, EM MANHATTAN

"O Sonhador, embora tenha sifo inicialmente elaborado como uma obra de ficção, no fim tomou uma forma de um relato histórico. Tudo isso saiu do armário desordenado onde guardo lembranças amareladas da minha experiência", diz Eisner, no prefácio original, escrito por ocasião de seu lançamento nos EUA, em 1986. Na época, o criador de Spirit e precusor do conceito de graphic novel já era um nome consagrado no universo dos quadrinhos.

Altamente recomendado.

FIHQ no Overmundo



Desde o começo deste mês, estou escrevendo oficialmente para o site Overmundo. É um espaço virtual colaborativo, de código aberto, em que as pessoas podem enviar notícias sobre cultura do Brasil - isso vale pra você também!

Entre outros textos, escrevi um balanço da nona edição do Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco. Para ler, basta clicar aqui. Assim como neste blog, aguardo sua visita e comentários também por lá.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Segundo volume de Lost Girls: ainda mais apimentado



Estas são as poucas cenas "censura livre" contidas no segundo volume da trilogia em quadrinhos Lost Girls (Devir Livraria, 112 páginas, R$ 65), de Alan Moore e Melinda Gebbie.

Nele, as meninas crescidas Alice, Dorothy e Wendy continuam explorando a amizade íntima que construíram, enquanto narram umas às outras as aventuras sexuais que as lançaram, quando adolescentes, aos fantasiosos universos do País das Maravilhas, Oz e Terra do Nunca.



PRECIOSA POESIA VISUAL DE MELINDA GEBBIE

Tudo se passa em 1913, nas dependências de um luxuoso hotel austríaco. Sob a tutela de Alice, a mais experiente do trio, elas conduzem o leitor a um mundo de prazeres sensoriais e perceptivos.

Numa bela entrevista que o jornalista Diego Assis publicou no site de notícias G1, Alan Moore diz que Lost Girls só foi possível graças à extraordinária relação de intimidade desenvolvida com sua companheira, a desenhista Melinda Gebbie, que permitiu a ambos expressar suas mais profundas fantasias sexuais.

Ele ainda explica que, apesar de não ter a intenção de chocar ninguém com o livro, ele se coloca contra a hipocrisia ocidental de reprimir o sexo no dia a dia, ao mesmo tempo em que o torna objeto de lucro de uma indústria cultural de bens de consumo.



Discussões políticas à parte, As terras do nunca está ainda mais picante, poético e exuberante do que o primeiro livro, Meninas crescidas.

Aqui, entende-se pelo viés psicanalizante, a quem é o gato sorridente de Alice, o Capitão Gancho (um senhor pedófilo que estragava as brincadeiras sexuais de Peter Pan, Sininho e Wendy) e do Espantalho que... bem, é melhor eu não dizer mais nada, a não ser isso: Lost Girls, a HQ que devolveu à pornografia ao estado da arte.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Zé Pereira nº2 traz HQ inédita de Allan Sieber



A revista Zé Pereira nº2 traz uma HQ inédita de Allan Sieber.

Hitler no Leblon revela que o temido líder nazista se misturou aos brasileiros, sob o apelido de "Dodô". Entre festas de universitários e passeios na praia, ele acaba finalmente conhecendo a favela, e se emociona:



Além do trabalho de Sieber, esta edição da Zé Pereira traz matérias sobre a vida no bairro carioca de Santa Tereza, outra sobre o mercado informal de cabelos, uma crônica ilustrada de Ota sobre seu encontro com o Saci-Pererê e, no final, a página de humor "Mal Necessário", assinada por Arnaldo Branco.

A revista está nas bancas somente do Rio de Janeiro, mas pode ser comprada pela internet mediante módicos R$ 2, através do email cartas@revistazepereira.com.br .

Angeli, de volta à Piauí



Angeli está de volta às páginas da revista Piauí. Na capa, e em quase todas as páginas. Neste mês de outubro, o periódico carioca comemora um ano de existência.



No desenho da capa, terroristas árabes parecem ter feito de refém um pinguim de geladeira vestido como Che Guevara. É uma brincadeira com a capa da edição número 2 da revista, que tinha o mesmo sugestivo objeto em cima da geladeira.

Entre as matérias, que tratam de Paulo Maluf a Evo Morales, é possível encontrar várias tirinhas de Angeli, todas da série já famosa nos jornais, "A República dos Bananas". Para falar no assunto, escalaram ninguém menos do que Millôr Fernandes.

Millôr define Angeli não como artista maldito, mas como "revelador" de tipos que estão em todos os cantos, apesar da convenção social não permitir enxergá-los como realmente são. "O desenho do Angelí é a busca, bem-sucedida, de retratar os escrotos que estão diante de nós e nós não vemos. (...) Diz aí, Amália, é porque são nosso reflexo"?


"ANGELI NÃO ANDA EM TURMA", DIZ A LEGENDA

domingo, 21 de outubro de 2007

Notícias do primeiro 24HCD Recife



Visitei agora há pouco o estúdio da Oi Kabum!, no Recife Antigo, onde estão em regime de internamento os participantes do 24 Hour Comic Day - Recife. Quando cheguei lá, quase bebi um líquido preto num copo descartável pensando que fosse café. Era tinta nanquim.

Nesta primeira edição do evento que encerra as atividades do circuito experimental do FIHQ, os três melhores trabalhos ganham troféus, kits de quadrinhos, e a oportunidade de ter seu trabalho publicado numa coleção.

A produção está alta, tem desenhista quase terminando as 24 páginas - e olha que não havia passado nem 12 horas desde o início do desafio. O que tornou o local uma bagunça de tinta, papel, pincel e bolsas espalhados por todo o lado.

Tudo começou às 9h de sábado, quando a organização deu a largada oferecendo dois temas para livre escolha dos participantes. Um deles, Anderson Lucena, começou desenhando um tema, mas, lá pelas tantas, mudou de opinião e começou tudo de novo. Ele disse que sua HQ é sobre a indústria do consumo e da guerra, sendo George Bush e Bin Laden são dois lados da mesma moeda. Veja uma amostra de seu trabalho:







Já Anaíra Mahin, em plena página 10, ainda não sabia dizer qual o tema escolhido. Deixou para decidir durante o processo. Está criando uma história-fluxo-de-consciência conduzida por uma galinha d'angola (ou guiné), e onde a própria autora é uma das personagens:



Além do indispensável café preto, a organização do 24HCD providenciou um tratamento vip para receber os desenhistas, o que inclui café da manhã, almoço e janta (tipicamente pernambucana: macaxeira com charque), além de dois lanches com direito a melancia, sanduíche de queijo e refrigerante. Tudo grátis, assim como o material de trabalho: canetas, nanquim, godês, lápis, pincéis, estiletes, cola e apontadores.

Bem estruturada e de localização central, a sede da Oi Kabum! é uma grande aliada para a viabilidade e continuidade do projeto. O coordenador Romo Oliveira diz que para o evento melhorar ainda mais, só falta uma premiação em dinheiro. Ele também adianta que o Recife: 12 horas de HQ, continua como forma de aquecimento para o 24HCD.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Tudo pronto para o 24HCD Recife



Começa amanhã (sábado) a edição recifense do 24 Hour Comics Day (24HCD), o desafio internacional de criação de quadrinhos. A partir das 9h, no estúdio da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia (Rua do Bom Jesus, 147 – Bairro do Recife), 10 artistas terão o prazo de 24 horas para produzir uma história em quadrinhos de 24 páginas.

Os três melhores ganham troféus, kits de quadrinhos, e a oportunidade de ter seu trabalho publicado numa coleção. O nome dos 10 classificados está publicado no blog do evento, que promete uma ampla cobertura online.

Quem quiser acompanhar o 24HCD Recife pessoalmente, é só chegar no endereço acima. O horário de visitação foi delimitado entre as 9h e 21h de sábado. Depois das 21h, as portas da Oi Kabum! estarão fechadas, mas o concurso segue até as 9h do domingo.

De acordo com o coordenador Romo Oliveira, está tudo certo para começar o desafio. Ele disse que, dos eventos sediados no Brasil (o 24HCD acontece também em Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba), a edição recifense terá a melhor estrutura.

Coordenado pela Acape, Livrinho de Papel Finíssimo Editora e Estúdio Celeiro de Quadrinhos, o 24HCD Recife faz parte do Circuito Experimental do 9º Festival Internacional de Humor e Quadrinhos, uma realização conjunta da Acape e da ONG Auçuba - Comunicação e Educação, com patrocínio do Funcultura, apoio da prefeitura do Recife e da gráfica Centauro/Kyocera.

Graças à essa rede de patrocínio e apoio, os organizadores do evento conseguiram uma boa estrutura para os maratonistas, que receberão tratamento cinco estrelas totalmente grátis: material completo de desenho, três refeições, dois lanches, frutas, colchonetes, e muito café preto. "Só pedimos para os concorrentes trazer travesseiro, se for o caso", brinca Romo.

O 24HCD foi criado em 1990, pelo célebre Scott McCloud, artista e teórico dos quadrinhos, autor de Desvendando os quadrinhos, Reiventando os quadrinhos e Desenhando quadrinhos.

Durante uma década, ele existiu em menor escala, em que cada participante trabalhava por conta própria ou em pequenos grupos. A primeira edição de peso aconteceu em abril de 2004, quando 500 desenhistas trabalharam em 57 eventos simultâneos. No ano passado, ele reuniu 1.200 desenhistas de 17 países. Este ano, foram cadastrados 92 eventos em 18 países ao redor do mundo.

domingo, 14 de outubro de 2007

No ar: RALmanaque, o blog do RAL



RAL tarda, mas não falha. Até dois meses atrás, este veterano das artes gráficas era impossível de ser encontrado em qualquer quadrante desta grande – infinita, há quem garanta – internet. O que contribuiu para sua fama de artista um tanto quanto lendário. Experimente procurar por "RAL" no Google, e terá como resultado direcionamentos para um sistema alemão de orientação de cores (padrão RAL) e para a Rede Avançada de Locação. Sugerindo um possível erro de digitação, o sistema de busca sugere uma nova pesquisa, com a palavra-chave REAL.

Destarte (para usar outro verbete pré-web), digitar hoje seu nome junto à sigla FIHQ, significa encontrar mais de mil notícias sobre Romildo Araújo Lima. Todas dizem respeito à sua participação no 9º Festival Internacional de Humor e Quadrinhos de Pernambuco (confira cobertura em posts anteriores do Quadro Mágico), onde recebeu as devidas homenagens e honrarias, e teve seu personagem, o Boi Misterioso, promovido a mascote e troféu. Ponto para o evento: elevou RAL à altura que merece, e apresentou sua arte para novas gerações.


RAL BRINCA COM UM DE SEUS DESENHOS EXPOSTOS NO 9º FIHQ

Em quase 40 anos de atividade profissional, RAL teve seu trabalho publicado em praticamente todos os jornais e revistas pernambucanos, além da Gazeta Mercantil e revistas do Rio e São Paulo. Além disso, foi colaborador constante do Pasquim, desde a fase mais heróica de resistência à censura dos generais.

De uns anos pra cá, RAL viveu certa reclusão artística, mas continuou trabalhando como designer e ilustrador de publicações institucionais. Feliz com a homenagem recebida pelo FIHQ, o artista experimenta um momento de retorno para o mundo de onde ele nunca deveria ter saído: o do humor gráfico.


CARTUM DE RAL PUBLICADO NO DIARIO DE PERNAMBUCO

O primeiro passo foi aceitar a homenagem do festival. O segundo foi voltar a assinar cartuns para o Diario de Pernambuco, jornal em que foi editor de arte por mais de duas décadas. O terceiro foi dado ontem à noite, quando colocou no ar seu blog, o Ralmanaque.

A proposta do RALmanaque é intercalar material inédito com sua vasta e heterogênea produção de tiras, charges, cartuns e ilustrações.

No primeiro post, a grata surpresa de conhecer uma nova - e recém-nascida - personagem: Lalá, baseada na netinha Larissa. Deste escriba, somente um comentário: Lalá vai longe.

O Quadro Mágico entrevistou RAL, que no momento organiza seu primeiro livro-coletânea de desenhos, com o mesmo título do blog. Confira no post abaixo os melhores momentos da conversa.

Quadro Mágico entrevista RAL: "o Pasquim foi o meu curso superior"



Quais quadrinhos você lia quando criança?

Gostava de Cavaleiro Negro, Batman e Tarzan. Dos outros, o estilo desenho não me agradava, mas as histórias sim: Brucutu, Perdidos no Espaço... gostava das tirinhas, essa coisa da seqüência.

Você já gostava de desenhar naquele tempo?
Meu irmão desenhava bem, e eu comecei a imitá-lo. Ele fazia revistinha no caderno da escola, ou no papel de pão. Ele pedia na padaria, e desenhava histórias completas. Com 13 anos, fiz um curso de desenho, em Arcoverde (interior de Pernambuco). Meu irmão, não. Ele já estava adolescente, e queria outras coisas. Vi o anúncio oferecendo o curso: Escola Pan-americana de Arte, “o curso dos famosos artistas” (risos). Entre eles tinha Ziraldo. Nem sabia o que era cartum, queria ser desenhista de quadrinhos. Mandava trabalho, e eles avaliavam, até receber o diploma. Em 1966, minha família resolveu se mudar para o Recife, e eu resolvi tentar a minha área.

Então você começou cedo.
É, foi uma aventura. Em 1968, com 17 anos, fui colaborador do Jornal do Commercio, tentando cavar um local pra mim.Eu acreditava em outra coisa. Meu irmão começou a trabalhar em seguro, área administrativa, minhas irmãs foram ser professoras. Nessa época, a pressão era pra deixar de desenhar, e procurar um emprego, coisas que dão dinheiro. Mas eu vivia freqüentando uma banca de revista de um tio meu. Um dia, vi uma que tinha um tipo de concurso pra publicar na revista deles, da editora Edrel (Editora e Distribuidora de Livros e Revistas, de São Paulo). Na época nem chamava de cartum, era do tipo “anedotas e piadas”. Mandei o material dentro do estilo, aquela coisa mais do humor pelo humor, só pra fazer graça. E consegui entrar como colaborador, trabalhando daqui. Fiz um pezinho de meia.

Quando a Edrel fechou as portas, fiquei de novo num mato sem cachorro (risos). Tive que procurar outra alternativa além do cartum. Aí procurei meu amigo Ivan Maurício, que tinha uma publicação alternativa chamada Resumo, e comecei a publicar por lá. Depois, conheci um amigo dele, um psicólogo chamado Ronaldo, que me indicou pra uma agência de publicidade. Peguei também o trabalho publicado na Edrel, e consegui publicar na coluna de um jornalista chamado Paulo Fernando Craveiro, que trabalhou muito tempo na imprensa. Depois eu o encontrei já no Diário de Pernambuco, quando fui editor de arte.

A partir de quando foi isso?
Em 1995, quando entrei no Diario como ilustrador, não existia setor de arte. Era só o departamento comecial, que fazia os anúncios, e um infografista chamado Júnior. Em 1997, Ivan Maurício deu esse empurrão e criou o setor. Me chamou, chamou Júnior, e eu chamei João Lin. Lá de dentro, consegui tirar Paulo Brasil, que ainda hoje trabalha lá. Fiquei no Diario até 1998, quando Mascaro ainda era estagiário. Daí passei três meses na Folha de Pernambuco, e de lá fui pra Gazeta Mercantil. Não deixou de ser escola, já que não existia escola de desenhista.

E no Pasquim, como você entrou?
Graças ao sustento que ganhava fazendo jornais institucionais, pude colaborar com cartuns para o Pasquim. O Pasquim eu também conheci nessa banca do meu tio. Um dia eu tava lá, e chegou um jornal estranho, com uma entrevista com o Ibrahim Sued. O Pasquim foi a minha escola. O primeiro grau foi o curso de desenho; o segundo foram os jornais locais; o Pasquim foi o meu curso superior (risos). Foi quando comecei a fazer as coisas com uma noção maior de engajamento.


CAPA DO PASQUIM NÚMERO 1

Você colaborou com o Pasquim estando o tempo todo no Recife?
Sim. Eu visitei uma vez a redação do Pasquim no Rio de Janeiro. Fui pro Rio com meu material de quadrinhos pra ver se publicava um livro, intitulado Know-RAL. Não consegui, mas conheci Ziraldo, Jaguar, Millôr...(risos). Logo depois, quem chegou foi José Lewgoy. Presenciei a secretária chegando com um pacote de envelopes com o material censurado. Eles ficaram indignados.


RAL AO LADO DO BOI MISTERIOSO, SUA CRIAÇÃO MAIS FAMOSA, E QUE GANHOU UM BONECO GIRATÓRIO NO FIHQ

Qual é a história do Boi Misterioso?
Mais uma vez, Ivan Maurício (risos). Ele estava como editor do Diário da Noite, mantido pelo Jornal do Commercio – que era um Folha de Pernambuco da época. Ele chamou a mim, Paulo Santos e Bione, e disse: “vocês vivem reclamando que não tem espaço pra publicar tira. Então vamos publicar”. Nenhum deles fez, e então pensei: “é a minha chance”. Comecei a rabiscar, pensando no bumba-meu-boi que eu via no interior, e pensei: “é um bom personagem”. Mas eu não sabia a parte toda do folclore do boi. Um dia estava conversando com Ivan, e ele tinha um livro de Hermilo Borba Filho com uma parte só sobre isso. Eu peguei o livro – nunca mais devolvi (risos) – e comecei a ver os personagens: o Capitão, a Catirina, dá pra fazer uma brincadeira com isso. E já que estávamos na ditadura, coloquei o Capitão como a autoridade, e o Boi como o povão. Apesar do bumba-meu-boi original ser bem colorido, lá embaixo está alguém, uma pessoa pobre, oculta. Pensei: “vou colocar isso pra frente: o boi vagabundo, com a roupa remendada”.

Quais são seus novos projetos?
Eu acho legal o blog, porque não precisa de editor pra distribuir, não é? (risos) Comecei, mas não amarrei, porque se não alimentar, não tem graça. Quando tiver alguma coisa nova, publico (nota: a entrevista foi feita antes de RAL lançar o blog). Para o ano que vem, pretendo reunir meu trabalho em antologia. Uma vez fiz uma aposta com Clériston*, pra ver quem fazia um livro primeiro. Somos dois preguiçosos!

* Antonio Clériston, autor do projeto HQCD: e o som virou quadrinhos, e chargista diário da Folha de Pernambuco.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Saiba tudo sobre o 24 Hour Comics Day no Recife



Formalmente, o FIHQ 2007 terminou neste último domingo.

Paralelamente, ele continua até 22 de outubro, através da programação do Circuito Experimental, sob o comando da Livrinho de Papel Finíssimo Editora e Estúdio Celeiro de Quadrinhos.

Durante os últimos 30 dias, o circuito lançou novos títulos da coleção Olho de Bolso, ofereceu oficinas de fanzine, projetou e publicou quadrinhos nas paredes da cidade.

Agora, se prepara para realizar a extensão recifense do 24 Hour Comics Day (24HCD), o concurso internacional de criação de histórias em quadrinhos.

Esta é a quarta edição do 24HCD. No ano passado, ele reuniu 1.200 desenhistas de 17 países. Este ano, até o momento, estão cadastrados 88 eventos, em 16 países ao redor do mundo.

Além do Recife, participam mais três cidades brasileiras: Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba.

São apenas 10 vagas para participar do 24HCD Recife. As inscrições, gratuitas, estão abertas para maiores de 16 anos, até 17 de outubro, através do e-mail 24hcd-2007@acape.org.br . O regulamento está no site da Acape, junto com a convocatória e o cartaz.

No 24 Hour Comics Day, cada participante deve produzir uma HQ completa com 24 páginas, no período de 24 horas. A competição começa às 9h do sábado, dia 20, e termina às 9h do domingo, dia 21. Os três melhores trabalhos recebem troféus, kits de quadrinhos, e serão publicados numa coleção de até três volumes, produzida pela Livrinho de Papel Finíssimo Editora. O resultado será divulgado até as 19h do domingo.

Os organizadores reservaram o estúdio da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia (Rua do Bom Jesus, 147 – Bairro do Recife) para servir de quartel general do evento. Lá dentro, haverá toda uma estrutura para receber os quadrinhistas. Até às 21h, o local estará aberto para quem quiser acompanhar a maratona. Após o horário, as portas se fecham para o público, mas o concurso continua até o dia seguinte.

Haja café preto.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Uma HQ para dias chuvosos


"A PRIMAVERA REINICIA O PROCESSO DANDO AO MUNDO AS FERRAMENTAS PARA O PRÓXIMO OUTONO"

Dia de chuva em Olinda. Bom pra ficar em casa. Melhor ainda, bem acompanhado.

Estando ou não ao lado do seu xodó, o Quadro Mágico recomenda para dias como hoje o romântico livro em quadrinhos 12 Razões para amá-la (Devir Livraria, 152p. R$ 22,00).



As 12 razões são fruto da parceria entre Jamie S. Rich (texto) e Joëlle Jones (desenhos), sobre o relacionamento do casal Gwen e Evan. Cada capítulo sugere uma música diferente, e conta, sem ligação entre si, diferentes momentos da vida dos jovens pombinhos.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Última semana de FIHQ 2007 - confira a programação


SÉRIE "IBICUS", DESENHADA POR PASCAL RABATÉ

Eis que, aos 44 minutos do segundo tempo, o Festival Internacional de Humor e Quadrinhos ganhou ainda mais fôlego. Este último final de semana do evento, que termina no domingo, se ilumina com a presença do ilustrador francês Pascal Rabaté. O artista faz palestra grátis neste sábado, às 15h, no auditório da Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia (Rua do Bom Jesus, 147, Bairro do Recife).

Com formação pela Escola de Belas Artes de Angers, Rabaté possui mais de duas dezenas de obras publicadas. Seu trabalho mais conhecido é Ibicus, adaptação do romance de mesmo nome do escritor Aléxis Tolstoi, que narra aventuras ocultas durante a tomada da Rússia pelos revolução socialista, em 1917.

O FIHQ termina domingo, mas a festa de encerramento é hoje, no Burburinho Bar e Comedoria (Rua Tomazina - Recife Antigo). Começa às 22h, e terá jazz e do blues ao vivo com a banda El Mocambo. Haverá ainda mini-exposição, com trabalhos de alguns participantes do festival. Os ingressos custam R$ 3. Informações pelo telefone (81) 3224.5854.

As exposições seguem até o domingo na Torre Malakoff, com horário estendido das 15h às 22h. Além dos 194 trabalhos selecionados em cinco categorias pela mostra competitiva (veja os vencedores aqui), existem individuais de Ral (artista homenageado), dos gêmeos paulistanos Fábio Moon e Gabriel Bá, dos mineiros Nelson Cruz e Márcio Leite, do paraibano Shiko, do cartunista paulista Baptistão e do piauiense Jota A. A entrada é gratuita.

Confira agora a seleção que o Quadro Mágico fez dos trabalhos expostos:


ARIANO SUASSUNA, POR BAPTISTÃO


ILUSTRAÇÃO DE NELSON CRUZ PARA MOBY DICK


CARTUM DE JOTA A


CARTUM DE MÁRCIO LEITE


CARTUM DE RAL, SELECIONADO PELO SALÃO DE BERLIM 1975


CARTUM DE RAL PUBLICADO PELO PASQUIM


CARTUM DE LI XIAOANG (CHINA), MENÇÃO HONROSA NO FIHQ 2007

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Capa do CD Sabiá Sensível é o novo trabalho de Victor Zalma



O artista gráfico Victor Zalma acaba de produzir a capa do primeiro CD da banda Sabiá Sensível. Para quem quer conhecer melhor a arte deste jovem talento pernambucano, basta clicar aqui e também aqui.