terça-feira, 29 de abril de 2008

Tem arte na capa da banda Anjo Gabriel



Esta é a capa do CD da Anjo Gabriel (Ripohlândia Records).

Banda da nova safra do rock pernambucano. Na formação, Marco da Lata (baixo e voz), Cristiano (guitarra e voz), André Sette (teclados), Junior da Jarra (bateria e percussão) e Ch Malves (bateria e percussão).

A arte é baseada nos cartazes do antológico Filmore East Festival.

Para conehecero som do grupo, basta encomendar um disquinho pelo telefone (81) 8885-0632 ou escrever um email para marcodalata@hotmail.com

Delivery Service of Corpse - cliente morto não paga??



Em uma universidade budista de Tókio, alunos com habilidades paranormais abrem a empresa KUROSAGI, em japonês, serviço de entrega de corpos.

Clientes não faltam: cadáveres com assuntos pendentes entre os vivos. Procura grande, concorrência zero.

Esse é o enredo de Delivery Service of Corpse, mangá de Eiji Ohtsuka e Housui Yamazaki lançado este mês pela Conrad.


UM DOS CLIENTES DA PROMISSORA EMPRESA

Se trata de uma série de suspense e terror, com toques de humor negro.

O segundo volume se encontra em pré-venda no site da editora, ao módico preço de R$ 12,90.

Quem disse que cliente morto não paga??

domingo, 27 de abril de 2008

Lalá, de volta ao RALmanaque



Lalá está de volta ao RALmanaque.

Desta vez, a pequena telespectadora critica a cobertura midiática em torno da morte da menina Isabela.

A personagem, baseada na netinha do cartunista RAL, foi criada no final do ano passado, quando seu site entrou no ar.

De lá pra cá, ela vem aparecendo esporadicamente, entre uploads de trabalhos anteriormente publicados em jornais e revistas.

Em 2007, o Quadro Mágico publicou uma entrevista com RAL. Para ler, clique aqui.

sábado, 26 de abril de 2008

Lançamento da revista Fusão #18



A equipe de editores da Fusão convida para o lançamento da Fusão #18.

Será hoje (26, sábado), às 19h, no Bar de Seu Biu, Rua do Sossego, 144, Boa Vista, Recife.

Evandro Q? faz o lounge sound, de acordo com ele, "pra todo mundo ficar bêbado ou ler a revista 245 vezes com muito xaxado kraftwerkiano".

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Cavani Rosas lança nova HQ



Cinco histórias em quadrinhos desenhadas por Cavani Rosas são lançadas hoje (23 de abril), às 19h, em festa no bar Capitão Lima (Rua do Lima, 100, Santo Amaro), no Recife. O evento contará com a presença do autor.

As HQs formam o primeiro número da revista Argonauta (26 páginas + encarte), que será vendida por R$ 8 e R$ 15 (pacote com dois). Dentro dela, vem encartado o panfleto Alerta Geral, também com linguagem de quadrinhos, distribuído nas ruas do Recife em 1986, agora reeditado por causa de seu tema atual (a descaracterização urbana da cidade).

As histórias reunidas na Argonauta são Deixem Diana em Paz (com roteiro de Fred Navarro), Malassombrado (escrita por Bráulio Tavares), Amor à primeira vista (texto de Eddy Gomes) e Voyager (do próprio Cavani). Todos os desenhos são do artista, mas as histórias têm estilos e gêneros diferentes entre si.

Apesar de ser mais conhecido como artista plástico, Cavani começou a carreira na década de 1960 como ilustrador e quadrinista. Colaborou para publicações como Folha de São Paulo, Diario de Pernambuco, Jornal do Commercio (PE), Continente Multicultural e Le Monde Diplomatique-Brasil.

Argonauta é uma publicação totalmente independente e foi impressa na Livrinho de Papel Finíssimo Editora.

sábado, 12 de abril de 2008

Shiko, de volta ao Recife



Shiko está de volta ao Recife.

Ano passado o promissor artista gráfico paraibano esteve na cidade a convite do Festival Internacional de Quadrinhos de Pernambuco. Na ocasião, ele fez uma palestra e deu uma oficina sobre experimentalismo na criação gráfica.

Desta vez, ele traz o que ficou faltando: uma exposição de seu trabalho.

Ah! Inferno Pra ter Cão - encantos e tentações de uma cidade tem abertura marcada para esta segunda-feira, 14.04, às 20h, no Bar Central (Rua Mamede Simões, 144 - Boa Vista). O momento inclui discotecagem de DJ Tales. Entrada franca. Mais informações pelo 8709-3905.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Arte para cartaz de divulgação do festival Abril Pro Okki



Fui raptado. Os terroristas deixaram o bilhete abaixo:
***
olá, humanidade

geladeira institucional orgulhosamente apresenta.

organização do reino das trevas: porrada hardcore satanico eletronico, besta fera 666: pazzuzu, canticos em lingua céltica neanderthal

grilówsky acústico: voz e violão, canções de amor chapação sexo alcool e rock n roll.

manu chauzinho do amparo: paulinho do amparo querendo agradar voces.

não vai ter show do geladeira metal.

maravilhosos dj´s nossos amigos:

catarina dee jah, evandro q?, fernandinho "viadagem" peres.

e grande performance do travesti das sobrancelhas loiras: cláudia cyss. acho que é tipo playback de madonna.

tudo isso quinta que vem, 17 de abril de 2008, 22:00hs
no bar virgulino, r. do sol, numero tal, olinda. bar do gran mestre okki osbourne.
lá tem sinuca e um clima underground que lembra o pocoloco.

fiz um lindo cartaz para que voces roubem e mostrem aos seus amigos.

beijos

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Tem arte na capa do CD da Orquestra Contemporânea de Olinda



Paulinho do Amparo aprontou mais uma. Desta vez é a arte da capa do CD de estréia da Orquestra Contemporâea de Olinda.

Paulinho é autor de alguns dos encartes mais bacanas da cidade. Tome como exemplo os trabalhos com a Mundo Livre, Shina-o-town, 3 Ets Records! e para o filme Baixio das Bestas, de Cláudio Assis.


CAPA PARA BEBADOGROOVE VOL 1. - MUNDO LIVRE

O álbum da Orquestra Contemporânea tem 11 faixas, e conta com a participação especial de Isaar de França, Maestro Ademir Araújo (da Orquestra Popular do Recife) e DJ Rossi Love.

O show de lançamento será no domingo, 27 de abril, no coreto da Praça do Carmo, em Olinda. Entrada franca.

Por enquanto, o disquinho será vendido somente duranto o show, ao preço de R$ 10. O motivo é que o grupo fechou contrato com a Som Livre, que fará a divulgação e distribuição nacionalmente.

Para uma prévia, basta acessar o MySpace da Orquestra, onde estão disponíveis seis das onze faixas do CD.

Retratos de Guerra - O Fotógrafo, de Didier Lefrève



A série francesa O Fotógrafo – uma história no Afeganistão, consagrada por trazer o testemunho sobre um país arrasado pela guerra, chega ao segundo volume de sua versão brasileira.

Seu valor não está somente nas fotografias que denunciam os absurdos belicistas, ou revelam as áridas paisagens do Afeganistão e a cultura de seu povo. Está na linguagem adotada para contar essa aventura de forma direta e fluida: a de história em quadrinhos.

O fotógrafo que dá título ao livro é o francês Didier Lefèvre.

Nos anos 80, ele acompanhou uma equipe da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) em uma expedição de três meses ao Afeganistão. Com a guerra fria dominando o mundo, o País fora invadido por tropas soviéticas. Em rápida resposta, os Estados Unidos abasteceram os rebeldes com armas e suprimentos, o que alimentou uma guerra de nove anos (1979-1988).

Quinze anos depois, as fotos e depoimentos de Lefèvre serviram de matéria prima para Emmanuel Guibert e Fréderic Lemercier produzir uma história em quadrinhos diferente de qualquer outra.

Nela, os desenhos coloridos se intercalam com pequenas fotografias em seqüência, espalhadas pelas páginas, tecnicamente conhecidas como “copião”. Graças a ao “copião”, é possível eleger qual a melhor imagem e enquadramento para ampliação. É possível acompanhar esse processo ao ler o livro: as fotos marcadas com caneta vermelha indicam o trabalho de Lefèvre. Logo após, a fotografia ampliada dá a dimensão impactante de seu olhar.



Narrada em primeira pessoa por Lefèvre, O Fotógrafo chama a atenção para o corajoso trabalho das equipes da MSF, que muitas vezes arriscam entrar clandestinamente em países em conflito para cuidar de sua população.

Criada em 1971, a organização já atuou em dezenas de guerras, sendo o Afeganistão o primeiro país a receber um projeto de longo prazo. Atualmente, a MSF mantém 22 mil profissionais e em mais de 70países, inclusive o Brasil.

No primeiro livro, a caravana cruza infinitos vales e montanhas arenosas para oferecer serviços médicos às vitimas da guerra. Além das dificuldades enfrentadas, suas fotos em preto-e-branco registraram paisagens e costumes de um país predominantemente muçulmano.



Neste segundo volume, a expedição chega a seu destino: um precário casebre que servirá de hospital para toda a região de Zaragandara. No mesmo dia, pessoas surgem com diferentes problemas, de acidentes caseiros a ferimentos graves provocados pelo conflito armado. O dia a dia dos médicos não é fácil. A procura é grande, e as condições de trabalho são terrivelmente baixas.

Uma das melhores passagens do livro se dá quando o fotógrafo, impressionado com as baixas condições de higiene e a completa falta de estrutura do local, pergunta a um médico como é possível exercer a profissão em condições tão adversas como aquela.

“Gosto muito do progresso. Os scanners, os exames complementares... Ainda bem que eles existem! Mas, quando não existem, é preciso fazer sem eles. E aí você reaprende a ficar atento, a escutar um corpo, a interpretar um suor frio ou uma linha que está ficando azul. Você reaprende a essência da profissão”, responde o médico.

Ao contrário dos colegas médicos, esta foi a primeira visita de Lefèvre ao Afeganistão – ele retornaria ao País algumas vezes, inclusive durante a guerra provocada pelos atentados de 11 de setembro. Além disso, esteve em outros países acompanhando os MSF, como Libéria, Kosovo, Sri Lanka e Camboja. A atividade o tornou mundialmente conhecido.

Lefèvre morreu aos 49 anos, em janeiro do ano passado, vítima de um ataque cardíaco. Algumas semanas antes, foi premiado pelo salão de Angoulême pelo terceiro e último volume de O Fotógrafo. Seu trabalho continua disponível na internet, através do site Digital Roads.

De acordo com a assessoria de imprensa da Conrad, O Fotógrafo Vol. 3 será lançado no Brasil ainda este ano.

FOTOJORNALISMO OU QUADRINHOS?
O Fotógrafo é um livro de fotojornalismo ou de quadrinhos? Por usar das duas linguagens de forma inédita, configura algo híbrido, quem sabe um novo produto de comunicação.

O jornalismo em quadrinhos é quase tão antigo quanto a imprensa. No Brasil do século 19, por exemplo, o pioneiro Ângelo Agostini denunciou abusos contra escravos através de desenhos legendados em seqüência nas páginas dos jornais.

Apesar da longevidade do gênero, reportagens em quadrinhos ganharam notoriedade a partir de 1992, quando Art Spiegelman, filho de judeus poloneses, ganhou o prêmio Pulitzer por Maus – relato de um sobrevivente.

O reconhecimento público trouxe à tona relatos de guerra em quadrinhos publicados anteriormente, como a série GEN Pés descalços¸ em que o japonês Keiji Nakazawa faz um emocionante relato sobre os absurdos da guerra e como sobreviveu à bomba de Hiroshima. E abriu caminho para uma nova geração, cujo maior representante é o jornalista e desenhista Joe Sacco. Entre seus livros estão Palestina – uma nação ocupada, Sarajevo e Área de Segurança: Gorazade, todos publicados no Brasil pela Conrad Editora, a mesma que agora traduz O Fotógrafo.

Por sua vez, a fotografia de guerra começa em 1854, na Guerra da Criméia, registrada pelo inglês Robert Fenton. A partir dos anos 1920, fotógrafos ganharam agilidade e mobilidade com as máquinas portáteis. Seu auge aconteceu no Vietnã – o maior exemplo é a imagem de uma garota correndo com o corpo queimado pelo napalm, que fez a opinião pública mundial voltar-se contra a ocupação norte-americana.



Ao contrário das atuais coberturas de guerra, em que notícias impessoais são produzidas à distância a partir de material de agências internacionais, o testemunho visualmente instigante de O Fotógrafo é mais uma prova de que os quadrinhos podem tratar temas complexos como a guerra com mais profundidade e humanismo do que na anestesiada grande mídia.

** originalmente publicado no Caderno B da Gazeta de Alagoas.

João Lin assina capa do CD de Tonino Arcoverde



Arte de João Lin para Chuva, novo álbum de Tonino Arcoverde.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Réquiem para um sonho: Epiléptico, de David B **



“Sonhar, contar. Eu nasci para isso”, confessa o artista francês David B. ao leitor de Epiléptico - Volume 2 (Conrad, R$ 44,90), livro que encerra a série originalmente publicada em seis volumes sob o nome de L'Ascension du Haut-Mal (em francês: A ascensão do grande mal). Agora, é possível acompanhar até o fim a viagem confessional de Pierre-François Beauchard – nome de batismo do desenhista – em torno da epilepsia de seu irmão mais velho, Jean-Christophe. Conviver com a incurável doença foi um verdadeiro pesadelo em família. Por sua vez, a angústia representada em desenhos rendeu uma das mais fascinantes histórias em quadrinhos já feitas.

No primeiro volume, David B. encontra na própria imaginação um refúgio para a alma. As inúmeras crises do irmão mobilizam a família no que virou uma eterna busca da cura. Ao longo dos anos, peregrinaram atrás de qualquer possibilidade de tratamento ou até mesmo alívio: medicina convencional, homeopatia, macrobiótica, terapias alternativas, filosofia, religiões e curandeirismo.



Agora, entre a adolescência e vida adulta, Jean-Christophe se apega à doença para garantir a segurança e o afeto familiar. Cada vez mais próximo do ostracismo, se incentivado a procurar novos tratamentos, Jean-Christophe transforma sua fixação pelo nazismo em perigosos acessos de raiva e violência.

Enquanto enfrenta as amarguras de lidar com o irmão, Pierre François se define enquanto profissional do lápis e papel. Assim como era quando criança, David continua a preferir os fantasmas de sua “floresta imaginária” a encarar monstros bastante reais como a epilepsia do irmão (brilhantemente representada por uma mistura de serpente e dragão chinês), e toda a sorte de médicos, especialistas e gurus que se propuseram a cuidar da doença. Adota o nome David (por afeição à cultura judaica) e, no lugar das batalhas históricas que tanto o fascinaram na infância, passa a desenhar seres oníricos, inspirados na literatura fantástica e nas ciências ocultas. Pouco tempo depois, David passa estudar publicidade em Paris, dando início à sua trajetória profissional.



O sentimento e frustração e impotência por não curar o irmão isolou David em seu próprio mundo, onde imaginava vestir uma armadura medieval. Foi sua forma de se proteger e seguir em frente. Quando Epiléptico foi publicado, até mesmo sua família se surpreendeu com suas histórias, guardadas por tantos anos, somente confidenciadas a seus leitores. Sorte nossa. Se tivesse recorrido à psicanálise para exorcizar seus fantasmas, não faria um livro tão impressionante, e assustadoramente humano.



DAVID B., MONSTROS E FANTASMAS
Aos 50 anos, David B. figura no rol de desenhistas que expandiram a linguagem dos quadrinhos. Durante décadas, ele sonhou em salvar o irmão da epilepsia, assim como trazer da morte o avô materno. Sentimentos que refletiram na sua existência e influenciaram decididamente a sua expressão artística. Para ele, desenhar “é uma maneira de espantar a infelicidade. É uma mágica”, revela, nas páginas de Epiléptico. “Eu li um monte de histórias que me fizeram bem. Eu também gostaria de tocar as pessoas com os meus livros”, completa o autor.

Com excepcional liberdade de expressão, David B. extrapola o gênero autobiográfico ao acrescentar profundidade existencial à narrativa. Esta, fragmentada e hipnótica, é construída por referências filosóficas e citações poéticas, reminiscências infantis e representações gráficas de sentimentos. Além disso, há a metalinguagem. Este recurso que encontrou terreno fértil nas HQs, está presente de tal forma que fica impossível separar as desventuras da família Beauchard do processo criativo do autor.



Ao longo de duas décadas, David B. buscou formas de traduzir em imagens sua convivência íntima com a epilepsia. A gramática dos quadrinhos por ele adotada se mostrou não somente a melhor, mas a única maneira de comunicar essa experiência em sua totalidade. A literatura está lá, como elemento básico em sua formação pessoal. Assim como as artes plásticas – a solução encontrada para representar a epilepsia no corpo do irmão passa claramente pela estética cubista.

No final dos anos 1970, Will Eisner elevou o status das histórias em quadrinhos ao nível de arte, ao publicar uma série de álbuns sob o conceito de literatura gráfica, ou graphic novel. A partir de então, um debate se abriu em torno do tema: seriam os quadrinhos um subgênero literário ou uma arte em si? Com arroubos de genialidade, Epiléptico coloca ponto final na discussão.

** originalmente publicado no Caderno B, da Gazeta de Alagoas