sexta-feira, 28 de março de 2008

Coleção Olho de Bolso tem lançamento em São Paulo



A coleção Olho de bolso será lançada em São Paulo, será neste sábado, 29 de março, 19h30.

O evento será na HQ Mix Livraria - Praça Roosevelt, 142, Centro, telefone pra informações: (11) 3258-7740.

Abaixo, texto do release:

Entre os meses de agosto de 2007 e fevereiro de 2008 doze publicações autorais chegam às ruas, ou melhor... Às mãos, olhos e bolsos do Recife. Doze autores das mais variadas vertentes do trabalho imagético foram estimulados a criar um livreto de baixo custo e alta qualidade. Eram eles ilustradores, designers, grafiteiros, cartunistas, quadrinistas, artistas plásticos e um ator de teatro. Todos realizaram suas obras em tamanho A6 e no máximo 32 páginas. O resultado é uma fascinante coleção entre os mais variados universos visuais. Antes restrito ao circuito recifense e agora lançada em São Paulo.

Imagens em trânsito pela cidade. Coleção habitual e urgente. Pensamento icônico do viver e traduzir a experiência partilhada da criação, da recriação, da modificação das coisas do mundo pelo olhar do desenho e da escrita. As poéticas traçadamente desenhadas pelas mãos dos autores revelados, reunidos, religados pela sensação do olhar o mundo, o sonho, fazem desta coleção, já, uma raridade. Mas o que encontrar nessas páginas vindas do Recife?

O abrir do livro, do livreto, abre a imaginação, conduzindo-nos a novas letras, diálogos e outras tantas narrativas ilustrativas que confidenciam algo visual a nos tornar cúmplices, leitores. Há poesia, brincadeira e provocação, como é, sempre, na vida latente e periférica.

Idéia dos novos, muitos nomes e possibilidades de edições outras e variadas. Os de agora são: Laerte Silvino, Serjão, Rodrigo Braga, Maurício Castro, Galo, Greg, Moa, HKE, João Lin, Rosinha, Zaza e Mascaro. Publicação independente da capa a contracapa, pelo meio, mais para cima ou para baixo, no bolso da gente. Livros de qualidade autoral promovendo a parceria entre a Livrinho de Papel FinÍssimo Editora e a RagÚ zine, com apoio institucional da Associação Cultural e Musical da Barriguda e patrocínio da Prefeitura da Cidade do Recife.

sábado, 8 de março de 2008

Novos títulos da editora Marca de Fantasia

A editora paraibana Marca de Fantasia acaba de lançar mais dois números da série Veredas, dedicada a estudos acadêmicos sobre comunicação e artes.



O primeiro título é O documentário paraibano no cinema brasileiro - Mito, reconstituição e ficção em Aruanda (R$ 10), organizado por Lúcio Vilar e Cecília Porto.

O livro reúne artigos dos críticos e cineastas João Batista de Brito, Wills Leal, Jean-Claude Bernardet, Sílvio Da-Rin e Amir Labaki, acerca do cultuado filme do paraibano Linduarte Noronha, que também é nome de festival.



O segundo, O príncipe lê jornais: cotidiano e poder no jornalismo impresso (R$ 14), tem organização do professor da UFPB Wellington Pereira, e é fruto de seus estudos com alunos sobre as mídias e sua relação com o cotidiano.

Os livros estão à venda somente no site da editora.

A Marca de Fantasia é uma editora independente, com base em João Pessoa, PB. Fundada há mais de 10 anos, seu objetivo é publicar e discutir quadrinhos, fanzines, e demais artes gráficas. Recentemente, este blog publicou um post a respeito, com uma longa entrevista com Magalhães.

Sua mais nova série se chama Biografix, dedicada a mestres da HQ e catuns brasileiros. A Caravela, de Nilson; Shima: HQs clássicas de um samurai dos quadrinhos, de Julio Shimamoto; e Você sabia?, de Edson Rontani são os lançamentos mais recentes.

Por email, Henrique Magalhães antecipa os próximos lançamentos:

"O próximo número do Top! Top! trará uma longa entrevista com Edgar Franco, realizada por Michelle Ramos, do sítio ZineBrasil, tratando das investigações desse autor no campo das histórias em quadrinhos eletrônicas e outras áreas de seus estudos. O número seguinte fará uma homenagem a Henfil".

Professor de comunicação, Henrique disse ao Quadro Mágico que está iminente a criação do Núcleo de Histórias em Quadrinhos na UFPB: "Agora que estamos implantando o Mestrado em Comunicação, ficará mais fácil montar um núcleo de pesquisa em histórias em quadrinhos. Estamos elaborando o projeto, que deve estar pronto neste semestre".

Curso de quadrinhos autorais no Recife



Estão abertas as inscrições do Curso Autoral de Quadrinhos. Ele acontece em Recife, de 15 de março a 28 de junho. Dez vagas disponíveis.

Quem promove o curso é o Centro Pernambucano de Design
. As aulas são aos sábados, de 9h às 13h, A mensalidade é de R$ 120, com material e apostila inclusos.

Os professores são Vítor Batista e Henrique Koblitz, artistas gráficos do coletivo editorial Livrinho de Papel Finíssimo.

Segundo eles, o objetivo do curso é a "formação de novos autores no universo da arte seqüencial, tendo como principal enfoque as histórias em quadrinhos e seus incontáveis gêneros difundidos ao redor do mundo. Métodos de trabalho, recursos narrativos, simbologia e lingüística, criação de personagem, aulas de desenho, mídia digital, produção independente e a potencialidade da livre informação serão alguns dos principais tópicos a seres explorados".

O Centro Pernambucano de Design fica no segundo andar da Casa da Cultura (Rua Floriano Peixoto, bairro de Santo Antônio). Informações e inscrições pelo telefone 3424-2158, ou direto com os artistas: Vitor Batista - 8634.4683 e Henrique Koblitz - 8830.0479.

sábado, 1 de março de 2008

Que teus olhos sejam atendidos: "Persépolis" em desenho animado



A HQ autobiográfica Persépolis, de Marjane Satrapi, expandiu um pouco mais o alcance dos quadrinhos confessionais e intimistas.

Persépolis também busca reconstituir um passado recente, vivido pelo povo iraniano. Para tanto, faz uso da memória coletiva acerca da "revolução" islâmica, cujo maior representante foi o Aiatolá Khomeini. Curiosamente, nao há sequer menção ao notório lider durante toda a narrativa de Satrapi.

Sua versão animada, dirigida por Vincent Paronnaud e a própria Marjane Satrapi, guarda forte semelhança com a HQ, tanto no eixo verbal quanto visual. O prêmio do júri do Festival de Cannes 2007 não é também um reconhecimento ao potencial dos quadrinhos como expressão audio-visual.

Vale salientar que o desenho fica longe de ser uma transposição doentia, quadro a quadro, da obra original. Pelo contrário, busca definir uma identidade própria, ciente de que faz parte de outra linguagem - a do cinema.

A história de Marjane está toda lá, condensada em certos momentos, estendida em outras passagens. Seqüências inteiras sumiram; outras, inéditas, saltam aos olhos.

O que garante identidade própria ao desenho animado é seu conceito visual, que preserva a proposta original criada pela artista, ao mesmo tempo em que incorpora som e movimento de forma bastante natural.

As vozes originais, entre elas, das atrizes Catherine Deneuve e Chiara Mastroianni, estao naturalmente sincronizadas com a vida e o perfil de cada personagem. Os oportunos momentos musicais levam a questionar quando poderemos ler HQs com soundtrack.

Principalmente a parte em que Marji toca em alto volume uma fita cassete do Iron Maiden, comprada no mercado negro iraniano. A contagiante alegria da menina, desesperada para esquecer toda aquela guerra e preconceito ao redor, é um dos momentos altos do filme.

As cores surpreendem logo nos primeiros minutos. Elas simplesmente não existem na HQ, totalmente desenhada em preto e branco alto contraste, como em xilogravuas.



No desenho, o colorido surge como recurso para separar a vida adulta da protagonista (tempo atual), que hoje mora na França, das lembranças de quando viveu no Irã e na Austria. Além disso, tons de cinza estão em todo o longa, principalmente nos cenários, o que resultou num aspecto menos caricato e mais realista do que os personagens aparentam.