quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Lançamento: A Força da Vida, de Will Eisner



A Devir Livraria tem feito um belo trabalho em editar obras do mestre Will Einser no Brasil. Depois de Um contrato com deus e O sonhador, é a vez de A força da vida (152 páginas, R$ 38).

Inédita no Brasil, a história leva o leitor a um tempo-espaço essencial ao universo de Eisner: a New York dos anos 1930. Naquele tempo, os EUA amargavam a histórica depressão econômica, causada pela quebra da bolsa de valores, em outubro de 1929.

Mais especificamente, o livro é uma viagem à Avenida Dropsie, um tipo de cortiço situada no bairro do Bronx. Velha conhecido dos admiradores de Will Einser, é naquele endereço que residem os pobres e desconhecidos personagens criados pelo desenhista.




Judeus, negros, italianos, escoceses, todos em busca da sobrevivência, pouco importam seus nomes: Jacob, Willie, Weiss. Gente a qual não se prestava muito atenção.

Filho de imigrantes judeus, Eisner cresceu entre essa gente. Ao contrário da minoria abastada, e de seus próprios pares, o desenhista extrai brilho de cada pequena chantagem conjugal, de cada angustia da existência, do dia a dia de labuta na busca do pão, da imposição de regras religiosas, do encontro com a vida quando não há mais esperança.

Pioneiro na arte de traduzir o drama humano em quadrinhos, a sétima arte deve muito a Will Eisner. Com suas narrativas entrecruzadas e melancólicas, A Força da Vida é um de seus melhores momentos.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Lundu nº3 traz galinha guiné, metalinguagem e autocrítica por Anaíra Mahin



Imagens da revista Lundu nº3.

Feita no melhor estilo do-it-yourself ("formatinho", xerox pb, independente, 26 páginas, R$ 3) por Anaíra Mahin.

Cresceu com relação aos números anteriores, que têm o formato de bolso.

A revista tem apenas uma história, protagonizada por Guiné, uma galinha de angola estudante de ciências sociais.



Foi criada durante a edição recifense do 24HCD, um concurso global cujo desafio é criar a melhor HQ de 24 páginas, em até 24 horas. Anaíra participou, mas sua história não convenceu o júri do evento. Mesmo assim, publicou seu trabalho por conta própria, na Lundu.

O sufoco para Anaíra cumprir o prazo do concurso foi tão grande que ela dividiu isso com o leitor.


METALINGUAGEM POUCA É BOBAGEM

Os acessos de autocrítica torna o todo ainda mais interessante:


Para comprar um exemplar, basta escrever para anaira.mahin@gmail.com .

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

No ar: Território Marginal



Muito bom o Território Marginal, blog de Vítor Batista, do coletivo Iraq.

Quadrinhos existencialistas, experiências de linguagem, reflexões e hai kai's gráficos.

Para conhecer, clique aqui.

Recife: João Lin promove Oficina de Ilustração Digital



O artista gráfico João Lin abriu nova turma para seu curso de ilustração digital, sediado na Oi Kabum! Escola de Arte e Tecnologia.

As aulas começam em 11 de março. Vagas limitadas a oito alunos (um computador por pessoa).

A carga horária é de 18 horas-aula, das 19h às 22h.

Inscrições pelos fones 3224-5656 / 9667-0394 ou email joaolin@terra.com.br, ao valor de R$ 220. A Oi Kabum! fica à Rua do Bom Jesus, 147.

+ uma de Mascaro

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Marca de Fantasia – exemplo de qualidade e independência editorial



Durante boa parte do dia, Henrique Magalhães trabalha na Universidade Federal da Paraíba, onde dá aula de laboratório de pequenos meios para estudantes de comunicação. Nas horas livres, em vez de descansar, ele começa outro expediente, dedicado a fazer livros e revistas em quadrinhos. Henrique é dono da Marca de Fantasia, a editora independente e absolutamente não-comercial, que há mais de dez anos vem prestando grande serviço aos quadrinhos nacionais.

A Marca de Fantasia começou como fanzine, que circulava em João Pessoa nos idos de 1985. Após voltar da França, onde se pós-graduou no tema, Henrique decidiu ampliar seu trabalho para um projeto editorial mais abrangente, que contemplasse inclusive livros teóricos sobre quadrinhos, fanzines e artes afins.


A NOVA ONDA DOS FANZINES, DE HENRIQUE MAGALHÃES

Para um independente, o catálogo de Henrique impressiona. Dos 70 títulos já publicados, cerca de 50 estão disponíveis em seu catálogo virtual, vendidos ao preço máximo de R$ 15.

Essa fantástica fábrica de revistas em quadrinhos funciona no conforto de um apartamento, na beira mar de João Pessoa. O equipamento – um computador conectado a uma impressora laser, está montado num quarto simples e tranquilo, ideal para a atividade. Nas paredes, estantes revelam o estoque de edições disponíveis para envio imediato. Ao redor há algumas telas, algumas assinadas por Shiko, uma das melhores revelações dos quadrinhos autorais brasileiros dos últimos anos.


MARGINAL, COLETÂNEA DO TRABALHO DE SHIKO EM FANZINES

Além de Shiko, cujo trabalho está na coletânea Marginal, a Marca de Fantasia publicou praticamente todos os artistas paraibanos em atividade: Mike Deodato, Cristóvão Tadeu, Emir Ribeiro, e o próprio Henrique, que além de editor e pesquisador, cria seus próprios quadrinhos.


TOP! TOP! 23 APRESENTA ENTREVISTA INÉDITA COM O GAÚCHO EDGAR VASQUEZ

Semestralmente, o fanzine Top! Top! (o nome vem da onomatopéia feita pelas mãos do Fradinho, o mais sacana personagem de outro Henrique, o grande Henfil) traz uma seleção de quadrinhos que inclui material estrangeiro, além de entrevistas com artistas e estudiosos - as mais recentes são com o paulista Marcio Baraldi, o gaúcho Edgar Vasquez (criador do antológico Rango), o pernambucano Jô Oliveira e o pesquisador paulista Gazy Andraus.


RANGO, UMA DAS CRIAÇÕES DE VASQUEZ

Aliás, dois anos após a morte de Henfil, Magalhães o homenageou fundando a gibiteca Henfil, que veio antes da localizada no Centro Cultural Vergueiro, São Paulo. “Tudo bem, Henfil merece várias gibitecas”, brinca, na entrevista abaixo, concedida pessoalmente, direto de João Pessoa.

O encontro se deu no ano passado, na mesma época do lançamento da Coleção Biografix, dedicada a publicar mestres dos quadrinhos brasileiros. Henrique estava bastante satisfeito em informar que o livro de estréia seria Lugares In-Comuns, de Jaguar, um belo resgate de uma obra há décadas fora de catálogo. Dois dias depois, a decepção: o título deveria ser retirado de circulação, por razões contratuais entre o artista e a editora Desiderata, atual detentora dos direitos de publicação de sua obra. No post abaixo, entre outros assuntos, Henrique fala sobre este frustrante e desnecessário episódio.

Entrevista // Henrique Magalhães: "O quadrinho está deixando de ser um produto de massa para ser uma comunicação dirigida a pequenos públicos"

Como surgiu a Marca de Fantasia?
No início, Marca de Fantasia era um fanzine que eu editei aqui em 1985. Quando eu voltei da França, onde fiz meu doutorado de sociologia comparando o modo de produção entre os fanzines brasileiros, portugueses e franceses, achei interessante fazer um projeto editorial, e não apenas um fanzine. Na França vi tanta coisa, principalmente no meio independente, que eu pensei em adotar essa tendência para os produtos locais. Criar o próprio mercado, independente e específico para a produção nacional. E ocupar um nicho de mercado que não era ocupado pelas editoras comerciais. Que era o mercado das livrarias especializadas, que começava a se expandir. Eu tinha dos EUA, eu vi isso crescendo na França. A idéia não era manter um título, mas um projeto editorial que pudesse publicar a produção nacional independente, os novos autores, dar visibilidade a gente que fica restrita a seus estados, como os produtores de São Luis, Salvador, Porto Alegre, Recife, João Pessoa. E ao mesmo tempo continuar uma produção jornalística, que é o fanzine, com crítica, análise, entrevista.

Daí a editora foi fundada em três linhas: o fanzine Top Top!, que permanece até hoje; os quadrinhos poéticos, que eu reuni numa revista chamada Mandala até o início do ano 2000; e a série Das Tiras Coração, editada com Edgar Guimarães, da revista Quadrinhos Independentes (QI), em Minas Gerais. Cada publicação seria trimestral, o que daria uma por mês. Isso durou mais ou menos um ano.

E os livros teóricos?
Com o tempo, vi que haviam muitos trabalhos acadêmicos sendo feitos por alunos e professores, e que ficavam nas gavetas depois de defendidos. Então eu criei a coleção Quiosque, onde estes estudos são veiculados. É uma coleção de bolso que já tem 18 números de material nacional e estrangeiro. Até hoje continuo lançando livros teóricos, que é o que tem tido maior repercursão dos trabalhos da editora, porque fundamenta outros trabalhos teóricos.


HISTÓRIA EM QUADRINHOS: ESSA DESCONHECIDA ARTE POPULAR, DO FRANCÊS THIERRY GROENSTEEN - À VENDA POR APENAS R$ 8.

Eles representam que parte de sua produção atual?
Representam mais de 50%, em vendas e títulos disponíveis. Mais do que os quadrinhos. Os álbuns eu lanço mais pelo capricho do que pela viabilidade.

De onde vem esse interesse acadêmico pelos quadrinhos?
Os quadrinhos marcaram a infância de todo mundo. Mesmo quem leu pouco, já passou pelos quadrinhos. E é algo sedutor demais porque mexe com a linguagem própria, que não são as artes plásticas, não é a literatura, é a fusão das duas. Não é cinema, é outra coisa, é outra arte. Isso motiva muita gente. É uma fonte de pesquisa inesgotável.


RISCOS NO TEMPO, DE J. AUDACI: LIVRO-PESQUISA SOBRE A HISTÓRIA DOS QUADRINHOS PARAIBANOS

Como funciona a produção dos livros, álbuns e revistas?
Produzo conforme a demanda. Todo trabalho é artesanal. Antes eu reproduzia com fotocópias. Mas precisava terceirizar, e não deu pra manter a qualidade. Então comprei uma impressora laser pra fazer o miolo das publicações em casa. Quando vou lançar um livro, faço a capa em off-set, papel cartonado colorido, 200 cópias. E depois faço o miolo conforme a demanda, de 20 em 20 cópias. Todo o trabalho é feito em casa, porque é mais barato para o esquema de pequenas tiragens.

E a divulgação e distribuição?Para divulgar, mando os lançamentos para uma lista de emails, e quando as pessoas acessam o site, acabam se interessando por outros livros. Tem toda uma rede online que faz o círculo de leitores. E cada vez tem mais gente nova procurando a editora, principalmente no meio acadêmico.

Qual a história da Gibiteca Henfil?Foi fundada em 1990, e passou 12 anos no Espaço Cultural José Lins do Rego.

Não tem nada a ver com a gibiteca do Centro Cultural São Paulo, que leva o mesmo nome?
Não. A daqui foi fundada antes (risos). Mas tudo bem, Henfil merece várias gibitecas (risos). Ela foi baseada no meu próprio acervo, na minha coleção. Como eu tinha muita revista, muito fanzine, e não dava mais conta do recado, eu disse: vou socializar isso. E abri uma gibiteca. E ela se transformou num projeto de extensão da faculdade. Mas quem menos dava atenção para a gibiteca era o próprio espaço cultural. A gibiteca circulou em todos os lugares de lá, porque a cada mudança de direção eles tentavam acabar com o projeto, dizendo que era um monte de papel velho. E mudavam para um canto cada vez mais escondido. Briguei com todas as diretorias. Até chegar ao ponto em que eu construí um espaço lá dentro, com a ajuda da prefeitura.

Foi tanto descaso que resolvi tirar a gibiteca de lá. Hoje está no departamento de comunicação da UFPB, que é onde eu trabalho. Eu dou aula nela, atendo aos alunos, mas não está aberta ao público.

Quais os planos para ela?
É continuar no departamento, e servir de fonte de pesquisa. Vou fundar um núcleo de pesquisa em quadrinhos dentro da gibiteca.


LUGARES (IN) COMUNS, DE JAGUAR - LIBERADO ANTES, CENSURADO DEPOIS

Como se deu a censura da reedição do livro de Jaguar, Lugares In-Comuns?
Pela manhã recebi um telefonema da editora da Desiderata, que foi muito indelicada. O acordo com Jaguar houve, sim, há um ano, quando ele morava em Brasília e novamente agora, em junho, por telefone, antes do anúncio do livro. Depois que lhe expliquei que a Marca de Fantasia não tem fins lucrativos e que não se chocava com os interesses da Desiderata, ele concordou que eu fizesse a edição. Enviei-lhe um exemplar já pronto e um modelo de contrato, onde coloco, inclusive, a forma de pagamento dos direitos autorais.

Só que a Desiderata disse que eu desrespeitei o autor, que fiz a publicação sem sua autorização, que não pago o autor. Um monte de desinformação. Liguei pra Jaguar pra tentar resolver o caso e pedir que ele intercedesse pela Marca de Fantasia junto à Desiderata. Ele foi super ríspido, disse que não tinha autorizado nada, que um ano, desde o primeiro contato, era uma eternidade e que ele não permite, de forma alguma que eu prossiga com a edição. Disse até que não tinha mais tido contato comigo, depois de Brasília. Ora, o endereço dele no Rio foi ele mesmo que me deu, quando lhe telefonei em junho deste ano. Certamente ele sentiu a pressão da Desiderata e resolvel voltar atrás, da pior maneira possível. Em vez de assumir o que disse, tentou me chamar de mentiroso e desonesto. Uma coisa realmente triste.

A coleção Biografix continua, não vai parar por isso. Estamos em negociação, eu e Wellington Srbek, para a edição de um livro de Nilson, outro de Shimamoto e mais outro de Edson Rontani. Os autores são muito simpáticos com a proposta da coleção e da editora, mas só farei as edições depois de ter todos os contratos assinados.

Na sua opinião, porque hoje há menos revistas em quadrinhos nas bancas do que 20 anos atrás?
O quadrinho está deixando de ser um produto de massa para ser uma comunicação dirigida a pequenos públicos. A não ser os quadrinhos de super-herói ou os infantis, que realmente são mercados muito amplos. Mas aí você vê gente que tem uma formação literária forte, que está ligada aos quadrinhos, como o Mutarelli, que faz literatura e faz quadrinhos. É um outro ramo, um outro nível de produção.

Claro que as bancas da minha infância havia mais títulos. Mas a gente ta vivendo uma mudança nos meios de comunicação com a informática e com o cinema baseado na informática. Isso de certa forma tira o público dos quadrinhos. Talvez os quadrinhos estejam se tornando um objeto mais de culto, para um público mais adulto, que vai buscar nas livrarias especializadas o seu livro, o seu álbum. Mas sempre vai haver os quadrinhos de massa. Eles sempre vão existir, como o mangá é um fenômeno que não se esperava que acontecesse. Quando as publicações de super-herói entraram em crise, apareceram os mangás, que vendem mais ainda. Não acredito que os quadrinhos no suporte papel vão se acabar.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Persépolis em pré-estréia na Fundaj: saiba os horários

Persepolis (EUA/ Fra., 2007. 95 min.), de Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi continua em pré-estréia no Recife, esta semana em três sessões com projeção digital, no Cinema da Fundação (Rua Henrique Dias, 609, Derby): nesta sexta e sábado, às 20h40, e domingo às 18h.


Com vozes de Catherine Deneuve e Chiara Mastroianni, a animação baseada nos quadrinhos (autobiográficos) de Marjane Satrapi conta a história de jovem iraniana muito precoce e sincera. Durante a Revolução Islâmica, ela começa a descobrir que está chegando à maturidade e deve lidar com mais responsabilidade - não só de seus atos, mas no modo de pensar.

Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2007. Indicado ao Oscar 2008 de melhor animação.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Lançamento coleção Olho de Bolso - as imagens

Com exclusividade, o Quadro Mágico antecipa quatro desenhos da coleção Olho de Bolso, com lançamento marcado para amanhã.

HKE - O trono do Tamburete





Greg - Gregotins



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Coleção Olho de Bolso - os quatro últimos



Sábado (16), a partir das 14h, tem Quatro últimas gotas, festa de lançamento dos quatro últimos títulos da coleção Olho de Bolso. para tanto, quatro DJs colocam som no Museu Murillo LaGrecca(rua Leonardo Bezerra Cavalcanti, 366 - embaixo do viaduto Torre-Parnamirim, Recife). Entrada franca. Os títulos custam entre R$ 2 e R$ 3. Informações: (81) 9189.7991 (Diogo Todé) | (81) 8892.5798 (Nicole Cosh) ou livrinhoeditora@gmail.com

Abaixo, uma apresentação dos próprioa artistas, livrinho por livrinho:

Gregotins (de Greg)
Greg é ilustrador e designer. Ele é o cara que inventou a "Livrinho". Traz em seu novo livro um passeio sobre todas as vertentes de sua produção gráfica. Juntou uma pilha de desenhos feitos ao longo de 2007 e compilou tudo nesta obra de expressões variadas.

Você me ama? (de Artur e Rosinha Campos)
Rosinha Campos ilustra a cômica relação com seu, agora famoso, filho Artur. Ele, para certificar-se que é amado, cria situações onde a mãe deve provar que o ama.

Maripozel (de Zaza Zignal)
Zaza é premiado. Premiado ator... Sim... Ator e autor. Ele possui um traço que expressa dignamente o universo escabroso que cria em suas histórias. Mariposel é um ser dotado. O resto a imaginação segue com olhos arregalados.

O trono do Tamburete (de HKE)
Henrique Koblitz é peça fundamental da "Livrinho". Suas histórias e trabalho fazem parte da editora desde o surgimento dela. Agora ele mostra uma lição imagética sobre o trabalho. Uma poética visão da exploração humana.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Persépolis em pré-estréia no Cinema da Fundação



Neste sábado (16), às 20h40, o Cinema da Fundação promoverá a pré-estréia de Persépolis (França, 2007), versão animada para a HQ autobiográfica da iraniana Marjane Satrapi. A sessão, que só não é imperdível porque o desenho entra em cartaz na próxima semana.

Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2007, e indicado ao Oscar 2008 de melhor animação, o filme conta em 95 minutos como Satrapi amargou a "revolução" islâmica, que em 1979 colocou o Aiatolá Khomeini no poder do Irã, a antiga Pérsia.

Persépolis é uma das melhores histórias em quadrinhos já feitas. Revirando suas memórias afetivas, Sartrapi traz o leitor para perto de uma realidade coletiva de conflitos ideológicos e sociais, geralmente trazidos de forma impessoal no noticiário internacional. Precocemente arrancada da infância, de longas conversas com Deus sobre seu incomum destino de profeta, Satrapi passa a encarar as tragédias de um governo em guerra contra seu povo.




O livro, item de biblioteca básica dos quadrinhos, foi anteriormente publicado pela Companhia das Letras em quatro edições. Fim do ano passado, ganhou novo tratamento em volume único, tão atraente quanto os primeiros, só que mais acessível aos bolsos da maioria.