domingo, 2 de agosto de 2009
20 anos sem Gonzagão
O caderno Viver inicia hoje uma série dedicada a Luiz Gonzaga, o artista que colocou o Nordeste no mapa da MPB.
Quando ele se foi, a tristeza foi grande para aqueles que acompanhavam sua trajetória única com admiração. E para tantos outros que vivem ou se identificam com os valores por ele propagados.
O velho Lua foi pro céu aos 76 anos, vítima de pneumonia, em 2 de agosto de 1989. Aqui, na Terra, sua obra parece não ter data de validade. Se em vida foi cantada por Peggy Lee, Dizzy Gilespie e Amália Rodrigues, no século 21 segue sampleada e reinterpretada por músicos das mais diversas vertentes e quadrantes do mundo.
Segundo de nove filhos de Seu Januário dos Santos e Ana Batista, Luiz Gonzaga do Nascimento foi assim batizado por nascer em 13 de dezembro, dia de Santa Luzia. O sobrenome foi sugestão do padre, inspirado em São Luiz Gonzaga e no mês do nascimento de Jesus. Dos oito aos 14 anos, acompanhou o pai que tocava em festas da região.
Com 17 se alista noExército, onde é apelidado de "bico de aço", por tocar corneta. Quando ganha a dispensa, fica no Rio de Janeiro, onde toca para estudantes e trabalhadores nordestinos que para lá migraram.
Em 1946 lança a música Baião, interpretada pelo grupo Quatro Azes e um Coringa, criada em parceria com o compositor cearense Humberto Teixeira. Na esteira viriam Asa Branca, Assum preto, Qui nem jiló e outros sucessos. Em 1949 conhece Zé Dantas, importante parceiro com quem compõe Acauã, Xote das meninas.
Em 1962, morre Zé Dantas e surge João Silva, que o levaria a vender milhões de discos. Em 1980, toca para o papa João Paulo II. No último show, em junho de 1989 no Teatro Guararapes, declarou: "Ninguém vai acabar com o forró. Não vai porque essa é a música do povo".
Na edição de hoje, dedicada ao cantador do Araripe, conversamos com pesquisadores e artistas, numa tentativa de apresentar caminhos por onde trilham o herdeiro Dominguinhos e seguidores do Rei do Baião.
Há também as homenagens, que começam em Exu, terra natal de Gonzaga, e desembocam no Recife. Confira em reportagens, o legado do sanfoneiro que quis ser lembrado por cantar "as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor".
(Diario de Pernambuco, 02/08/2009)
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