terça-feira, 4 de outubro de 2011

O lado escuro do arco-íris



O fetiche em torno da suposta sincronia entre o filme O mágico de Oz e o álbum Dark side of the moon, do Pink Floyd, ganhará hoje uma edição de luxo. Às 21h, o Cinema São Luiz exibirá o filme acompanhado pela execução de todas as faixas, ao vivo, por oito músicos do projeto pernambucano Dark Side.

A sessão é promovida pela Mostra Play The Movie do Coquetel Molotov, que em sua quinta edição chega ao Cinema São Luiz (Rua da Aurora, 175 - Boa Vista). A programação, que sempre inclui um cine-concerto, desta vez mexe com uma teoria mitológica para os fãs de rock e cinema.

Desde quando foi lançado, em 1973, repercutiu-se a hipótese de que o cultuado grupo inglês teria se baseado no clássico de 1939 estrelado por Judy Garland para compor certas passagens e interlúdios do álbum conceitual que se tornou um dos pilares do rock progressivo e um dos três albuns mais vendidos de todos os tempos.

Nos anos 80, com o advento do home video, fãs promoviam sessões para provar a sincronia, cujo efeito é realmente impressionante. No entanto, integrantes do Pink Floyd sempre negaram a intenção, alegando que naquela época era impossível exibir o filme dentro do estúdio Harvest, na Inglaterra. Décadas depois surge o projeto que colocou na internet uma versão que funde filme e disco no mesmo arquivo digital, intitulado Dark side of the rainbow (referência à música tema do filme, Somewhere over the rainbow).

Idealizador do projeto, Cláudio N (Chambaril) diz que não houve ensaio para acompanhar as imagens do filme. “Procuramos ser fieis ao disco, que naturalmente vai se adequar ao filme”. É a quarta vez que a banda apresenta o projeto de tocar o álbum faixa a faixa, na íntegra. Ele define o Dark Side como uma banda-tributo, que busca uma sonoridade a mais parecida possível. “Todos nós somos fãs do Pink Floyd e é difícil viver somente da nossa produção autoral”.

Além de Claudio, fazem parte da banda os músicos Pi-R (Chambaril), Publius e Juliano Holanda (Azabumba), Alexandre da Maia e Pedro Parini (Pocilga de Luxe), a cantora Rachel Bourbon e o saxofonista Mavi Pugliesi.

Antes do cine-concerto, às 17h, outro clássico será exibido: Cantando na chuva (1952), de Gene Kelly e Stanley Donen e os curtas Eu tenho pressa e Di Melo, o imorrível, de Alan Oliveira, além de um debate com o produtor de cinema João Jr.

A mostra Play the Movie continua no sábado e domingo, com os filmes Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes, Gretchen Filme Estrada, de Eliane Brum e Paschoal Samora, Explosão Brega, de Hanna Godoy, A alma do osso, de Cao Guimarães, Daquele instante em diante, de Rogério Velloso e Nas paredes da pedra encantada, de Cristiano Bastos e Leonardo Bomfim. A entrada é franca.

(Diario de Pernambuco, 04/10/2011)

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