sexta-feira, 1 de maio de 2009
Música e futebol dão o tom no Cine PE
PAULO VANZOLINI: "NÃO SOU COMPOSITOR, SOU ZOÓLOGO"
A feliz relação entre cinema e música pode se tornar o grande trunfo desta edição do Cine PE 2009. Na noite de quarta-feira, uma prova disso foi a exibição de Um homem de moral, produção paulista que atualiza para o novo século a obra musical de Paulo Vanzolini. Outros filmes que indicam essa tendência são o curta (exibido ontem) Nós somos um poema, que reconstitui o encontro entre Pixinguinha e Vinícius, e à sessão hors concours no próximo domingo de O homem que engarrafava nuvens, documentário de Lírio Ferreira sobre o compositor de Asa Branca, Humberto Teixeira.
Filmado durante a gravação da caixa de CDs Acerto de contas, Um homem de moral coloca em perspectiva o trabalho e a personalidade de Vanzolini, autor de clássicos como Ronda, Volta por cima e Cuitelinho, e reinterpretado pela nata da MPB: Chico Buarque, Paulinho da Viola, Martinho da Vila. Curiosamente, este senhor não se considera compositor - assume a profissão de zoólogo, ou “zoológico”, como falou Adoniran Barbosa, em imagem de arquivo - uma das tantas manipuladas com elegância pelo diretor Ricardo Dias.
No começo da noite, com a vitória do Sport sobre o LDU pairando no ar, a exibição do curta digital Um artilheiro no meu coração , sobre o pernambucano Ademir Menezes (craque dos anos 40 e 50, que começou no Sport, e hoje é esquecido), provocou aplausos e urros na platéia, a ponto de atrapalhar os primeiros momentos do filme seguinte, o engraçadinho Quintas intenções (RJ). É duro constatar, mas do lado de fora do Teatro Guararapes, no espaço de convivência do Centro de Convenções, são recorrentes os comentários sobre o baixo nível da programação do evento.
A noite terminou um tanto melancólica, com quase ninguém no fim da sessão de Pela vida, pelo tempo, ficção sobre as desventuras de uma mulher pelo sertão pernambucano. A repercussão não foi das melhores. Na manhã de ontem, por exemplo, uma crítica do site carioca Zé Pereira comentou “o quão desagradável foi perder uma hora e vinte minutos da vida na sala deste grande festival”, assistindo a “uma tortura a qualquer amante da arte cinematográfica”.
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