segunda-feira, 4 de maio de 2009

Panorama Recife de Documentários começa hoje



A partir de hoje começa a sexta edição do Panorama Recife de Documentários. Neste ano, a mostra promovida pela Prefeitura do Recife preparou uma programação de fôlego. Até a próxima sexta-feira, os cinemas Apolo e do Parque exibirão nada menos do que meia centena de obras dedicadas a filmar a realidade, ou o que se convencionou classificar como tal.

Os longas em 35 mm foram abrigados no Cinema do Parque que, como de praxe, terá sessões com ingressos a R$ 1. Já o Cinema Apolo terá 90% da programação exibida em projeção digital, em mostras de curta, média e longa-metragens, todas gratuitas. Durante o evento haverá sessões especiais em homenagem à produtora Página 21 (terça), à produção da Universidade Católica (quarta) e ao cineasta francês Chris Marker (quinta). Além disso, o documentário francês terá espaço garantido, em mostra especial trazida do acervo da cinemateca do Consulado da França no Rio de Janeiro. Um dos destaques é O tempo redescoberto, sobre o estilista Yves Saint Laurent (1936-2008).

Hoje, o Cinema do Parque exibe os longas Musicagem (às 14 e 16h) e O aborto dos outros (às 18h e 20h). No primeiro, os diretores Nereu Cerdeira e Edu Felistoque abordam o ciclo produtivo da música, a partir de depoimentos de seus atores, entre eles, os artistas e produtores André Abujamra, Júlio Medaglia e Thaíde. No segundo, autoria de Carla Gallo, mereceu menção honrosa no festival É Tudo Verdade 2008 e é uma das poucas peças audiovisuais a se arriscar neste tema ao mesmo tempo espinhoso e necessário.

No Apolo, o programa é mais intenso. Às 14h, temos A arquitetura do corpo (MG), de Marcos Pimentel, Ivy Katu (SP), de Eduardo Duwe, Travessia (PE), de Tiago Martins Rego, Ruínas da loucura (RS), de Karine Emerich e Mirela Kruel e Hotel central (PE), de Ana Paula Almeida, Clarissa Azevedo, Manuela Andrade e Juliana Lins. Às 16h, há o média Memórias finais da república de fardas (DF), de Gabriel Marinho, Pau da missa (SP), de Alex Moletta e Maestro Formiga (PE), de Amaro Filho e Rafael Coelho. Às 18h, o longa L.A.P.A (RJ), de Cavi Borges, faz o mapeamento da cultura hip hop no famoso bairro carioca e, às 20h, encerra a noite o francês A máquina da morte Khmer Vermelho, do cineasta Tithy Pahn.

À frente do evento, o gerente do audiovisual Ernesto Barros disse ao Diario que o Panorama não se pautou pelo ineditismo. Nem por qualquer temática específica para a escolha dos filmes. "A ideia é apresentar a maior quantidade possível de filmes". O que não impediu uma concentração espontânea de filmes nunca exibidos na cidade e que giram em torno de temas recorrentes ao cinema documental: música, política e denúncia social.

Dois exemplos são Zeitgeist Addendum (EUA), segunda parte de uma trilogia dedicada a estudar as relações entre a fé cristã, atentados terroristas e o sistema monetário internacional, e O milagre de Santa Luzia (SP), de Sérgio Rozemblit, em que nosso Dominguinhos faz uma viagem pelo Brasil que toca sanfona, de Arlindo dos Oito Baixos ao gaúcho Renato Borghetti. Ambos serão exibidos sexta-feira à noite, no Apolo.

Até sexta, o Parque ainda exibe Serras da desordem (Brasil, 2006), de Andrea Tonacci, Procedimento operacional padrão (EUA, 2008), de Erol Morris, e Linha de montagem (Brasil, 1982), de Renato Tapajós, registro in loco dos eventos que levaram à prisão os líderes sindicais de São Bernardo do Campo, entre eles, o futuro presidente Lula.

* publicado no Diario de Pernambuco

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