segunda-feira, 18 de maio de 2009

Nem só de arte vive o Apolo



A partir de hoje, Velozes e furiosos 4, de Justin Lin, entra em cartaz no Cinema Apolo, no Recife Antigo. Escolha atípica para os padrões estipulados pela sala municipal nos últimos anos, o longa de ação estrelado por Vin Diesel (também em exibição no Cine Royal, em São Lourenço da Mata) acaba de encerrar temporada de sucesso nos multiplex de todo o planeta, onde disputou a liderança com Monstros vs alienígenas. Estaria o tradicional espaço de exibição assumindo uma fase mais popular?

"Vamos tentar outra audiência", diz Ernesto Barros, da gerência de audiovisual da prefeitura do Recife. "O principal objetivo é que o público saiba que existe um cinema chamado Apolo", diz o programador, que adiantou à reportagem do Diario a próxima atração, prevista para entrar em cartaz no dia 8 de junho: a comédia global Se eu fosse você 2, outro fenômeno de bilheteria.

A mudança na programação é justificada pela baixa frequência de espectadores. Nos últimos tempos, informa Ernesto, a sala chegou a amargar sessões com apenas duas ou três pessoas. "O público dos filmes alternativos tornou-se muito pequeno, principalmente porque não nos dão os inéditos para exibir, e acabamos pegando as reprises, principalmente dos filmes exibidos no Rosa e Silva".

Ele ainda explica que a necessidade de público é questão de sobrevivência. Apesar de tanto o Cinema Apolo quanto o do Parque serem mantidos pela prefeitura, os custos com o transporte e direitos de exibição do filme, no entanto, precisam ser bancados pela bilheteria. "Espaços alternativos funcionavam bem em outra época. A ideia não é abandonar o antigo perfil, mas diversificar o espaço para garantir algum lucro", diz Ernesto, que pretende propor o aumento do ingresso do Parque de R$ 1 para R$ 2.

Apesar das novidades, eventos como o Festival des 3 Continents e o Panorama Recife de Documentários continuam garantidos no calendário cinéfilo da cidade. Para o próximo semestre, estão previstas pelo menos duas mostras de filmes japoneses e russos, que dificilmente seriam vistos em salas comerciais.

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