Até ontem, os seminários foram a principal atração do 44º Festival de Brasília. Como a programação trouxe filmes já vistos em outros festivais, prevaleceu a discussão e troca de ideias sobre passado, presente e futuro do cinema nacional. Anteontem, o produtor Luiz Carlos Barreto, que desde os anos 1960 atua no ramo e ocupa lugar privilegiado na política para o setor, disse que, quando se fala em cultura no Brasil, ainda se pensa em termos de gorjeta. “O governo dá um milhãozinho aqui, outro ali, mas arte e entretenimento precisam ser vistas como uma questão estratégica, que move a economia mundial”. E aproveitou o microfone aberto para criticar diretores de carreira internacional. “Fernando Meirelles e Walter Salles só pensam nas carreiras, nunca colocam o prestigio a serviço do cinema brasileiro”.
Barretão falou na mesma mesa em que estaria o ex-ministro da Casa Civil, Zé Dirceu, que faltou ao encontro porque não chegou a tempo em Brasília. À noite, Dirceu lançou seu livro de memórias, Tempo de planície. Ontem, compareceu ao seminário ladeado pelo novo coordenador do festival, Nilson Rodrigues. Foi uma aparição relâmpago, inversamente proporcional às acusações de partidarismo (o atual governo do Distrito Federal, que produz o evento, é do PT), quando seu nome foi anunciado, na semana passada. “Comecei minha vida política como cineclubista”, disse. Depois, ressaltou a importância cultural do maio de 68. Sobre a política atual, Dirceu elogiou a presidenta Dilma e disse que as mudanças precisam chegar mais rápido à cultura. “O PAC precisa chegar ao cinema”.
(Diario de Pernambuco, 30/09/2011)
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