segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Cinema com viés social


Ovos de dinossauro na sala de estar (PR), de Rafael Urban, é um dos destaques da mostra

Com abertura às 19h no Cinema da Fundação (Derby), começa hoje o 3º Festival do Filme Etnográfico do Recife. É a oportunidade de conferir um panorama da produção recente – todos os filmes foram realizados de 2009 para cá. Ao todo, a mostra competitiva reúne 17 produções, de diferentes lugares do país, além de um média metragem paraguaio, Jopói, todos juntos, sobre a permanência do idioma guarani naquele país, que sera exibido ainda hoje à noite, junto com Quindim de Pessach, de Olindo Estevam, e Djero encontra Iketut em Bali, de Carmem Rial e Miriam Grossi. Na quinta, após a exibição dos filmes, haverá cerimônia de premiação.

A programação interessa tanto a quem gosta de sociologia pelo viés antropológico quanto de cinema. O curta paranaense Ovos de dinossauro na sala de estar (foto acima), de Rafael Urban, é ótimo exemplo. O filme apresenta a imigrante alemã Ragnhild Borgomanero, de 77 anos. Viúva de um diplomata italiano, com quem reuniu a maior coleção particular de fósseis da América Latina, ela se dedica a preservar sua memória, através da digitalização caseira de fotos, que apresenta à câmera de forma quase mecânica.

O filme passa amanhã, junto com outro paranaense, O corte do alfaiate, de João Castelo Branco, Aperreio (MA), de Humberto Capuci, Capa de índio (BA), de Aelson Pataxó, e Estranho amor (ES), de Lucia Caus.

O festival serviu de mote para que o Consulado Geral da França organizasse uma exposição Zo’é, do fotógrafo Serge Guiraud, sobre os últimos povos Tupi a entrar em contato com a sociedade. A abertura será amanhã, às 17h, na Aliança Francesa do Recife (Derby).

(Diario de Pernambuco, 26/09/2011)

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