Entre rockers dos anos 1980 e políticos do alto escalão, começa hoje o 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. O filme de abertura (fora de competição) é o documentário Rock Brasilia – Anos de ouro, de Vladimir Carvalho, com presença de membros dos grupos Plebe Rude, Capital Inicial e parentes de Renato Russo, da Legião Urbana. O documentário não pode concorrer “em casa”, pois o regulamento não permite que filmes premiados em outros festivais (no caso, em Paulínia) participem da competição. Céu, inferno e outras partes do corpo só concorre entre os curtas de animação porque foi premiado em Gramado, após o anuncio da seleção em Brasília.
Mas a criação de uma mostra de animação é a menor das mudanças. O festival chega a 2011 sob nova direção (a cargo de funcionários da secretaria de Cultura do DF), o que tem gerado burburinho entre jornalistas e cineastas. Um dos pontos mais criticados é a inclusão na competição de filmes exibidos em outros festivais. Até o ano passado, Brasília só selecionava filmes inéditos. Este ano, traz os bons Trabalhar cansa (exibido em Cannes e Paulínia), o pernambucano As hiper-mulheres (prêmio especial do júri em Gramado), Meu país (Paulínia), O homem que não dormia (o novo de Edgard Navarro, já exibido em Salvador) e os inéditos Vou rifar meu coração (de Ana Rieper) e Hoje (de Tata Amaral). Eles concorrem ao prêmio máximo de R$ 250 mil, valor idêntico ao concedido em Paulínia. São R$ 425 mil em prêmios.
A presença confirmada dos atores Rodrigo Santoro e Cauã Reymond, do elenco de Meu país, e Denise Fraga, de Hoje, se soma a do ex-ministro José Dirceu e a ministra Ana de Hollanda. Os dois participam do seminário Novas perspectivas para o audiovisual brasileiro, com os cineastas Luiz Carlos Barreto, Roberto Farias, Caca Diegues, Silvio Da-Rin e o exibidor Adhemar de Oliveira, no Hotel JK, o novo QG do festival. Fica a pergunta: qual serão os rumos (e o destino) do evento de cinema mais antigo e um dos mais conceituados do país? Os próximos dias serão decisivos para chegar a uma resposta.
(Diario de Pernambuco, 26/09/2011)
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