sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Orgulho Glee
O que é ser diferente? Para os Glees, é ser emocional, colorido, feliz. E ter um palco, cantar com banda, dançarinos e luzes led piscando no fundo. A bem produzida série de TV vai para o cinema no mesmo padrão de qualidade. Mais até. Glee 3D: o filme (Glee: The 3D concert movie, EUA, 2011) é um primor em termos de som e imagem. Ser diferente está na moda.
Para quem não conhece, Glee é um musical que inverte a lógica high schooler ao colocar os “excluídos” em primeiro plano, enquanto os atletas e líderes de torcida são coadjuvantes. Para os fãs, é um devir.
A versão para o cinema mostra o grupo em turnê, no palco, bastidores e com depoimentos de fãs sobre o quanto Glee os ajuda a enfrentar o preconceito. O repertório traz boas versões para Queen (Somebody to love e Fat bottomed girls) e Paul McCartney, o mais Glee dos Beatles. No grupo, um coral de escola, há gays, bis, uma negra gorda, um oriental, um cadeirante, um judeu, latinos. É esquemático assim.
A catarse consiste em integrar as minorias ao dar a elas o verniz visual reservado a ícones da indústria do entretenimento. Poderia ser um projeto beneficiente de Britney, Beyoncé, Madonna. Mas ao contrário, celebridades pop fazem fila para ter suas músicas adaptadas para o mundo Glee.
Nos anos 1980, A vingança dos Nerds bagunçou o coreto dos populares com sua esquisitice. Ao contrário, em Glee não há nada de subversivo. É uma turma politicamente correta, que joga nas regras estabelecidas. Ao se adequar aos padrões do showbizz, se contenta em reafirmar o mecanismo que as exclui.
(Diario de Pernambuco, 16/09/2011)
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Um comentário:
cara... continuo a falar, mtoo afiado...show..tô adorandoo
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