Na noite de terça-feira, Gabriel Mascaro apresentou seu novo longa, Avenida Brasília Formosa.
Matéria sobre o filme aqui.
O público gostou, aplaudiu e ficou para o debate no fim da sessão. Entre as perguntas, a dúvida mais recorrente foi a respeito da natureza do filme. Documentário? Ficção? Quem são aquelas pessoas mostradas no filme? Mascaro explicou que o filme nasceu como ficção que propõe o encontro entre quatro personagens mas foi aprovado em edital para documentário.
"O que me interessa é essa confusão que leva a pensar a credibilidade do filme", disse Mascaro. "Por isso busquei a ambiguidade, a discrepância. O resultado vem de pactos e negociações que possibilitaram obter um pouco deles. Mas a ideia principal foi promover o descontrole, inclusive o meu, que nunca tinha certeza absoluta do que estava fazendo".
A ausência de "pistas" óbvias que levem a certezas sobre o que é real ou ficção nos protagonistas do filme se equilibra com o jogo de luz e a captação de som que criam um aspecto artificial na produção. "Quis criar tecnicamente o espaço de questionamento do real", diz o realizador, que em novembro apresenta o filme durante o Janela Internacional de Cinema do Recife.
Ainda em novembro, ele estará na França, onde submete a patrocinadores seu novo projeto, Valeu boi. "Quero olhar para as cidades do interior contemporâneo, sob influência do desenvolvimento econômico e cultural, e como isso influencia as relações. Sinto falta dessa leitura no cinema, de buscar um Sertão menos idealizado e romântico".
O circuito de vaquejadas será o fio condutor de Valeu Boi e por isso o diretor vem fazendo sua pesquisa in loco, viajando em boleias de caminhão.
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