Morreu o produtor de filmes Germano Coelho Filho, 52 anos.
Ainda não há certeza, mas o possível motivo foi a contração de uma bactéria. No sábado ele deu entrada às 3h no Hospital Santa Joana, com fortes dores no corpo. A suspeita era de dengue. Os sintomas foram seguidos de problemas respiratórios e do coração. A morte ocorreu em torno das 13h40 de hoje.
Entre os principais filmes produzidos por Gemano estão Baile Perfumado, O rap do Pequeno Príncipe contra as almas sebosas e Deserto Feliz.
Pelos amigos, o produtor era conhecido como Germaninho, como forma de diferenciá-lo do pai, ex-prefeito de Olinda.
Na última quinta, após meses de afastamento, ele retomou o trabalho com Cláudio Barroso, diretor do longa História de um valente.
"Fizemos reunião de cinco horas ele estava animadissimo, pois planejamos as atividades até 2012. Depois disso fomos para um restaurante em Aldeia, onde selamos a nossa amizade e nosso desejo em terminar o filme. 24 horas depois, ele entrou em coma no hospital", conta Barroso.
A produtora de Germano, Camará Filmes, é a proponente de História de um valente junto à Ancine. Com Francisco Carvalho e Edmílson Barros no elenco, o filme narra a vida do político pernambucano Gregório Bezerra, que foi vítima da ditadura militar. Com a morte do produtor, Barroso ainda não sabe como a situação será resolvida.
A notícia pegou de surpresa e abalou a comunidade ligada ao cinema no Recife.
"É preciso honrar a memória dele. Além de ser uma grande figura, Germano é um dos responsáveis pela retomada do cinema pernambucano. Era uma pessoa sem arestas, doce, que batalhava pelos sonhos, comprometida e bem humorada", diz a produtora cultural Andréa Mota.
"Estou completamente chocado. Talvez seja uma das maiores perdas para a produção cinematográfica pernambucana", diz o pesquisador Lula Cardoso Ayres Filho. "O cinema vai sofrer um grande baque com a falta dele. Germano conseguiu se impor dentro do mercado, de forma muito consistente. Sua formação intelectual muito sólida. Seu pai é um personagem vivo da cultura pernambucana, um dos fundadores do Movimento de Cultura Popular, e Germaninho desenvolveu o trabalho dele. Acho que se não fosse Germaninho não haveria Baile Perfumado, ele foi um ponto de equilíbrio, trouxe um lado mais empresarial para o sonho de Lirio e Paulo".
"Germano era uma pessoa super-atuante no cenário local e nacional", diz Carla Francine, na coordenadora de cinema da Fundarpe. "Ele foi uma peça fundamental na construção da políticas públicas, fazia parte do conselho setorial do audiovisual, colaborou na construção do edital. E além de tudo era um grande amigo. Ainda não estou acreditando".
"É uma perda enorme", diz Cynthia Falcão, presidente da ABD-PE/Apeci. "Germano tem importância enorme como articulador do audiovisual pernambucano e ainda mais para o processo atual do nosso cinema. Ele participou do grupo de realizadores que construiu a proposta levada em 2007 para o governador e até hoje adotada pela Fundarpe, que coloca o audiovisual enquanto estratégico o desenvolvimento de Pernambuco.
O corpo de Germano Coelho Filho está sendo velado no cemitério Parque das Flores, bairro do Curado. O enterro será amanhã, às 10h.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário