quinta-feira, 21 de julho de 2011

Coluna de lançamentos, bastidores e "eu indico" da semana



O quadragésimo primeiro (Sorok Pervy, União Soviética, 1956). De Grigori Chukhrai. 88 minutos. Lume Filmes.

Antes de se consagrar com A balada do soldado (1959), o diretor ucraniano já havia ganhado a Palma de Ouro em Cannes com seu filme de estreia, que se passa durante a revolução russa. Um trágico romance entre uma exímia atiradora do Exército Vermelho (Izolda Izvitskaya) e oficial do Exército Branco (Oleg Strizhenov) capturado no deserto pelos bolcheviques. Ele seria o 41º inimigo a ser abatido pela garota, mas sobrevive ao tiro. Perdidos em praia do Mar de Aral, a dupla supera divergências ideológicas e se permite apaixonar.



Volta ao lar (The homecoming, Inglaterra/EUA, 1973). De Peter Hall. 111 minutos. Lume Filmes.

O prazer pela tortura psicológica e tiranias afetivas é o fator que une uma família do norte de Londres. Max (Paul Rogers), o patriarca, vive com o irmão e dois filhos, a quem reclama e hostiliza com afinco. Após nove anos, o filho mais novo (Michael Jayston) volta dos EUA com a esposa (Vivien Merchant) para uma visita. Pela primeira vez desde a morte da mãe, uma mulher é inserida naquela casa de homens miseráveis e de sentimentos enviesados. Ela seduz. Quer o controle. Até que ponto esta família é igual a tantas outras?



Vips – historias reais de um mentiroso (Brasil, 2009). De Mariana Caltabiano. 71 minutos. Imovision.

Mesmo antes de ser vivido no cinema por Wagner Moura, o paranaense Marcelo Rocha já era um dos golpistas mais famosos do país. Este documentário conta como ele conseguiu se passar por policial, olheiro da seleção, DJ, líder de rebelião no Bangu, repórter da MTV, membro do narcotráfico paraguaio, guitarrista do Engenheiros do Hawaii, piloto e megaempresário, disfarce com o qual enganou Amary Jr. Durante o carnaval do Recife. Entrevistado numa prisão em Curitiba, ele é apresentado como alguém amigo, querido pela mãe e de raciocínio afiado.

Eu indico



Vacas (Espanha, 1992), o primeiro longa de Julio Medem, mostra uma Espanha rural, de costumes arcaicos, em meio à Guerra Civil. Surreal, excêntrico e pertubador, o filme conta a história de três gerações de duas famílias bascas entre 1875 e 1936. É uma das grandes obras do diretor de Amantes do Círculo polar (1998), Lúcia e o sexo (2001) e Quarto em Roma (2010).

Hallina Beltrão é designer

Bastidores

Festival de curtas - Entre os selecionados pelo 22º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo estão os pernambucanos Acercadacana, de Felipe Peres Calheiros, Calma Monga, calma!, de Petrônio Freire de Lorena, Mens sana in corpore sano, de Juliano Dornelles, Praça Walt Disney, de Sergio Oliveira e Renata Pinheiro e o inédito Corpo presente, de Marcelo Pedroso. O festival será de 25 de agosto a 2 de setembro.

Mini - Durante o Festival Paulínia de Cinema foram exibidos seis micrometragens assinados por Beto Brant, Jorge Furtado, Hector Babenco, Lázaro Ramos, David Rebordão (Portugal) e Mário Bastos (Angola). Como prova do que é possível fazer com boas ideias e baixo orçamento, os diretores foram convidados pelo CEL.U.CINE – festival que premia minicurtas feitos com base em tecnologias digitais. O resultado dessa experiência será apresentado hoje, às 23h30, no Canal Brasil. Em exercício de síntese, Brant fez documentário sobre mulher criada em região do garimpo amazônico. E Furtado, uma bem humorada mistura do seu lado “cerebral” (Ilha das Flores) e dramático (O homem que copiava). Amanhã tem reprise, às 20h30.

Animação - O 19º Anima Mundi começa amanhã, no Rio de Janeiro e São Paulo. O curta O Homem Planta, de William Paiva e Pedro Severien participam da Mostra Panorama, em programa com trabalhos da Suécia, Argentina, França e Alemanha.

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