quinta-feira, 19 de maio de 2011

Coluna de lançamentos da semana + notas de bastidores + "eu indico"



Scott Pilgrim contra o mundo (EUA, 2010). De Edgar Wright. 112 minutos. Universal.

Jovem - Poderoso tratado sobre ter 20 e poucos anos no século 21. Coisa rara em filmes que adaptam quadrinhos, a narrativa flui entre brigas “Street Fighter” e atrapalhadas declarações de amor. A montagem representa bem o déficit de atenção do protagonista (Michael Cera), ao mesclar diferentes contextos como fosse uma única ação. Os créditos iniciais com abstrações coloridas fazem do filme uma viagem sem volta. Diversão garantida.



Um lugar qualquer (Somewhere, EUA, 2010). De Sofia Coppola. 97 minutos. Paramount.

Uma Ferrari preta andando em círculos abre o filme, metáfora para a condição do ator ítalo-americano Johnny Marco (Stephen Dorff), que ao lado da filha flutua incólume pelo universo das celebridades. Imagens límpidas e gente bonita entre diálogos esparsos resultam em filme etéreo, minimalista. O componente biográfico é evidente: filha do poderoso Francis Ford Coppola, desde cedo a diretora convive com a monotonia frívola dos famosos.



Por dentro do roteiro. De Tom Stempel. 300 páginas. Zahar.

Este livro faz interessante desconstrução de bons, médios e maus roteiros para o cinema. Longe de ser um manual técnico, ele conta a história por trás da criação de importantes produções como Lawrence da Arábia, Janela indiscreta e a trilogia Guerra nas estrelas. Por isso, o texto diz respeito não só a estudantes do assunto, mas a qualquer cinéfilo. Entre os maus exemplos estão Titanic e Jurassic Park, prova de que é possível se aprender com os erros.

Eu indico



Eu indico Grey gardens (EUA, 1975), de David e Albert Maysles, documentário envolvente e curioso sobre a tia e prima de primeiro grau de Jacqueline Kennedy, ex-socialites norte-americanas fracassadas que viviam isoladas há 20 anos em um balneário, estacionadas no tempo e no espaço. Com diálogos incríveis, o filme trata ainda de assuntos como memória, loucura, dependência e solidão. Imperdível!

Bebel Kastrup é produtora cultural

Bastidores

Banido de Cannes - Lars Von Trier, que exibiu ontem seu Melancholia em Cannes, provocou a imprensa ao declarar que entende e até simpatiza com Hitler. “Não que eu aprove as coisas que ele fez, mas entendo suas motivações”, disse, sobre o líder nazista. Ele tentou explicar que não é contra judeus ("por muito tempo acreditei ser um, mas acho que meus pais eram nazistas") e fez um elogio a Albert Speer, arquiteto oficial do Terceiro Reich. Depois, através de sua assessoria de imprensa, declarou: "Se magoei alguém, sinceramente peço desculpas". As declarações desagradaram a organização do festval, que declarou o cineasta oficialmente banido do evento.

Tudo novo - Junto com a abertura para inscrições, o 44º Festival de Brasília anuciou mudanças. A maior delas é a premiação, que volta a ser a maior do país: somente para o melhor longa, são R$ 250 mil em dinheiro. Neste ano também caíram exigências históricas, como a obrigatoriedade do suporte 35mm e o ineditismo. Agora, digital e película competem em pé de igualdade. A data do festival também mudou: 26 de setembro e 3 de outubro.

Multiplex - O complexo de exibição de filmes a ser abrigado no shopping Rio Mar poderá romper com monopólio histórico da UCI Ribeiro no Recife. Ainda não há nada confirmado, mas as 12 novas salas de cinema podem ser da Cinemark.

Aprendizes - Alunos do projeto Curta em Curso 2010 apresentam o resultado aprendido em sete trabalhos filmados em 16mm. Será na próxima segunda-feira, 19h, no Cinema da Fundação (Derby). Este ano, o curso foi realizado no Recife, Petrolina e Fernando de Noronha.

Vanguarda - O longa Estrada para Ythaca, do coletivo Alumbramento (Ceará), será exibido em pré-estreia neste sábado, 20h20, no Cinema da Fundação. Após a sessão, Luiz e Ricardo Pretti conversam com o público.

(Diario de Pernambuco, 18/05/2011)

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