O temor de que uma calamidade aquática acometesse o Recife comprometeu a programação de quarta no Cine PE. O curta Calma, Monga, calma! ainda estava na tela quando luzes ascenderam e o som baixou para a apresentadora Graça Araújo e o diretor do festival Alfredo Bertini avisarem que uma mega-chuva castigaria a cidade após a meia-noite. “Não há motivo para pânico, podemos ficar até o final”, disse Bertini, enquanto o público esvaziava o Teatro Guararapes. O plano era exibir o longa Estamos juntos sem intervalo, mas uma falha técnica provocou mais evasão e fez a equipe adiar o filme para o dia seguinte.
O desastre climático não ocorreu, mas a tempestade nos bastidores foi irreversível. É perceptível o estado de tensão entre Bertini e os realizadores. “Não foi dilúvio, foi delírio”, disse Petrônio de Lorena, diretor de Monga, sentindo-se prejudicado. Quando percebeu o erro, Bertini pediu desculpas e as luzes se apagaram novamente: “Não sabia que o filme continuaria durante os créditos. Jamais faria isso se não houvesse necessidade”. Na saída, circulavam informações, depois desmentidas, de que a Defesa Civil e o próprio governador teriam ligado para o evento, pedindo para que o aviso fosse dado. “Minha filha me ligou avisando que vinha uma chuva forte. Aí os jornais me ligaram perguntando se tomei providências. Então liguei para o Coronel Mário Cavalcanti, da Casa Militar, que confirmou a previsão”.
Esta não é a primeira vez que o festival interferiu com créditos dos curtas em andamento. Na segunda e terça-feira, eles foram desrespeitados em prol de pedidos para que o público permanecesse nas homenagens. Os demais curtas - O som do tempo, de Petrus Cariry, Flash, de Alison Zago, Tempestade, de César Cabral, Falta de ar, de Ércio Monnerat e Matinta, de Fernando Segtowick – foram exibidos normalmente.
(Diario de Pernambuco, 06/05/2011)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário