quarta-feira, 27 de abril de 2011
Mostra Pernambuco de cinema
Oficialmente, o calendário do Cine PE - Festival do Audiovisual se realiza entre 30 de abril e 6 de maio. Mas na prática, o festival começa amanhã, com a Mostra Pernambuco. Este ano a programação migra do Cinema São Luiz para o Cinema da Fundação, com entrada a R$ 4 e R$ 2 (meia) e consiste em nove curtas-metragens da recente produção local. Os melhores filmes serão eleitos por comissão julgadora formada pelo diretor Guilherme Fiuza (MG), Ivan Melo (diretor do Festival de Paulínia-SP) e pelo produtor e diretor Silvio Da-Rin (RJ).
Este ano não haverá prêmio em dinheiro, ao contrário do que vinha acontecendo há dois anos, em parceria com a Assembleia Legislativa. Isso explica a seleção de 2011 ser menos numerosa do que a de 2010, quando competiram 22 curtas, um média e dois longas-metragens. Não são poucos os profissionais a criticar a mostra, que poderia ser melhor divulgada e até incluída na programação oficial. Assim, mesmo sem o estímulo financeiro, os filmes seriam vistos por um público maior, formado inclusive por convidados de outros estados.
Como forma de protesto, alguns realizadores não selecionados para a mostra oficial preferiram guardar seus filmes para outros festivais. É o caso de Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro, que após exibir Praça Walt Disney na Mostra de Tiradentes, segundo Oliveira, está selecionado para a competição oficial de “um grande festival mundial”.
Por outro lado, para diretores iniciantes, a Mostra Pernambuco pode ser a oportunidade de mostrar seu trabalho. É o caso dos alunos da Aurora Filmes, que em Solar dos príncipes abordam as dificuldades de jovens negros moradores de favela realizarem documentário sobre a classe média alta. E do estudante de cinema Victor Dreyer, que exibiu Vodka pela primeira vez em novembro passado, no Festival de Vídeo de Pernambuco. O filme é um exercício de metalinguagem, em que um roteirista de cinema vive a história enquanto a escreve e personagens se misturam com membros da equipe de filmagem.
A seleção também inclui curtas de diretores premiados, como Marcelo Pedroso (Pacific), que apresenta Aeroporto, um experimento com fotos e vídeos feitos por viajantes e recriados na ilha de edição. Leo Falcão (TheLastNote.com) apresenta Palavra plástica, que aborda a visão de 20 artistas sobre a obra de Carlos Pena Filho. “Fui convidado pela Atma Promo para interagir com a exposição em memória dos 50 anos da morte do poeta, montada no Santander Cultural. Instituí que ele seria um documentário lírico, que experimenta linguagem. O curta se tornou a 21ª obra”, conta o diretor, que depois da exposição fez uma versão para cinema, selecionada pelo festival É Tudo Verdade.
Carlos Pena também é tema de É lá que eu vejo, de Mateus Sá, um dos artistas que participaram da exposição do Santander. O poeta ressurge na voz de Miró, Malungo, Francisco de Paula (Chicão) e Fernando Chile, que percorrem Olinda recitando o poema de mesmo nome.
Na sexta-feira entra em cena Bob Lester, baseado na história real de dançarino carioca que nos anos 30 integrou grupo de Carmem Miranda, aprendeu a sapatear com Fred Astaire, dançou em shows de Frank Sinatra e Doris Day e hoje, sem o devido reconhecimento, se apresenta nas ruas do Rio de Janeiro. “Para ser Bob Lester convidamos Stênio Garcia, que fez curso de sapateado com o sapateador inglês Steven Haper, que também é seu dublê no filme”, diz Hanna, que resume o curta como um filme sobre a solidão e o esquecimento.
Quinta, 28 de abril, 19h
Cinema americano, de Taciano Valério
Palavra plástica, de Leo Falcão
1:21, de Adriana Câmara
É lá que eu vejo, de Mateus Sá
Solar dos Príncipes, de Bruno Mendes e Henrique Eduardo
Sexta, 29 de abril, 19h
Diário de um Ator, de Cadu Pereiva
Bob Lester, Hanna Godoy e Mariana Penedo
Vodka, Victor Dreyer
Aeroporto, de Marcelo Pedroso
(Diario de Pernambuco, 27/04/2011)
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