terça-feira, 20 de outubro de 2009
Festival // Janela aberta à produção pernambucana
Confessionário, de Leo Sette
A 2ª Janela Internacional de Cinema do Recife reserva para hoje uma programação especial de curtas e videoclipes. Dividida em duas partes, a Janela Pernambucana traz novos trabalhos de Leonardo Sette, Daniel Bandeira e Vincent Carelli.
Hoje, a partir das 21h30, Sette apresenta o curta 35mm Confessionário, fruto de seu encontro com o missionário católico Silvano Sabatini, que nos anos 50 esteve na área indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, local que passou por recente disputa por terra.
Durante 15 minutos de um plano sem cortes, Sabatini narra à câmera sua experiência com os índios, de acordo com o próprio, pautada pela comunhão que beirava a subversão diante das orientações da Igreja. Enquanto descreve situações como a que os índios se preparam para confessar pecados, é possível perceber como o próprio ambiente construído pelo filme se torna um confessionário em si, um convite a refletir sobre a essência do cinema documental. O filme já passou pelo festivalÉ Tudo Verdade e pela Mostra Internacional de Curtas de São Paulo. Esta será a primeira exibição no estado.
Outros filmes do programa são De volta à terra boa, de Mari Corrêa e Vincent Carelli, Cinema Império, de Hugo Carneiro Coutinho, e Eiffel, de Luiz Joaquim. O inédito Tchau e bênção, de Daniel Bandeira (do longa Amigos de risco) será exibido amanhã, junto com São, de Pedro Severien, Não me deixe em casa, de Daniel Aragão, e Ave Sangria, de Raynaia Uchoa, Rebeca Venice e Thiago Barros. Às 18h, dois curtas pernambucanos - Nº 27, de Marcelo Lordello, e Superbarroco, de Renata Pinheiro - participam da mostra competitiva.
Videoclipes - Às 20h15 haverá uma retrospectiva dos últimos 15 anos do videoclipe pernambucano com a mostra Caos, Noise, Clipes. A curadoria é do jornalista Germano Rabello, que em 2004 dirigiu o curta Vamo fazer um clipe?, ao lado de Aroldo Araújo e Jolly Campello. "Fechamos em 17 clipes marcantes, alguns famosos, outros obscuros, como Iago e Jonathas, dirigido por Grilo, que eu acho um dos melhores da cena local", conta Rabello, que lamenta a falta de cuidado com certos clipes como o emblemático Se Zé Limeira sambasse maracatu, do Mestre Ambrósio, cuja única cópia tem acesso restrito.
Ele não conseguiu incluir a peça na seleção, que conta com pelo menos uma raridade: a versão demo de A cidade, de Chico Science e Nação Zumbi, realizada pela TV Viva antes da banda conquistar a mídia. "É uma curiosidade de valor histórico, pois mostra outra face da banda". A seleção ainda traz clipes da Mundo Livre, Paulo Francis Vai Pro Céu, Re:combo, Devotos, Textículos de Mary, Mombojó, Profiterolis, Asteróide B-612 e Eddie.
(Diario de Pernambuco, 20/10/2009)
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