segunda-feira, 14 de setembro de 2009

"Lebanon", de Samuel Maoz, leva Leão de Ouro em Veneza


Cena de Lebanon, de Samuel Maoz

Desde a I Guerra Mundial, a cada conflito armado do qual os EUA participam, Hollywood corre atrás e lança bom número de produções.

Raras exceções, são filmes-propaganda. A indústria cultural participou ativamente da Segunda Grande Guerra? Mickey Mouse nos acuda. Goebbles vem aí.

Desde 2001, quantos filmes - A, B ou Z - foram feitos no bojo da "guerra contra o terror"? Destes, poucos se arriscam a pensar qual o verdadeiro papel das supostas vítimas (os ricos) na geopolítica dos homens-bomba (os pobres).

Após massacrar o Líbano ao longo das últimas décadas, Israel entrou na jogada e resolveu fazer filmes sobre o assunto.

Segurem seus turbantes.

O melhor filme do 66º Festival de Veneza, Líbano, de Samuel Maoz, mostra a incursão de um tanque israelense no território árabe, do ponto de vista do ... tanque. Ex-soldado, Maoz se baseou na própria experiência para realizar seu primeiro longa.

Parece que Israel encontrou no massacre (de palestinos) a seu redor um filão cinematográfico. Ano passado, Valsa com Bashir gerou comoção em Cannes e foi indicado a Oscar de melhor filme estrangeiro. As produções trazem em comum o tema (a Guerra do Líbano de 1982) e o fato de serem dirigidas por ex-soldados assombrados pela experiência.

Em Veneza, a premiação de Lebanon foi questionada por uma jornalista libanesa. Para ela, o filme poderia mostrar outros pontos de vista. Mas será que um filme árabe chegaria a tanto?

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