sábado, 12 de setembro de 2009
Cinema // A garota de Mônaco, de Anne Fontaine
Não é a Belle de Jour
A certa altura da produção francesa A garota de Mônaco (La fille de Monaco, 2008), de Anne Fontaine, tudo leva a crer que o mundo frívolo e superficial das celebridades sairá triunfante.
É algo como se tais valores estivessem tão incrustados na vida moderna, que seus personagens podem resistir, mas nunca escapar do jogo de sedução e poder a que são expostos. Desde ontem, o filme está em cartaz no Cine Rosa e Silva (veja roteiro).
O protagonista é Bertrand (Fabrice Luchini) é um advogado de meia-idade, beneficiado pela evidência midiática graças à especialidade em resolver casos difíceis. Ele passa temporada em Mônaco, pois acaba de assumir a defesa da endinheirada senhora Lassalle, que assassinou o amante russo. Para protegê-lo da família da vítima, o filho contrata um segurança, o eficiente e leal Christophe (Roschdy Zem).
Numa entrevista para a TV local, ele conhece a "garota do tempo" Audrey (Louise Bourgoin), uma pin-up de trajes sumários e comportamento vulgar que vê em Bertrand o atalho que a levará a Paris - e à fama. Emocionalmente confuso, ele procura sentido na situação, mesmo após conhecer o quarto da garota, com papel de parede rosa e uma foto da Princesa Diana na parede.
Incapaz de conter qualquer metafísica, Audrey pretende conquistar a presa ao propor um reality show sobre advogados onde ele seria o primeiro de uma série. Mesmo sob dúvidas, Bertrand aceita. Com o casal apaixonado, cabe a Christophe alçar sua função protetora a níveis inesperados.
O problema é que tudo se resolve de forma abrupta.
O julgamento, único motivador da situação, praticamente desaparece em importância ao longo do filme. E a amizade entre Bertrand e Christophe, desenvolvida de forma interessante, resulta em consequências possíveis, mas improváveis.
(Diario de Pernambuco, 12/09/09)
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