segunda-feira, 7 de março de 2011

Garanhuns Jazz Festival 2011 - 2ª noite



Carlos Johnson foi a grande estrela da segunda noite do Garanhuns Jazz Festival. Já era tarde (1h) quando o bluesman começou a tocar, mas parte do público esperou e assistiu a um show de primeira linha. Assim que plugou a guitarra e soltou as primeiras notas, algo especial surgiu no palco. Uma sonoridade e presença que não estão na técnica ou no instrumento, mas que só os nascidos naquela cultura podem reproduzir. Seus solos, ora contidos, ora caudalosos, trazem a lição de que uma única nota retirada do silêncio pode dizer mais do que centenas espremidas no mesmo espaço. Aliás, o silêncio é o blues. Com a segurança tranquila de quem não precisa provar nada a ninguém, é de Johnson o melhor show do festival, até o momento.



Abrindo a programação de domingo, Robertinho Silva mandou bem com os dezesseis garotos do grupo Batuque de Garanhuns, que há quatro anos pesquisa os ritmos pernambucanos. Aos tradicionais maracatu, afoxé, um dos mestres bateristas da MPB introduziu batidas de outras regiões do país como o jongo da serrinha e a congada mineira. “Ele também nos ensinou a improvisar novos instrumentos, como as tampas de lata nos joelhos e o próprio corpo”, disse Cristal Notaro, que coordena o projeto. Faltou a matriz indígena, a única que Garanhuns teria ligação direta.

Na sequência, Sonoris Fábrica não deixou a bola cair. Com arranjos ousados para músicas tradicionais, o grupo impressionou o público de Garanhuns. Foi um momento especial para o violinista e Sergio Ferraz, que nasceu na cidade.


Sonoris Fabrica


Big Joe Manfra

Setenta quilos mais magro, Big Joe Manfra injetou agilidade e adrenalina no encontro de guitarristas, que trouxe o paulista Igor Prado e o gaúcho Fernando Noronha. Começou bem, mas o excesso de músicos na metade final (foram seis, contando com Artur Menezes, Danny Boy da Uptown e de Jonathan Richard, do The Bluz) bagunçou o coreto. De qualquer forma, foi bom assistir Manfra em boa forma e solos arrasadores. E a performance de Igor Prado, citado por Rick Estrin como um dos bons exemplos do blues made in Brazil, é realmente de tirar o chapéu.

Um comentário:

The Bluz disse...

Valeu pela cobertura!
Blues na veia!
Abração