sexta-feira, 18 de março de 2011
Discurso antigo em alta definição
A partir desta sexta-feira, o público do Recife poderá conferir o que há de mais avançado na produção e exibição digital de filmes. É quando estreia Invasão do mundo: Batalha de Los Angeles (Battle: Los Angeles, EUA, 2011), o primeiro filme da Sony Pictures concebido integralmente para a tecnologia 4K, grau máximo de resolução de imagem alcançada pela indústria cinematográfica - até o momento. Para se ter uma ideia, a imagem em 4K pode chegar a 4.096 linhas horizontais por 2.160 verticais, mais que o dobro alcançado pela tecnologia Full HD.
Em parceria com a rede UCI, as sessões poderão ser vistas em 16 salas do Brasil. Três destas estão no Recife, nos complexos Kinoplex Recife, Plaza e Tacaruna, que desde janeiro contam com equipamento de projeção Sony Real D. O formato, que permite mais qualidade com menos custo, já toma conta do parque exibidor da Europa e Estados Unidos. Aos poucos, vai dominar o resto do mundo e aposentar as centenárias projeções em 35mm.
O que há de impressionante a experimentar em Invasão do Mundo: batalha de Los Angeles, é a alta definição de imagem e som, mais perceptíveis em explosões que jogam estilhaços e grãos de areia com precisão microscópica. Fora isso, é um misto de filme de guerra com ficção científica que não tem muito a acrescentar nem a um gênero, nem ao outro. Mas o que importa? A produção de 100 milhões dirigida por Jonathan Liebesman já é um dos sucessos comerciais do ano: lidera as bilheterias dos Estados Unidos, onde estreou na semana passada.
A impressão é a de que já vimos esse filme antes (a presença da atriz Michelle Rodriguez, já vista em Avatar e Machete como a latina boa de briga, só reforça isso): sem muita explicação, alienígenas rendem o planeta, enquanto um destacamento de fuzileiros navais liderados pelo sargento Nantz (Aaron Eckhart) resiste até o fim. Em boa atuação, Eckhart personifica o mito do herói norte-americano, que preservavalores forjados no front. Sob ataque cerrado, seu grupo reage, range os dentes, destroi o inimigo e, de quebra, cuida de criancinhas.
Como diz o título, o palco do combate está em Los Angeles, onde aliens pegajosos e de grunhidos estranhos fincam base. Construído do ponto de vista dos soldados - qualquer informação externa vem da TV ou internet, o filme alterna entre a ação tensa do tipo ´Go, go, go!` e o drama de quem perde companheiros e teme pelo futuro imediato. Há repetição de fórmulas, tanto da ficção (Guerra dos Mundos, Independence day) quanto de filmes guerra - como o recente Guerra ao Terror, só que piorado por uma música que insiste em conduzir emocionalmente cada ataque ou momento dramático.
(Diario de Pernambuco, 18/03/2011)
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