Ufa. Bróder ganhou em Gramado.
O filme de Jeferson De não é obra-prima. Mas foi a melhor opção.
Frente aos demais, ao eleger Bróder, Gramado optou pelo cinema que tem cérebro e potencial de bilheteria. Pegou bem.
Antes e durante a premiação, bateu o "medo" de que Não se pode viver sem amor, de Jorge Duran, fosse o preferido do júri oficial, sob o argumento de que, mais do que Bróder, que conta com a Globo Filmes, Sony e Daniel Filho, o longa de Duran estaria precisando de uma "força" no lançamento. Daí os prêmios para melhor atriz (Simone Spoladore), roteiro e fotografia.
Filmes como O Contestado de Sylvio Back e O último romance de Balzac, de Geraldo Sarno são herméticos demais para isso. Apesar de não se classificarem como tal nem se restringir a isso, ambos estão de acordo com o "ano do espiritismo no cinema brasileiro".
O primeiro faz importante registro de um massacre quase esquecido na história republicana. Precisa ser mais assistido, apesar de ser muito longo (2h30 de duração) e pesado para uma sessão de cinema. Quanto a Balzac, há planos para uma distribuição específica, voltada para estudiosos do escritor e a fatia de público espírita ou interessado no tema.
Ao trazer a videoarte para a tela grande, Ponto Org , de Patrícia Moran, tem boas sacadas e atuações. Só que é experimental demais, até para quem gosta do gênero.
Quanto a 180º, de Eduardo Vaisman e Enquanto a noite não chega, de Beto Souza, basta dizer que eles mostraram mais deficiências do que qualidades. Assim, facilitaram o trabalho do júri.
Diário de uma busca , de Flávia Castro, pegou Gramado de surpresa (balançou opiniões e levou prêmio da crítica) com um documentário em primeira pessoa, em que a diretora investiga a morte do pai, ativista de esquerda perseguido pela ditadura, que morreu em 1984, em Porto Alegre, durante invasão a apartamento de um ex-oficial nazista. O caso teve repercussão na mídia da época, mas foi logo abafado. O filme vai atrás dos envolvidos (polícia, jornalistas e familiares). Levanta hipóteses, mas frustra ao não esclarecer muito além do que já estava dito.
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Olá André Dib(Quadro Mágico)
Aqui é a Ludimila, uma das organizadoras da jornada de estudos sobre romances gráficos que ocorrerá na Universidade de Brasília (UnB) no dia 2 de setembro de 2010, evento organizado pelo Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea coordenado pela professora Dr. Regina Dalcastagnè.
Aproveito o espaço para convidá-lo e pedir que nos ajude com a divulgação.
Atenciosamente,
Ludimila Moreira Menezes
Mais informações:
http://gelbcunb.blogspot.com/
jornada de estudos sobre romances gráficos
O termo graphic novel cunhado por Richard Kyle, em um manifesto de 1964, surgiu da insatisfação de alguns artistas com as limitações que o termo comics impunha, já que este era associado com frequência a tiras de humor ou revistas para crianças, inviabilizando novos formatos e, principalmente, novos conteúdos.
Foi Will Eisner o pioneiro na utilização concreta do termo, impresso na capa de sua obra Um contrato com Deus, publicada em 1976. Iniciava-se assim, dentro de uma concepção de arte sequencial desenvolvida por Eisner, o romance gráfico, visto atualmente como um livro que conta uma história em imagens e textos e apresenta um enredo completo e temática adulta, recebendo tratamento gráfico de qualidade. Algo assim como uma obra ficcional de contornos de prosa em formato de quadrinhos.
Apesar dessa concepção de romance gráfico ter seus problemas e não ser totalmente aceita nem pelos artistas, nem pela crítica literária, ela revela o surgimento de uma nova forma de narrativa que tem se aperfeiçoado e, hoje, representa um mercado editorial de grandes proporções.
Dentro desse contexto, essa 1ª Jornada de Estudos sobre Romances Gráficos se propõe a se debruçar sobre algumas dessas obras de grande repercussão, utilizando-se de elementos da crítica literária contemporânea para analisá-las e promover um debate que permita uma melhor compreensão de seu alcance no campo literário.
programação
dia 2 de setembro de 2010
9h às 12h
O passado no futuro: opressão de gênero e resistência em Persépolis, de Marjani Satrapi e Aya de Yopoung, de Marguerite Abouet e Clément Oubrerie - Vania M. F. Vasconcelos
Para além do diagnóstico: traçados de subversão em Epiléptico, de David B. - Ludimila Moreira Menezes
O discurso autobiográfico nos romances gráficos Retalhos, de Craig Thompson, e Epiléptico, de David B. - Maria Clara Dunck Santos
A poética do detalhe: retratos da resistência em Maus e Persépolis - Larissa Silva Nascimento
Valsa com Bashir: experiência, memória e guerra - Pablo Gonçalo Pires de Campos Martins
14h às 15h45
O silêncio dos imigrantes: de Rawet a Shaun Tan - Gabriel Antunes
A construção de um país em Crônicas Birmanesas, de Guy Delisle - Humberto Brauler Rodrigues Pereira
Identidade e migração: uma leitura de O chinês americano, de Gene Yang - Stella Montalvão
16h às 18h
O que realmente importa? Memória e subjetivação da arte em Le combat ordinaire - Laeticia Jensen Eble
A identidade em quadrinhos: a construção de si em Persépolis, de Marjane Satrapi, e Fun Home, de Alison Bechdel - Ligia Diniz
Memórias fraturadas: passado, identidade e imaginação em Borges e Mutarelli - Pedro Galas Araújo
Serviço
Local: Auditório Agostinho da Silva – Departamento de Teoria Literária e Literaturas – Universidade de Brasília
Inscrições até 31/8/2010 pelo e-mail:
jornadaromancesgraficos@gmail.com
Vagas: 30
Coordenação:
Ludimila Moreira Menezes e Stella Montalvão.
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