sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
O futebol salvou minha vida
Eric Bishop, o carteiro, encontra Eric Cantona, o ídolo
Cinema e futebol é combinação arriscada. À procura de Eric, que estreia hoje no Cinema da Fundação, está entre as poucas produções que valem a pena serem assistidas.
Não estranha que, assim como na paternidade do jogo, o mérito do filme seja dos ingleses. No caso, Ken Loach (Terra e liberdade, Pão e rosas), cineasta veterano e afeito a histórias e conflitos da classe operária. Curiosamente, o filme de Loach se alinha a outra estreia da semana, Invictus, em que o esporte cumpre determinante papel social.
À procura de Eric fala sobre a importância do futebol na vida de pessoas individualmente oprimidas, mas que coletivamente extravasam energias e lavam a alma. Há cenas de arquivo com gols e dribles fabulosos, mas o filme não está diretamente ligado à ação futebolística e sim no drama de um trabalhador anônimo. Eric Bishop (Steve Evets) é um carteiro de aspecto apagado e triste que tem como ídolo Eric Cantona, lenda viva do maior time de futebol da Inglaterra, Manchester United.
Eric vive numa casa mal-cuidada,perdido entre derrotas do passado (separação conjugal) e presente (desconsideração dos filhos adolescentes). Numa fossa daquelas surge Cantona (o jogador em pessoa), que dá conselhos estratégicos para o novo amigo retomar o controle da própria vida. O ponto de honra desse processo está no revide a um gângster que ameaça seu filho mais velho, oportunidade ideal para colocar em prática a truculenta operação Cantona, o que inclui máscaras e tacos de beisebol. Nada como um grupo de amigos para colocar as coisas no lugar.
(Diario de Pernambuco, 27/01/2010)
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