sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
O salto da Orquestra
Com apenas três anos de carreira, a Orquestra Contemporânea de Olinda acaba de confirmar sua primeira turnê internacional. Será nos Estados Unidos, entre os meses de março e abril de 2010. O circuito começa com o festival South by Southwest, em Austin, Texas, e termina 30 dias depois em Miami, no Heineken TransAtlantic Festival. Quem traz a notícia é Melina Hickson, que assumiu a agenda da banda para o exterior.
"Estes shows estão confirmados e estamos negociando outros em Nova York, Nova Orleans, Chicago e Washington", diz a produtora. Argentina e Uruguai são outros países na mira de Melina, que também agencia o compositor Siba Veloso fora do Brasil.
Enquanto março não vem, a banda comemora com uma série de shows no Recife. O primeiro será hoje, na Feira Música Brasil, em programação que ainda traz, entre outros, Kassin, Wilson das Neves, Cidadão Instigado, Pitty e Marcelo D2. Na virada do ano, a festa será no palco do Acaiaca, em Boa Viagem. No dia 9 de janeiro, ao lado da banda Eddie, a banda participa do projeto Original Olinda Style, nas dependências do Mercado Eufrásio Barbosa.
Até o momento, a série de shows nos EUA é o ápice de uma trajetória que já rendeu uma indicação ao Grammy Latino 2009, à final do Prêmio da Música Brasileira (ex-prêmio Tim) e o reconhecimento da mídia especializada - o New York Times publicou resenha elogiosa e o jornal O Globo considerou o show da OCO um dos melhores do ano passado.
A big band, forjada nas ladeiras de Olinda na conjunção de artistas do cenário pop com músicos de uma antiga orquestra de frevo, também é recordista de shows fora do estado. Somente em 2009, são mais de 80 apresentações em 10 estados brasileiros. Turnê patrocinada pela Fundarpe, que investiu R$ 60 mil. "Fizemos esse dinheiro render o máximo", diz o empresário da banda, José Oliveira. Para conseguir espaço e logística longe de casa, ele adotou a estratégia de cultivar agentes locais. Os shows, garante, são todos lotados. "Convocamos bastante público pela comunidade do MySpace e com um mailing eletrônico gigantesco".
A OCO surgiu do encontro entre Oliveira e Gilú, que atua como percussionista, compositor e arranjador do grupo de dez músicos, que inicialmente participavam como contratados, mas terminaram por absorver o espírito do projeto. "Eles entraram na viagem. Perceberam que o trabalho não acaba quando descemos do palco. Os músicos que vão se sobrepor são os que estão ligados nisso", diz Gilú.
O primeiro núcleo da OCO responde pela base criativa: Gilú, Tiné (voz), Maciel Salú (voz e rabeca), Juliano Holanda (guitarra), Hugo Gila (baixo) e Rapha B. (bateria). O segundo é um naipe de sopros do Grêmio Musical Henrique Dias: Daniel Marinho (trompete), Ibraim Genuíno (trombone), Alex Santana (Tuba), liderados pelo maestro Ivan do Espírito Santo (flauta, sax alto, barítono e tenor).
Uma das primeiras conquistas veio no ano passado, quando a Slap, selo da Som Livre para bandas independentes, incluiu o primeiro álbum em seu catálogo. Com o nó da distribuição desatado, a tiragem de 5 mil CDs foi rapidamente esgotada. Um segundo álbum de inéditas está a caminho e deve incluir DVD e tiragem em vinil.
(Diario de Pernambuco, 11/12/2009)
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