quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Cinema // Destino de Lula nas mãos dos brasileiros


Foto: Otávio de Souza / Divulgação

Conforme anunciado há mais de um ano, Lula - o filho do Brasil, de Fábio Barreto (O quatrilho), entra em cartaz amanhã em centenas de cinemas de todo o país.

Dada a alta popularidade do presidente e agressiva estratégia de divulgação, a expectativa é grande para saber se a bilheteria do filme realmente será um fenômeno do tipo "nunca antes na história deste país". Até agora, os números do investimento levam a crer que sim. É o maior lançamento (R$ 4 milhões) e a produção mais cara (R$ 12 milhões) do cinema nacional. Há também a pretensão de disputar o Oscar 2010, assumida desde o início do projeto idealizado por Luiz Carlos Barreto e família.

Lula, o filme, não tem somente as características do melodrama que, quando funciona, provoca lágrimas. Ele romantiza a vida pregressa do atual presidente a ponto de fazer da trajetória de Luiz Inácio da Silva (Rui Ricardo Diaz) algo tão perfeito quanto inverossímil. Da vida de retirante a líder operário, ele surge como o heroi predestinado ao papel de líder moderado, justo e passional. Mesmo quando chora no colo de Dona Lindu (Glória Pires), vítima de imposições do destino como a morte da primeira esposa, Lourdes (Cleo Pires) e a perseguição política, não há conflito ou falhas de caráter. Mesmo criança, em Caetés, tem ímpeto para defender a mãe dos arroubos violentos do pai, Aristides (Milhem Cortaz).

Contar a história do retirante nordestino que hoje toma chá com a rainha da Inglaterra é uma estratégia e tanto para emocionar plateias. Positiva ou não, a repercussão até agora contou a favor da produção. Assim como na vida real, o destino de Lula agora está na mão dos brasileiros.

(Diario de Pernambuco, 31/12/2009)

Um comentário:

os mario disse...

assisto, não assisto...?