sábado, 13 de junho de 2009

Cumade Fulozinha em versão para o cinema


Ademir e equipe nas locações de Nossa Senhora do Ó

Na tarde de hoje, a procissão de Santo Antônio da comunidade de Chã de Tábua, São Lourenço da Mata, servirá de pano de fundo para a produção de um longa-metragem. O tradicional evento religioso será a última locação trabalhada pela equipe de Cumade Fulozinha e a rabeca encantada, filme que mostra a origem desse personagem do folclore nordestino, e deve ser lançado ainda em setembro.

Para contar essa história, o diretor Ademir Di Paula utiliza atores em cenários rurais, que contracenam com personagens criados digitalmente como um cachorro falante e um dragão de São Jorge. Além de animações 3D, há uma série de efeitos especiais, realizados pela Studio 3, a produtora do filme.

Noventa por cento das gravações foram feitas no Engenho de Canoas, no distrito de Nossa Senhora do Ó, município de Ipojuca. Lá, a equipe encontrou tudo o que precisava para colocar em prática o roteiro que, de acordo com o diretor, tem forte inclinação católica. "Partimos da lenda do dragão que seca os rios, porque o caipora roubou uma rabeca". Preocupada com a situação, Cumade Fulozinha pede ajuda a outros personagens folclóricos, como o Ceguinho e Seu Lunga.

Ao longo do processo de pesquisa, Ademir encontrou diferentes versões para a personagem, inclusive na Europa. "Lá fora, a bruxa de Blair é uma versão da Cumadre Fulozinha. No Brasil, tem regiões que ela se mistura com o curupira".

Formado em artes cênicas, Ademir Di Paula tem um currículo de 14 curtas, todos feitos com dinheiro do próprio bolso, ou melhor, do caixa da Studio 3, que faz peças de publicidade. Em 2006, dirigiu seu primeiro longa, intitulado Cumade Fulozinha. Agora ele volta ao tema com outra abordagem, mais voltada para a comédia. "Quero tirar essa imagem negativa da personagem, geralmente vista como assombração. No filme, ela protege os animais e a natureza. Até o caipora rouba a rabeca de forma inocente".

Até o momento o filme está sendo feito "na raça". Para conseguir os recursos necessários (R$ 461,5 mil), a produtora batalha parceria com instituições públicas, e apoio da iniciativa privada, através da Lei Rouanet. Além disso, o projeto será inscrito em editais de patrocínio direto. Enquanto o patrocínio não vem, nada de reclamar e cruzar os braços. Há trabalho pela frente e Cumade Fulozinha não tem tempo a perder.

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