sábado, 27 de junho de 2009

50 artistas reinventam a Turma da Mônica


Penadinho, Frank e a Cranicola, no traço de Samuel Casal

A livre adaptação da Turma da Mônica por diferentes desenhistas do primeiro time nacional é a mais interessante das homenagens que marcam os 50 anos de carreira de Mauricio de Souza. Com lançamento marcado para setembro, MSP 50 traz um grupo e tanto de artistas, entre eles, Angeli, Ziraldo, Laerte, Spacca, Samuel Casal, Marcelo Lélis, Fernando Gonsales, Fábio Moon e Gabriel Bá, Eloar Guazzelli, Fábio Lyra, Fido Nesti e Jô Oliveira. Dois pernambucanos foram convidados para integrar o projeto: Christiano Mascaro e João Lin, editores da coletânea de quadrinhos Ragú.

"É quase um dream team", diz o coordenador do projeto, Sidney Gusman. "Além de contar com as grandes "feras", minha preocupação foi apresentar bons quadrinistas que o grande público ainda não conhece". Gusman conta que, para dar forma ao projeto, buscou inspiração no livro Asterix e seus amigos, que no ano passado homenageou os 80 anos do desenhista Albert Uderzo. Outra referência foi a revista Mônica 30 anos, lançado em 1993, em que Will Einser, Guido Crepax, Hugo Pratt e Milo Manara desenharam a personagem. "Fiquei bem entusiasmado a ideia. Fiz uma lista gigante e fechei com 50 artistas ".

Cada desenhista convocado teve liberdade de eleger e desenhar seu personagem preferido. Gonsales, criador do rato Níquel Náusea, apresentará sua versão para o cachorro Bidu; Spacca escolheu o dinossauro Horácio; Samuel Casal, o fantasma Penadinho; Lélis escolheu Chico Bento; Laerte fará Bidu e Franjinha; e João Lin desenhará o índio Papa Capim. Angeli, Ziraldo, Moon e Bá ainda não divulgaram quais foram suas escolhas. Guazzelli não está 100% decidido, mas deve fazer Sansão, o coelho azul.


O Astronauta de Mascaro

Sem querer, Mascaro escolheu um dos personagens mais requisitados: o Astronauta. A história está em fase de finalização. "Na hora eu pensei que estava sendo bem original", brinca Mascaro, que adianta com exclusividade aos leitores do Diario um dos estudos que guiarão sua releitura do explorador espacial. "Sempre gostei bastante do Astronauta. Estou fazendo algo que remete às histórias em quadrinhos de ficção científica europeia, como as criadas por Moebius".

Mascaro acredita que o MSP 50 pode contribuir para evidenciar o mérito artístico do trabalho de Maurício, por vezes criticado por sua vocação comercial. "O sucesso dele é algo que impressiona num país que sequer conta com uma indústria de quadrinhos. Ele construiu um império que se reinventa, e tirar o valor artístico da sua obra é algo que beira o cinismo".

(Diario de Pernambuco, 26/06/2009)

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