quarta-feira, 2 de junho de 2010

Edital público em avaliação

A Fundarpe convoca o segmento do audiovisual para participar de fórum sobre o edital que regulará a segunda etapa do Funcultura 2010-11. O encontro será hoje, das 16 às 19h, no auditório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan (Rua Benfica, 1150 - Madelena). O objetivo é que produtores contribuam para aperfeiçoar as regras que determinam a seleção de projetos.

A ser lançado no fim de julho, durante o Festival de Triunfo, o novo edital teve recursos elevados para R$ 8 milhões. Se somado com os R$ 6 milhões do ano passado, este é o maior investimento de recursos públicos estaduais na cadeia produtiva do audiovisual de Pernambuco ou de qualquer outro estado do Brasil.

O curto intervalo entre o anúncio dos selecionados pelo edital anterior e o anúncio do novo levou a Fundarpe a organizar uma reunião única, com participação direta dos produtores. “Geralmente esse processo dura quatro meses. No ano passado, foram mais de dez reuniões”, diz Carla Francine, da coordenadoria de cinema da Fundarpe. “Diante da urgência, um encontro coletivo pode ter um retorno mais efetivo”.

Para Cynthia Falcão, presidente da seção pernambucana da Associação Brasileira de Documentaristas - ABD/PE, um dos pontos críticos a serem discutidos na reunião de hoje é a lacuna que permite filmes que ainda não foram rodados a captar verba para a fase de finalização. “Na maioria dos editais, há é preciso apresentar o material bruto para obter a finalização. No último edital do Funcultura, filmes que não chegaram a esse ponto foram selecionados, enquanto outros que já estavam com o material gravado nem chegaram à defesa oral”.

Outro ponto a ser defendido pela ABD é o estabelecimento de um teto para produtos para TV. “Foram poucos aprovados esse ano e alguns projetos bons ficaram de fora porque estavam muito acima do valor disponível. Um limite, talvez a partir da média desse ano, resolveria isso”. Já Carla Francine defende a existência de uma justificativa escrita para projetos que chegaram à defesa oral e não foram aprovados, como forma de satisfação ao produtor.

Já o cineasta Jura Capela defende a criação de um mecanismo que controle o número de projetos aprovados pela mesma produtora ao longo dos anos e a especificação dos critérios técnicos e estéticos que levam à aprovação de um projeto. “Existem produtoras com mais de dez projetos aprovados em editais de 2008 pra cá. Além disso, outros projetos são aprovados nas mesmas categorias por anos consecutivos. E os critérios técnicos e de temática devem ser claros para o júri, mas não para os realizadores”.

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