sexta-feira, 4 de junho de 2010
Estreia // Príncipe da Pérsia - As areias do tempo
Dos videogames para a tela grande, Príncipe da Pérsia - As areias do tempo é daqueles filmes que tem a matriz industrial estampada na cara, milimetricamente desenhada com protagonistas bonitinhos, cenários grandiosos e diálogos redundantes. Tudo em ritmo acelerado que, se não permite ao público sair da superfície, quanto mais, respirar. Deve ser um sucesso em termos de lucro instantâneo, a ser colhido pelo produtor Jerry Bruckheimer (Piratas do Caribe) não somente entre o público infanto-juvenil doutrinado pelo game.
Dirigida pelo inglês Mike Newell (Quatro casamentos e um funeral, Donnie Brasco, Harry Potter e o cálice de fogo), a produção conta com Jake Gyllenhaal (Brokeback Mountain) e Gemma Arterton (Fúria de Titãs) como um casal determinado a salvar o mundo da cobiça desencadeada por uma adaga mística, capaz de controlar o fluxo do tempo. Gyllenhaal é Dastan, órfão retirado das ruas pelo Rei da Pérsia, que percebeu nele virtudes de guerreiro. Gemma é a bela Tamina, princesa da cidade sagrada de Alamut, conquistada por exército liderado por Dastan, que com desenvoltura acrobática se pendura em cordas e corre pelas paredes.
Alamut é tomada sob alegações de concentrar armas de guerra. Mas, assim como na história recente, o interesse bélico só diz respeito a concentração de poder. Daí o racha na família real, formada por Dastan, seus irmãos e o tio, Nizam (Ben Kingsley), agora abalados pela morte do Rei.
A visão Disney para o Oriente antigo continua estereotipada, vide a figura caricata Sheik Amar, mercenário de barba, turbante e dente de ouro vivido por Alfred Molina, que ainda conta com um servo negro atirador flechas. Antes de desvendar o mistério por trás da morte do Rei, Dastan e amigos ainda precisam lutar contra uma horda da tribo hassassins e com serpentes do mal. Faz falta um larguiné na "romântica" sequência final. Seria mais fácil aguentar o açúcar goela abaixo.
(Diario de Pernambuco, 04/06/2010)
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