terça-feira, 8 de junho de 2010

Mostra especial traz cinco curtas de Kleber Mendonça ao Cine São Luiz


Recife frio, um dos melhores filmes do ano, é atração principal

Cinco curtas-metragens de Kleber Mendonça Filho serão exibidos hoje, às 20h, no Cine São Luiz (Boa Vista). Pela primeira vez será possível assistir Recife frio (2010), Noite de sexta manhã de sábado (2007), Eletrodoméstica (2005), Vinil verde (2004) e A menina do algodão (2002) em conjunto, numa sala de cinema. Com aproximadamente 80 minutos, a sessão será seguida de diálogo entre a plateia e o realizador, que mês que vem começa a rodar seu primeiro longa de ficção, O som ao redor.

Colocados em perspectiva, os filmes remontam a recente e premiada trajetória do cineasta pernambucano. Realizados em diferentes formatos e bitolas, eles acumulam quase uma centena de prêmios em festivais do mundo. Codirigido com Daniel Bandeira (Símio Filmes), A menina do algodão traz uma visão atual para a lenda urbana que nos anos 1970 circulava nas escolas do Recife; montado apenas com imagens em still (como uma colagem de fotografias), Vinil verde contemporaniza um antigo conto russo para a realidade urbana; Eletrodoméstica faz um retrato da intimidade da classe média recifense, caminho que o diretor deve seguir em O som ao redor; E Noite de sexta manhã de sábado narra de forma etérea o amor de duas pessoas separadas por um oceano.

Ficção travestida de documentário para a TV, Recife frio é a grande estrela da programação. Esta visão ácida e bem-humorada da cultura da capital pernambucana tem provocado repercussão por onde passa. Para quem não assistiu, esta é uma boa oportunidade para fazê-lo. Talvez leve algum tempo para surgir outra. Por isso, rever também é um bom programa.

Opção menos atraente, mas acessível para o público que não mora no Recife é assistir aos curtas de Kleber via internet. Desde janeiro, com exceção de Recife frio, toda a sua produção está disponível no site de compartilhamento Vimeo (www.vimeo.com/cinemascopio), inclusive Homem de projeção (1992), Enjaulado (1997) e o experimental Luz, industrial, mágica (2008).

(Diario de Pernambuco, 08/06/2010)

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