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Hotel Atlântico, em cartaz no Cinema da Fundação, é cinema de primeira grandeza. Com mão segura, Suzana Amaral (A hora da estrela) constroi narrativa livre, solta, infinita como o mar que o enfermeiro Sebastião (João Miguel) quer encontrar pela primeira vez.
Nas palavras do Artista (Julio Andrade), o ator que se abandona em prol da viagem aleatória: "O mar não acaba nunca. Você até vê o fim. Mas ele continua".
Assim como os melhores filmes.
Em curta e ótima entrevista para o site da Saraiva, Amaral defende mais do que o direito, mas a necessidade de ser incoerente e assumir riscos como algo imprescindível à criação artística.
E diz que não adapta obras da literatura (A hora da estrela é Clarice Lispector, Hotel Atlântico , de João Gilberto Noll):
"Eu transmuto".
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