quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Festival de Brasília // Bastidores

Glauber
O anúncio da restauração de O leão de sete cabeças, de Glauber Rocha, trouxe a Brasília a mãe do cineasta, Dona Lúcia, e sua filha, Paloma. Filmado em 1970, na República do Congo, o longa é o primeiro de Glauber rodado no exílio e nunca foi oficialmente lançado no Brasil. A restauração está a cargo da Cinemateca Brasileira e custará R$ 960 mil. O financiamento é do Fundo de Cultura da Bahia. Quem também esteve no festival foi Zélia Gaitan. A víuva de Glauber veio promover Diários de Sintra, longa que registra os últimos momentos do diretor, morto em 1981. O filme estreia no início de 2010.

Segunda Guerra
Em 2010, o documentarista Evaldo Mocarzel, que concorre no festival com Quebradeiras, pretende rodar pelo menos três projetos em Pernambuco. Um deles será em parceria com o casal Bertini (BPE Produções, responsável pelo Cine PE) e remonta à Segunda Guerra Mundial, quando um grupo de imigrantes alemães se mudou para o Recife e fundou uma extensão do partido nazista na Fábrica de Tecidos Paulista.

Novos Baianos
Desde segunda-feira passada, Moraes Moreira circula pelo evento para promover o documentário Filhos de João - Admirável mundo novo baiano, de Henrique Dantas. O assédio tem sido grande. Terça à noite, no Hotel Nacional, ele foi vítima de uma admiradora empolgada dos Novos Baianos, que o acusou de ter "acabado" com o grupo. Como o filme de Dantas mostra, Moreira foi o primeiro a deixar a comunidade que vivia em "estado de sítio" em Jacarepaguá.

50 anos
Outro cineasta baiano também teve espaço garantido: Roberto Pires (1934 - 2001), diretor de Redenção, o primeiro longa-metragem realizado na Bahia. O filme acaba de completar 50 anos, está sendo restaurado graças ao acervo do Instituto Lula Cardoso Ayres, detentor da única cópia em 16mm, e deve ser lançado em março de 2010. Uma biografia sobre o diretor, assinada por Alexis Góis, foi lançada no festival. O livro conta como o cineasta conseguiu lançar o filme independente, estratégia que serviu de referência para as gerações seguintes.

Paulínia
Uma comitiva do Pólo Cinematográfico de Paulínia (SP) veio a Brasília exclusivamente para anunciar o segundo edital de fomento de 2009. São R$ 9 milhões disponíveis para dez longa-metragens, mais R$ 2 milhões para quatro projetos de televisão. Em almoço para jornalistas, o secretário de cultura da cidade, Emerson Alves, e o diretor do Festival de Paulínia, Ivan Melo, revelaram ajustes no concurso, que fica aberto para inscrições até 20 de janeiro. "Nosso interesse é que os cineastas incluam Paulínia em seu calendário de produção", disse Alves.

Ainda Lula
O filme Lula - o filho do Brasil, que abriu o festival semana passada, continua rendendo comentários nos corredores. O mais recorrente é que o filme parece ter sido feito com menos dinheiro que os R$ 12 milhões captados pela produção.

Vladimir Carvalho
Após quase 40 anos em Brasília, o documentarista Vladimir Carvalho doou o acervo de sua fundação, o Cine Memória, para a Universidade de Brasília. São mais de dois mil itens, entre livros, filmes, fotos, documentos e obras de arte. "Não sou museólogo nem quero uma cinemateca só para mim. Doei tudo, inclusive a casa, com a seguinte condição: enquanto eu viver, estou lá; depois, os bens não podem ser alienados", disse Carvalho, ao Diario. Com a doação, ele espera ter mais tempo para se dedicar à finalização de seu filme sobre o rock de Brasília, com enfoque nas bandas Legião Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso (Herbert Vianna morava na cidade antes de ir para o Rio) e Detrito Federal.

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