segunda-feira, 25 de junho de 2007

"Fetichast", um retrato tenebroso da "geração X(uxa)"



Estes são os primeiros quadros de "Fetichast - províncias dos cruzados", uma história em quadrinhos totalmente desenhada e finalizada a lápis por J. Márcio Nicolosi, e editado pela Devir Livraria (112 páginas, R$ 30).

A trama é construída em torno de uma distopia em que a república fictícia de Fetichast é controlada por um único canal de TV. Os personagens são ou pessoas sedentas por poder, ou apresentadoras de programas infantis seminuas, ou meninos e meninas pobres, que vivem nos sinais de trânsito.

Naquele país ninguém fala corretamente sua língua. E, assim como no livro “Fahrenheit 451” (de Ray Bradbury, filmado por François Truffaut), a leitura parece estar abolida. A história é contada por um violeiro ao estilo “mariachi”, que encontra três crianças numa encruzilhada qualquer. A música, assim como o cinema, são possibilidades para entender que o mundo é bem maior do que o que passa na telinha, mas será que ainda restam possibilidades de convivência não totalitárias nessa sociedade "midiotizada"?



Veterano da HQ nacional, Nicolosi desenha profissionalmente desde 1974, como funcionário da Maúrício de Souza Produções. Nos anos 80 partiu para uma carreira independente no ramo da animação publicitária. Em 1990, volta para a MSP para trabalhar nos desenhos animados da Turma da Mônica. Atualmente, desenvolve o material para o projeto "Cine Gibi 3" e para o longa animado do dinossauro Horácio.

Este é o segundo volume de “Fetichast”, projeto explicitamente autoral e independente, começou a ser desenvolvido em 1991, em plena era Collor. Na época, o Brasil passava por vários escândalos políticos e ao mesmo tempo vivia um “boom” comercial de programas infantis.

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