sexta-feira, 3 de junho de 2011
Febre do Rato ataca em Paulínia
Cláudio Assis esteve em Paulínia para o lançamento o festival, que selecionou seu novo filme
Foto: Aline Arruda / AgênciaFoto
Paulínia (SP) – Lançado na manhã de ontem, o Festival Paulínia de Cinema 2011 começa no próximo dia 7 de julho com uma seleção, no mínimo, interessante. Uma das fitas em competição diz respeito aos pernambucanos, mais diretamente, ao Recife: Febre do rato, de Claudio Assis.
Este, que será o primeiro longa em preto-e-branco do cineasta, completa trilogia criativa realizada com o fotógrafo Walter Carvalho (eles já haviam trabalhado imagens monocromáticas no curta Texas Hotel). Aliás, seu irmão, Vladimir, concorre com o documentário Rock Brasília – era de ouro, sobre o período em que Brasília pulsava com mais de 200 bandas. Também competem os longas de ficção Meu país, de André Ristum (SP), O palhaço, de Selton Mello (RJ), Onde está a felicidade?, de Carlos Alberto Riccelli (SP), Os 3, de Nando Olival (SP) e Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra (SP). Todos inéditos, com a ressalva de que o último acaba de ser exibido na mostra Un certain regard do Festival de Cannes. O filme de abertura será Corações sujos, adaptação de Vicente Amorim para livro de Fernando Moraes.
A boa programação pode aumentar ainda mais a importância do festival, que com apenas quatro anos, já figura entre os maiores do país. E para isso não basta dinheiro do rico ICMS de Paulínia, mas vontade e competência. Este ano, há algumas mudanças no formato do evento, que agregou o Paulínia Fest, três dias de shows após os filmes, em frente ao suntuoso Theatro Municipal. Na programação, Rita Lee, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Seu Jorge e Vanessa da Mata. O número de curtas dobrou – agora são doze, mais três curtas locais, exibidos conjuntamente com um longa documentário e um de ficção, diariamente. A curadoria é coletiva, feita por funcionários da prefeitura.
Durante a exibição de trechos dos filmes, o recorte dado a Febre do rato chamou atenção por ser o único com imagem monocromática e pelo tom, melancólico e sem diálogos. “Fiz de propósito, mas o filme tem uma surpresa e é bem vivo. Como Amarelo manga, ele capta a pulsação do Recife”, disse Cláudio Assis, que antes de lançar o filme comercialmente (pela Imovision), pretende inscrever o filme no Festival de Brasília e aguarda resultado do edital de distribuição do Polo Cinematográfico de Paulínia.
Todos os diretores e produtores estavam na coletiva, conduzida pelo secretário de cultura de Paulínia, Emerson Alves. A euforia estava estampada em suas feições – além da visibilidade para seus filmes, o melhor ganha prêmio de R$ 250 mil. Fica claro que um festival de cinema de primeira linha está integrado a uma política maior de investimento na cultura, o que inclui a formação de uma competente orquestra jovem. “o cinema atrai a maioria das atenções, mas estamos desenvolvendo várias atividades para a formação de um pólo cultural em Paulínia, disse o secretário. Após a coletiva, ele informou ao Diario que 2,5% do orçamento municipal é direcionado para a cultura, o que equivale a R$ 35 milhões. Um bom exemplo para a nossa Ipojuca, onde também há uma refinaria de petróleo como fonte de impostos.
A declaração mais ilustrativa talvez seja a de Sérgio Ajzemberg, um dos organizadores do festival de música. “Paulínia não é feita só de fábricas e da refinaria. Ela precisa de alma, os cidadãos precisam se ver em diferentes manifestações”.
Lista completa dos selecionados (com valores da premiação):
Longas de Ficção
1. Febre do Rato, de Cláudio Assis (PE)
2. Meu País, de André Ristum (SP)
3. O Palhaço, de Selton Mello (RJ)
4. Onde Esta a Felicidade ? , de Carlos Alberto Riccelli (SP)
5. Os 3, de Nando Olival (SP)
6. Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra (SP)
Documentários
1. A Cidade de Imã, de Ronaldo German (RJ)
2. A Margem do Xingu, de Damià Puig Auge (SP)
3. Ela Sonhou que Eu Morri, de Matias Bracher Mariani (SP)
4. Ibitipoca, Droba Pra Lá, de Felipe de Barros Scaldini (MG)
5. Rock Brasília – era de ouro, de Vladimir Carvalho (DF)
6. Uma Longa Viagem, de Lúcia Murat (RJ)
Curtas Nacionais
1. A Grande Viagem, de Caroline Fioratti (SP)
2. Acabou-se, de Patricia Baia (CE)
3. Café Turco, de Thiago Luciano (SP)
4. O Cão, de Abel Roland (RS)
5. O Cavalo, de Joana Guttman Mariani (SP)
6. O Pai Daquele Menino, de Lemos Arthuso (SP)
7. Off Making, de Beto Schultz (SP)
8. Polaroid Circus, de Marcos Mello e Jacques Dequeker (RS)
9. Qual Queijo Você Quer?, de Cíntia Domit Bittar (SC)
10. Tela, de Carlos Nader (SP)
11. Trocam-se Bolinhos por Histórias de Vida, de Denise Machi (RS)
12. Uma Primavera, de Gabriela Amaral Almeida (SP)
Curtas Regionais
1. Argentino, de Diego Costa
2. 3x4, de Cauê Nunes
3. Adeus, de Alessandro Barros
PRÊMIOS
O Festival distribuirá, por meio de sua premiação oficial, um total de R$ 800 mil aos vencedores das diversas categorias, como segue:
Filmes de longa-metragem
Melhor Filme ficção: R$ 250 mil
Melhor Documentário: R$ 100 mil
Melhor Diretor ficção: R$ 35 mil
Melhor Diretor Documentário: R$ 35 mil
Melhor Ator: R$ 30 mil
Melhor Atriz: R$ 30 mil
Melhor Ator coadjuvante: R$ 15 mil
Melhor Atriz coadjuvante: R$ 15 mil
Melhor Roteiro: R$ 15 mil
Melhor Fotografia: R$ 15 mil
Melhor Montagem: R$ 15 mil
Melhor Som: R$ 15 mil
Melhor Direção de arte: R$ 15 mil
Melhor Trilha Sonora: R$ 15 mil
Melhor Figurino: R$ 15 mil
Especial Júri: R$ 35 mil
Filmes de curta-metragem - Nacional
Melhor filme: R$ 25 mil
Melhor Direção: R$ 15 mil
Melhor Roteiro: R$ 10 mil
Filme de curta-metragem - Regional
Melhor filme: R$ 25 mil
Melhor Direção: R$ 15 mil
Melhor Roteiro: R$ 10 mil
Prêmios do Júri Popular
Melhor longa ficção: R$ 25 mil
Melhor documentário: R$ 15 mil
Melhor curta metragem nacional: R$ 5 mil
Melhor curta-metragem regional: R$ 5 mil
(Diario de Pernambuco, 03/06/2011)
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