Aretrospectiva Stanley Kubrick promovida pela 4ª Janela Internacional de Cinema traz hoje, às 21h, o clássico Lolita, adaptação feita em 1962 para o famoso romance de Vladimir Nabokov. Se na época as metáforas da aproximação amorosa entre a personagem-título, uma garota de 14 anos, e seu padrasto (James Mason) chocaram setores mais conservadores, à luz da atualidade as mesmas cenas podem soar ingênuas. É importante lembrar que o filme foi realizado na Inglaterra, há 50 anos. De lá para cá, ele se sustenta em dois grandes pilares: a visão ácida de Kubrick sobre a caretice vigilante da sociedade norte-americana - ele acabara de trocar os EUA pela Europa - e a performance dos atores, com destaque para Peter Sellers no papel de Clare Quilty, o jornalista bisbilhoteiro que se disfarça de policial, psicólogo e fiscal da escola para observar e interferir na dinâmica dos protagonistas.
Lolita volta ao Cinema São Luiz em cópia restaurada em digital 2k, oportunidade única para apreciar ao filme com as melhores condições de imagem permitidas pela tecnologia. Após uma série de contratempos, a sala parece estar afinada para os próximos dias. Diretor artístico do Janela, Kleber Mendonça Filho garante que os problemas com a projeção 35mm foram corrigidos e imagem e som estão bem melhores do que no inicio do evento. Como o Diario vem apontando em matérias anteriores, Kleber critica as limitações técnicas do São Luiz, ao mesmo tempo em que reconhece a importância de sua restauração.
“No sábado à noite, na sessão de Laranja mecânica, tivemos uma demonstração do tipo de equipamento moderno que o São Luiz precisa ter o ano inteiro, e não apenas durante o Janela. Do som perfeito via processador especialmente instalado à imagem do projetor, o São Luiz tornou-se uma sala de referência e é assim que ele deve ser sempre. O próprio governo de Pernambuco incentiva o formato digital, mas o São Luiz não está equipado para projetá-los”.
Antes de Lolita, às 18h, o São Luiz será palco de outro momento especial. O programa O Cinema e o Espaço Urbano, com os filmes Quarteto simbólico, de Josias Teófilo; Eiffel, de Luiz Joaquim; Menino Aranha, de Mariana Lacerda; Praça Walt Disney, de Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira; [projetotorresgêmeas], filme coletivo. No Cinema da Fundação, a partir das 15h, três programas trazem uma amostra do que de melhor tem sido feito no formato curta-metragem. Programação completa em www.janeladecinema.com.br.
(Diario de Pernambuco, 08/11/2011)
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