terça-feira, 22 de novembro de 2011

Fascinante técnica de animação



O Recife comporta um novo festival de cinema? Sim, o Brasil Stop Motion. É o primeiro e único evento do país e um dos poucos do mundo dedicado à essa técnica de animação tão antiga quanto o cinema. A programação traz filmes do mundo todo e começa hoje, às 19h30, no Cinema São Luiz, com homenagem ao artista uruguaio Walter Tournier, que vem à cidade apresentar uma mostra de oito curtas. E termina no sábado, com cerimônia de premiação e exibição do curta pernambucano Dia estrelado, de Nara Normande.

“A produção de Pernambuco chegou a um nível de complexidade que se reflete no panorama de eventos. Se por um lado temos grandes festivais como o Cine PE e o Janela Internacional de Cinema, é importante ter espaço para nichos específicos”, diz Paulo Cunha, organizador do festival, ao lado de Ana Farache e Clara Angélica.

Hoje, outra mostra especial traz dois títulos do estúdio polonês Se-Ma-For, duas vezes vencedor do Oscar de melhor curta de animação. Amanhã, é a vez da OQO, da Galícia (Espanha), e do início da mostra competitiva, com 51 animações. Pelo menos um programa, intitulado Narrativas do Medo (na próxima quinta), é proibido para menores. Nele está a animação belga As gêmeas da Rua Sunset, tenebrosa fábula às avessas sobre gente que come criancinhas.

Na quarta, se destacam dois trabalhos do holandês Johan Rijpma. Em Tegels, ele fotografa milhares de lajotas das calçadas para simular movimento. E Tape generations experimenta o mesmo com rolos de fita adesiva. No mesmo programa, Fábio Yamaji (O divino, de repente) apresenta O planeta dos boi-peixes, que com apenas um minuto de duração revisita o clássico Planeta dos macacos.

Na sexta, cinco produções pernambucanas serão exibidas, destaque para o inédito Lol fight, de Alan Tonello, livre apropriação do girl power de Tarantino em Kill Bill. E Brecha, de Júlia Araújo e Nathália D’Emery, uma bem-humorada subversão da sexualidade dos bonecos Barbie e Ken.

Além de Tournier, o Uruguai está representado pela diretora, artista plástica e ilustradora Laura Severi, que, às 10h de hoje, faz palestra na Unicap (Boa Vista).

Com orçamento de R$ 47 mil, é uma façanha um evento render tantas atividades. Patrocinado pelo Funcultura, o Brasil Stop Motion está sendo viabilizado com apenas um terço do montante proposto à Fundarpe. “Como esta é a primeira edição, o orçamento atravessou o teto estabelecido pelo edital”, conta Clara Angélica, que buscou apoio com as prefeituras do Recife e Olinda, além da iniciativa privada.

(Diario de Pernambuco, 22/11/2011)

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