quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Funarte propõe diálogo com gestores e produtores


O presidente da Fundação Nacional de Arte, Sérgio Mamberti, está no Recife desde ontem, onde cumpre agenda de encontros e eventos. Esta é a primeira visita oficial da Funarte à região Nordeste desde que Mamberti assumiu a frente da instituição, em novembro passado. O objetivo é estreitar laços com gestores públicos e atores do campo cultural discutindo as ações da Funarte para os próximos dois anos. Hoje, às 9h30, haverá reunião aberta ao público na sede da Representação Nordeste do Ministério da Cultura (Rua do Bom Jesus, 227 - Bairro do Recife).

Ontem, a agenda da comitiva formada por Mamberti e equipe foi cheia: pela manhã houve reunião a portas fechadas com funcionários do MinC Nordeste. À tarde, eles se reuniram com os secretários de cultura de oito estados e sete capitais do Nordeste. À noite, ele esteve no Teatro de Santa Isabel, no encerramento do Janeiro de Grandes Espetáculos (que este ano recebeu R$ 50 mil em recursos da Funarte), para a entrega do prêmio Apacepe de Teatro e Dança.

"Nesse momento o que nos interessa é ouvir, para que possamos construir nossas políticas com a participação da sociadade ", diz Mamberti. Em conversa com o Diario, ele disse que a principal meta de sua gestão é repensar a Funarte no contexto do século 21. Para tanto, ele renovou completamente a equipe de diretores. O único nome mantido é o de Myriam Lewin, que desde 2003 ocupa o cargo de secretária executiva da instituição. "Queremos trazer de volta a tradição da Funarte na prestação de serviços à cultura brasileira", afirma Mamberti.

Mais do que uma missão de reconhecimento, a presença da Funarte no Nordeste tem a ver com a busca de novas parcerias, articulações e interlocuções, inclusive internas. Tanto que, em breve, o atual representante regional da instituição, Jorge Clésio contará com equipe e escritório próprio, que atenderá no mesmo prédio onde funciona o MinC. "A representação da Funarte é um salto de qualidade que nasceu de uma necessidade de ampliação. Será um novo nívelde inserção, um espaço integrado", descreve Taciana Portela, chefe da representação do MinC-NE. No mesmo local, haverá uma galeria de arte, mantida em parceria com o Centro Cultural Banco do Nordeste.

Por enquanto, este será o único espaço da Funarte no Nordeste, região cuja ausência de equipamentos tem gerado críticas recorrentes. "Somos feios e moramos longe", conclui o produtor cultural Paulo de Castro, em tom de brincadeira. "Sabemos que no Sudeste tem se concentrado a maior parte das atividades da Funarte. Enquanto isso, precisamos de cursos e capacitação, além aparelhagem de som e luz para os teatros, que estão em certa decadência", afirma Castro.

A retomada das câmaras setoriais será outro ponto de pauta. "Mais do que críticas, queremos saber quais são os planos da nova direção da Funarte", diz Marília Rameh, uma das coordenadoras do Movimento Dança Recife, que ainda lembra o longo intervalo em que as câmaras setoriais estiveram suspensas, até serem retomadas no fim do ano passado.

Mamberti, que reservou boa parte de seu dia para dar conta das demandas do setor, adianta que as prioridades para 2009 estão ligadas a formação, circulação e a contribuição da Funarte na efetivação do Plano Nacional de Cultura. "Não temos a pretensão de resolver todos os problemas, mas ao menos queremos que as discussões se institucionalizem", garante.

Nenhum comentário: