sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Estreia // Milk - a voz da igualdade
Aos poucos, o discurso liberal vem ganhando território nos EUA de Obama. Com oito indicações ao Oscar, Milk - a voz da igualdade, que estreia hoje nos cinemas da capital, se destaca pela clareza política e afetiva com que foi construído. Comparado com My own private Idaho (1991), em que River Phoenix e Keanu Reeves vivem um casal perdido em dilemas existenciais, Milk representa uma nova dimensão na obra do diretor.
Até então, Gus Van Sant tratava de personagens marginais, desajustados, e pouco preocupados com o futuro. Desta vez, ele traz um discurso bem mais edificante, ao contar a história real de Harvey Milk (Sean Penn, em grande atuação), precursor do ativismo gay, cuja vida teve um fim tão trágico quanto as óperas que apreciava.
Com exceção de uma ou outra licença poética, Milk em nada se espelha no experimentalismo estético de seus últimos filmes (Elefante e Paranoid Park). Ostentando a linguagem clássica de Hollywood, o filme apresenta de forma lúcida e objetiva, a transformação de um quarentão enrustido pelo receio de perder o emprego, no primeiro político assumidamente gay a ocupar um cargo público nos EUA.
Na onda da paixão pelo jovem Cleve Jones (James Franco), Milk se muda para a ensolarada San Francisco, onde se instalam em The Castro, distrito que até hoje permanece como símbolo de resistência gay. Destratos da vizinhança e casos de opressão policial despertam indignação em Milk, que buscou força para defender a causa evocando dois caros valores americanos: liberdade e esperança.
publicado no Diario de Pernambuco
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