quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Coluna de lançamentos, bastidores e "eu indico" da semana



Hotel Atlântico (Brasil, 2009). De Suzana Amaral. 110 minutos. Lume Filmes.

Sem destino, ator desempregado (Júlio Andrade) viaja de São Paulo para o Sul do país, onde mergulha em contextos inesperados. No caminho, acidenta-se e vive paixão com a filha do médico que o atende (Mariana Ximenes). A liberdade narrativa da diretora de A hora da estrela (1986) representa com propriedade o que há de transitório, absurdo e imprevisível na vida. Também no elenco, Gero Camilo e João Miguel.



A grande virada (The company men, EUA, 2010). De John Wells. 104 minutos. Califórnia Filmes.

O filme explora o drama de executivos que perderam o emprego após o cataclisma econômico de 2008. Ben Affleck é um deles. Mesmo sem renda, ele continua a manter um estilo de vida acima do seu novo padrão de consumo. Com quase 40 anos, percebe que ainda tem o que aprender com o pai marceneiro (Kevin Costner), enquanto seus antigos companheiros de trabalho (Tommy Lee Jones e Chris Cooper) passam por aperto semelhante com suas famílias.



Cópia fiel (Copie Conforme, 2010). De Abbas Kiarostami. 112 minutos. Imovision.

Juliette Binoche e William Shimell passeiam por uma vila da Toscana. Ele é crítico de arte e ela, dona de antiquário, mas suas identidades oscilam. São recém-conhecidos ou casados há 15 anos? Kiarostami não esclarece. Para ele, o que importa é discutir conceitos de originalidade e cópia, arte e vida. Ela procura nele o marido ausente. Ele quer provar sua teoria e entra no papel. Ou algo diferente se articula? Tal é a beleza de uma obra aberta.

Eu indico

Fiquei fascinado pelo filme Soy Cuba, realizado em 1964, com direção do soviético Mikhail Kalatozov. A fotografia P&B, a lente grande angular e os planos-sequência deixam qualquer cinéfilo intrigado. Como, naquela época, os russos revolucionaram a estética cinematográfica? Consegui um DVD do dito cujo e assisiti ao filme repetidas vezes. A megaprodução, que seria a menina dos olhos da propaganda comunista, tranformou-se num grande fracasso cinematográfico. Depois da estreia, o filme foi arquivado e redescoberto em 1990, por Scorsese e Coppola, que trataram de restaurar a obra. Imperdivel!”

Nilton Pereira, cineasta e coordenador da TV Viva

Bastidores

Saindo do forno - O novo curta da Trincheira Filmes, Ela morava na frente do cinema, de Leo Lacca, estreia amanhã no Panorama Coisa de Cinema (Salvador). No mesmo festival está Mens sana in corpore sano, de Juliano Dornelles, que acaba de ganhar Menção Especial no Festival de Locarno, na Suíça. Semana que vem, o curta de Dornelles estará no Festival Internacional de Curtas de São Paulo, com outros pernambucanos: Acercadacana, de Felipe Peres Calheiros, Calma Monga, calma!, de Petrônio de Lorena, Praça Walt Disney, de Renata Pinheiro e Sergio Oliveira, e o inédito Corpo presente, de Marcelo Pedroso.

Canadá - Os brasileiros 360º, de Fernando Meirelles; Heleno, de José Henrique Fonseca; O abismo prateado, de Karïm Ainouz; e Girimunho, de Helvécio Marins e Clarisse Campolina,, foram selecionados para o Festival de Toronto.

Crítica - Estão abertas as inscrições para a Janela Crítica, oportunidade para quem gosta de cinema exercitar o pensamento. Ministrada pelo jornalista Luiz Joaquim, a oficina terá como objeto de análise os filmes programados pela 4ª Janela Internacional de Cinema do Recife, que se realiza entre 4 e 13 de novembro. Para participar, basta enviar texto de até 2.500 caracteres sobre qualquer filme para o e-mail janelacritica@janeladecinema.com.br. Os selecionados integrarão o júri da crítica do festival.

Imaginário - O cineclube Curta Doze e Meia apresenta hoje os títulos Santa Helena em Os phantasmas da botija, de Petrônio de Lorena e Tiago Scorza; Pajerama, de Leonardo Cadaval; A menina do algodão, de Daniel Bandeira e Kleber Mendonça Filho; e A árvore da miséria, de Marcus Vilar. Após a exibição, o diretor Daniel Bandeira fala com o público. Às 12h30, no Centro Cultural Correios (Recife Antigo). Gratuito.

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