sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Entrevista // Leandro Luigi Del Manto: "Sempre vale a pena investir em talentos nacionais"
Ele comanda o setor de quadrinhos da editora paulista Devir há seis anos, mas desde 1987 atua diretamente no mercado. De forma que Leandro Luigi Del Manto é o nome por trás de alguns dos melhores títulos dos quadrinhos nacionais dos últimos tempos, como as obras dos premiados irmãos gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá. Em entrevista ao Diario, ele diz porque, apesar dos obstáculos que possivelmente surgirão em 2009, o quadrinho nacional tem muito o que comemorar.
Numa perspectiva mercadológica, o que há para comemorar no dia do quadrinho nacional?
Podemos comemorar o número grande de conquistas das HQs brasileiras em território nacional e no exterior em 2008. Devemos aplaudir todos os lançamentos de autores brasileiros e o destaque que receberam lá fora, seja com suas próprias obras, como os gêmeos Gabriel Bá e Fabio Moon, ou desenhando para editoras do mainstream americano, como os talentosos Ivan Reis e Renato Guedes.
Nos últimos anos, a Devir tem investido em alguns títulos nacionais. Vale a pena?
Sempre vale a pena investir em talentos nacionais, mas em 2008 a imprensa deu muito destaque à produção nacional, o que certamente impulsionou o interesse dos leitores por essas obras . A Devir tem em seu catálogo autores já consagrados no mercado de tiras diárias de jornais, como Fernando Gonsales, Laerte e Angeli, entre outros. No entanto, o grande número de lançamentos nacionais por tantas editoras que entraram no mercado em 2008, fez com que segurássemos alguns projetos.
Após um ano de euforia, há quem defenda que 2009 será um ano complicado para o mercado nacional. Você concorda?
Acho que será um ano difícil, sim. Embora em 2008 tenhamos visto muitos lançamentos nacionais, alguns foram feitos de maneira não muito séria por editoras pequenas que se aventuraram num mercado extremamente competitivo. Então, o final de 2008 foi um momento de todos colocarem os pés no chão e fazer as contas na ponta do lápis. Assim, quando começamos o ano em plena crise econômica mundial, dizer que 2009 será um mar de rosas seria um ato de inconsequência. Devemos ter consciência de que, independentemente da qualidade ou da autoria, as HQs são entretenimento. Por causa disso, nesse momento de controlar custos e fazer cortes orçamentários, a primeira coisa que as pessoas deixam de comprar é tudo aquilo que não é essencial. Assim, creio que as editoras terão de ser mais dinâmicas e criativas com seus lançamentos para chamar a atenção de seus leitores.
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