quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um brinde ao que interessa



Lars Von Trier, Terrence Malick, Pedro Almodóvar. 2011 foi um belo ano para o cinema. A partir de amanhã, a Expectativa / Retrospectiva promovida pelo Cinema da Fundação passa a limpo o que de melhor esteve em cartaz e antecipa filmes inéditos na cidade, ou no Brasil. A combinação é poderosa. São 15 dias de evento, quase 40 filmes, entre longas e curtas. Algumas sessões são mais imperdíveis do que outras, por exemplo, a do novo Eduardo Coutinho, As canções. Ou a de três recentes provas de renovação criativa no cinema brasileiro, que tiveram boa circulação em festivais internacional: o paulista Trabalhar cansa e os mineiros Os residentes e O céu sobre os ombros.

“A essência do evento é chamar atenção para o que virá e o para o que passou de bom durante o ano. É mais uma oportunidade para ver ou rever filmes que valem a pena”, explica Luiz Joaquim, que divide com Kleber Mendonça Filho o ofício de programar o Cinema da Fundação. Ele conta que o evento começou em 1998, no início da atual gestão da sala. “Era somente retrospectiva, com 14 filmes. Em 1999, foram 24. Em 2000, começamos a trazer filmes que iriam estrear . Em 2001, mais da metade era novidade”. Dos longas deste ano, 19 são inéditos e 11 já foram vistos na cidade. Melancolia, de Trier, é o filme mais visto do ano no Cinema da Fundação.

Amanhã, são três bons motivos para ir ao cinema: Meia-noite em Paris, o maior sucesso de Woody Allen no Brasil; o iraniano Isto não é um filme, feito durante a prisão domiciliar de Jafar Panahi, um manifesto metalinguístico sobre liberdade e também uma aula de cinema; e Triângulo amoroso, novo longa de Tom Tykwer, que em 1998 renovou o cinema alemão com Lola rennt (Corra, Lola, corra).

Dos diretores de outros estados, apenas Sérgio Borges (O céu sobre os ombros) estará presente. Coutinho foi convidado, mas a sessão coincide com a estreia de As canções, no Rio e São Paulo. Fica para a próxima. Dos realizadores locais, apenas Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira (Praça Walt Disney) não estarão, pois viajam para o Festival de Havana. O curta será exibido na quinta-feira, dia 8, junto com Ela morava na frente do cinema, de Leonardo Lacca e [projetotorresgemeas], de autoria coletiva. A primeira leva de pernambucanos virá na terça-feira (6): Di Melo - o imorrível, de Alan Oliveira e Rubens Pássaro; Corpo presente, de Marcelo Pedroso; e Mens sana in corpore sano, de Juliano Dornelles.

Mas o que une obras tão díspares como os hollywoodianos Super 8 e Planeta dos macacos, com o drama alemão sobre integrantes do grupo de Baader Meinhof, Se não nós quem?, videoclipes do R.E.M., e os recentes curtas locais? Joaquim explica que o critério é o respeito à diversidade do cinema. “Se for interessante, a gente coloca”.

Programa

sexta, 2 dez
17h30 - Meia-noite em Paris
19h30 - Isto não é um filme
21h10 - Triângulo amoroso

sábado, 3 dez
17h - A árvore da vida
19h50 - O porto
21h40 - Amores imaginários

domingo, 4 dez
16h20 - Late bloomers: o amor não tem fim
18h20 - Se não nós, quem?
20h50 - Isto não é um filme

segunda, 5 dez
17h - Medianeras
19h - Hermilo no Grande Teatro do Mundo
21h - Melancolia

terça, 6 dez
17h - Amores Imaginários
19h - O planeta dos macacos
21h - Curtas PE 1 (debate)

quarta, 7 dez
17h10 - R.E.M
18h50 - Super 8
21h - Balada do amor e do ódio

quinta, 8 dez
16h30 - O porto
18h30 - Trabalhar cansa
20h30 - Curtas PE 2 (debate)

sexta, 9 dez
15h50 - Balada do amor e do ódio
18h - Super 8
20h10 - O último dançarino

sábado, 10 dez
16h40 - Criança da meia-noite
18h50 - As canções
20h40 - O porto

domingo, 11 dez
16h - Caminho para o nada
18h20 - Adeus o primeiro amor
20h30 - As canções

segunda, 12 dez
15h50 - Lola
18h10 - Uma doce mentira
20h20 - A criança da meia-noite

terça, 13 dez
18h40 - Mulher à tarde
20h30 - O céu sobre os ombros

quarta, 14 dez
17h10 - Melancolia
19h40 - Trabalhar cansa

quinta, 15 dez
17h20 - Árvore da vida
20h - Porta a porta (debate)

sexta, 16 dez
16h20 - Medianeras
18h10 - A pele que habito
20h30 - Conto chinês

sábado, 17 dez
17h10 - Conto chinês
19h - O moinho e a cruz
20h50 - Isto não é um filme

(Diario de Pernambuco, 01/12/2011)

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