Eles já cantaram, gravaram, fizeram participações em apresentações um do outro. Mas um show inteiro, só para os dois, é a primeira vez. Hoje e amanhã, Alaíde Costa e Gonzaga Leal cantam juntos novamente. O motivo é festivo: comemorar o aniversário dos dois, sagitarianos. Gonzaga é de 1º de dezembro e Alaíde nasceu no dia 8. Juntos, prepararam o show Porcelana, uma viagem pelo cancioneiro nacional, de Dolores Duran a Tom Jobim e Chico Buarque, de Johnny Alf a Zé Miguel Wisnick. Será na Casa de Seu Jorge (Encruzilhada), às 21h.
Os dois intérpretes cultivam admiração mútua. “Alaíde é minha amiga há 20 anos. Meu pai, que era fã dela, me apresentou. Fui me afeiçoando ao repertório, principalmente através de Cida Moreira”, conta Gonzaga. “Ela, como Marlene, são duas cantoras decisivas na minha formação musical. Até porque são mais intérpretes do que cantoras, no sentido de entender o canto, de se apropriar do texto para fazer a canção”.
A preparação para o show que nasce hoje vem de cinco anos atrás, quando Alaíde esteve no Recife pela última vez. “Pensamos em comemorar nossos aniversários, no Recife ou São Paulo. Decidimos que seria aqui. Queremos viajar e gravar um álbum em cima desse repertório”. Gonzaga e Alaíde se apresentam com banda de três músicos: Alex Sobreira (violão, arranjos e direção musical), Adilson Bandeira (sax e clarinete) e Tomás Melo (percussão).
Entre os momentos especiais do reencontro, está Estrada do Sertão, composição de João Pernambuco e Hermínio Belo de Carvalho, que será cantada em dueto. “Quando comecei minha carreira queria gravar Estrada do Sertão, mas descobri que Alaíde já a havia gravado. Quando ouvi a música, desisti”, diz Gonzaga. Agora, o círculo se fecha.
A intensidade de Alaíde no palco se aproxima não só de Dolores Duran e Elizeth Cardoso, como com divas da música negra norte-americana. “Gosto muito de Sarah Vaughan e Billie Holiday, mas se há uma ligação, é intuitiva, não consciente”. Das novas vozes da MPB, prefere não emitir opinião. “Nem sempre sei quem está cantando. Na época em que comecei, dava para identificar imediatamente. Agora ficou meio difícil”.
(Diario de Pernambuco, 03/12/2011)
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