sábado, 25 de setembro de 2010

Concurso Rucker Vieira apresenta as crias


Cena de Aeroporto, de Marcelo Pedroso

Com o fim do governo Lula batendo à porta, o lançamento da sétima edição do Concurso Rucker Vieira ganhou status de balanço de gestão. Criado em 2003 e aperfeiçoado nos anos seguintes, o último edital atraiu 85 projetos de todas as regiões do Brasil, um recorde em sua história. Para comemorar, a Massangana Multimídia, produtora audivisual da Fundação Joaquim Nabuco e responsável pelo concurso, reuniu os nove curtas realizados nesse período no DVD Coleção Rucker Vieira Vol. 1, que será lançado hoje, às 16h, no Cinema da Fundação (Derby).

O evento inclui a estreia dos documentários Aeroporto (PE), de Marcelo Pedroso, e Minha vida não é um romance (RS), de Tatiana Sager e André Martinez, selecionados em 2009, além do anúncio dos novos roteiros contemplados com R$ 80 mil cada.

Diretor de KFZ-1348 (2008), Pedroso constroi Aeroporto a partir de fotografias e relatos de viagem, uma apropriaçãode imagens alheias já encontrado em Pacific (2009). O resultado, no entanto, é completamente outro. Primeiro, pela leveza e poesia resultante da montagem de André Antônio, sincronizada ao som de Rafael Travassos e à trilha sonora de Carlos Montenegro e Cláudio N. Depois, porque Pedroso investe em um novo conceito. "Quis ocultar alguns processos propositadamente, fazer um filme aberto, que pode ser uma grande fabulação. A criação de regras para se relacionar com o real pode restringir o sentido dos filmes. Acho que estamos vivendo um momento do documentário brasileiro em que os dispositivos não precisam mais serem explicitados".

A utilização de fotos e vídeos é a forma do diretor adentrar na subjetividade das pessoas e ao mesmo tempo se confrontar com o que há de inesperado na realidade - e recriá-lo na mesa de edição. "Busco por formas de se relacionar com o outro. Como a produção de imagens já faz parte da vivência das pessoas, através desse material posso chegar ao seu imaginário de outra forma que não a entrevista". A estratégia, no entanto, deve ficar por aqui. Em seus próximos filmes, Pedroso inicia nova investigação de linguagem. No domingo, ele começa a rodar um curta de ficção ainda sem nome, aprovado pela Petrobras, e ano que vem o doc Câmara escura, via edital Ary Severo.


Curta gaúcho Minha vida não é um romance, de Tatiana Sager e André Martinez

Produzido pela Panda Filmes, Minha vida não é um romance apresenta Janete Oliveira Silva, 51 anos, mãe de quatro filhos, atriz de teatro e prostituta aposentada. A personalidade expansiva, mais o fato de ser fundadora do Núcleo de Estudos da Prostituição no RS, militância na qual chegou a se candidatar a vereadora em Porto Alegre, despertou em Tatiana a vontade de realizar o filme. "Ela tem histórias marcantes, de mulher batalhadora, que passou por situações como o assassinato do pai, as desavenças com a mãe, o envolvimento com política estudantil e com o meio cultural dos anos 1980, que era muito forte no Rio Grande do Sul", diz a realizadora, que tem planos para estender o projeto em longa-metragem. "Ele está bem resolvido no formato curta, mas ainda temos muito material sobre o assunto".

Filmes que integram o DVD
Recife 3X4, de Janaina Freire
Gangarras do Bandeira, de Cátia Oliveira
Quando a maré encher, de Oscar Malta
Árvore sagrada, de Cléa Lúcia
O artesão dos sonhos, de Paulo Hermida
Verde terra prometida, de Cláudia Kahwage
Vigias, de Marcelo Lordello
Janela Molhada, de Marcos Enrique Lopes
As aventuras de Paulo Bruscky, de Gabriel Mascaro



(Diario de Pernambuco, 25/09/10)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Play The Movie promove cinema com trilha sonora ao vivo



De segunda (20) a quinta (23), a Mostra Play The Movie do Festival No Ar: Coquetel Molotov leva onze filmes ao Cinema Apolo. A programação é heterogênea a ponto de reunir Raul Seixas, Genival Lacerda, Bruce Lee, Dolores Duran, rock gaúcho e hip hop. Em comum, estão o fato de serem produções independentes ou indisponíveis no país e de se relacionarem com a cultura da música. Com exceção de Do Morro? (2010), de Mykaela Plotkin e Rafael Montenegro, todos são inéditos no Recife - alguns até mesmo no Nordeste.

Cada noite conta com três sessões gratuitas, sendo a última um cineconcerto, em que uma banda ou DJ executa a música ao vivo, assim como eram exibidos os filmes no tempo do cinema mudo. Emicida e Mad Professor, duas das principais atrações do festival, participam dos filmes de hoje (segunda), os documentários Freestyle: Uma forma de vida e Dub Echoes. Operação dragão, com Bruce Lee, será musicado por Adis Abbeba Dub Orchestra, de Olinda. "A ideia é que os filmes dialoguem com o restante programação, para que funcionem como um aquecimento para os shows", diz Jarmeson de Lima, um dos organizadores do festival e curador da mostra.

Amanhã (terça), Cantoras do Rádio trata da Era de Ouro do rádio a partir do espetáculo Estão voltando as flores e Moleques maravilhosos resgata os primeiros anos de Raul Seixas através de depoimentos de pessoas que conviveram com o artista na Bahia, como Thildo Gama, com quem montou Os Relâmpagos do Rock, sua primeira banda.

Na sequência, a banda Anjo Gabriel toca sobre imagens do mitológico Lucifer rising, de Kenneth Anger. "Esse diretor acompanhou vários roqueiros da época, inclusive a primeira trilha sonora deste filme foi feita por Jimmy Page, mas não entrou no filme porque eles brigaram. E tem uma outra trilha que foi feita por Mick Jagger", disse André Sette, tecladista da banda, que na sexta-feira esteve na redação do Diario para um bate-papo do portal Pernambuco.com. O vocalista Marco da Lata adianta que o show será de músicas do segundo disco, que será gravado antes da apresentação.

Programação

Hoje
18h - Freestyle: Uma forma de vida (2008), de Pedro Gomes
18h50 - Dub Echoes (2008), de Bruno Natal
20h30 - Cine-concerto: Adis Abbeba Dub (PE)
Filme: Operação dragão (1973), de Robert Clouse

Amanhã
18h - Cantoras do Rádio (2009), de Cristiano Xavier de Oliveira
19h30 - Moleques maravilhosos (2010), de Cristiano Bastos e Pedro Hahn
20h30 - Cine-concerto: Anjo Gabriel (PE)
Filme: Lucifer rising (1972), de Kenneth Anger

Quarta
18h00 - O rei da munganga (2008), de Carolina Paiva
19h10 - Do Morro? (2010), de Mykaela Plotkin e Rafael Montenegro
19h30 - Brega S/A (2009), de Vladimir Cunha
20h30 - DJ Set: Patrick Tor4 (SE/PA)

Quinta
18h - Profissão Roadie (2010), de Gabriel Câmara e Gilmar R. Silva
19h - Bitols (2010), de André Arieta

Serviço
Mostra Play The Movie
Onde: Cinema Apolo (Rua do Apolo, 121 - Recife Antigo)
Quando: De hoje a quinta-feira
Quanto: Entrada franca
Informações: 3355-3118

(Diario de Pernambuco, 20/09/2010)

sábado, 18 de setembro de 2010

It's a pleasure, Charlie Brown



O prazer de ler as primeiras tirinhas de Charles Schulz é bem próximo a ouvir o piano jazz a que seu desenho animado ficou associado.

Nos anos 1950, seus personagens são pouco mais do que bebês e já compartilham a mistura fina de pureza, melancolia e sofisticação.

Em Peanuts Completo: 1955 a 1956 (L&PM, R$ 68), Chiqueirinho e Linus ganham personalidade, enquanto Snoopy encontra novas formas de conseguir comida e praticar imitações engraçadas.

Abre o volume texto confessional de Matt Groening, criador dos Simpsons, sobre o dia em que ele conheceu o mestre Schulz.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Coluna Lançamentos / Bastidores / Eu indico e Ranking da semana

Lançamentos DVD



Haneke 1 - Na Alemanha dos anos 1910, acidentes perversos ocorrem numa vila perdida na neve. Enquanto procuram os autores, famílias vivem amparadas e justificam atitudes severas com o discurso cristão. Adultos aplicam castigos corporais em crianças e o barão, dono das terras, trata agricultores com mão de ferro. Narrado em primeira pessoa, o filme não apresenta apenas o embrião do nazismo, prestes a dominar a Europa, mas o da violência na qual se dão as relações de domínio e submissão.

A fita branca (Das weisse band, Alemanha, 2009). De Michael Haneke. 145 minutos. Imovision.



Haneke 2 - Nesta adaptação do romance inacabado de Kafka, compartilhamos da angústia do agrimensor "K", que não consegue acesso aos mestres do castelo para o qual trabalha. Restrito à aldeia, descobre através de intermediários que seus serviços não são realmente necessários, mas questões burocráticas e o frio do inverno o prendem ali. Entre a compreensão das mulheres e a incompetência dos auxiliares, o personagem patina em situações sádicas e punitivas.

O castelo (Das Schloss, Alemanha, 1998). De Michael Haneke. Lume Filmes. 123 minutos.



Barroco - Em 1642, o pintor holandês Rembrandt criou A ronda da noite, uma de suas telas mais famosas. Para narrar o contexto em que foi criada, Peter Greenaway bebe nesta e outras obras e realizou um filme erudito, teatral, com luz que remete a quadros da época e música, muita música. Rico e socialmente reconhecido, Rembrandt (Martin Freeman) denunciou em tela a hipocrisia e a atitude criminosa de seus novos clientes, a milícia de Amsterdã.

Ronda noturna (Nightwatching, Inglaterra, 2007). De Peter Greenaway. 125 minutos. Europa Filmes.



Herói - Reencontramos Tony Stark (Robert Downey Jr.), reconhecido como Homem de Ferro, de volta ao comando da corporação. O problema agora é conter a sanha governamental, que o pressiona a entregar a tecnologia da armadura. Em busca de vingança, o russo Vanko (Mickey Rourke) se alia ao concorrente de Stark, o senhor da guerra Hammer (Sam Rockwell). O mocinho Tenente Rodhes (Don Cheadle) apoia Stark como War Machine, assim como a ruiva Natasha Romanov (Scarlett Johansson) e seu infalível jogo de pernas.

Homem de Ferro 2 (Iron Man 2, EUA, 2010). De Jon Favreau. 124 minutos. Paramount.

Bastidores

A partir do dia 20, a Fundarpe lança a segunda etapa do Funcultura 2010, exclusivo para o audiovisual. Serão R$ 8 milhões destinados ao setor, um terço a mais do que o último.

Rastros de ódio (1956), de John Ford, é o filme do mês do projeto Psicanálise & Cinema. Promovido pela Sociedade Psicanalítica do Recife. No filme, militar veterano procura sobrinha caçula, raptada por índios que mataram o restante da família. Após a projeção haverá debate. Sessão será no sábado, às 16h, na Praça Osvaldo Cruz, 393 (Boa Vista). Ingressos custam R$ 10.

Sete filmes pernambucanos foram selecionados para a Mostra Visões Periféricas, promovida pela Oi Futuro, de 15 a 24 de outubro, no Rio de Janeiro. São eles: Do morro?, de Mykaela Plotkin e Rafael Montenegro; Peixe pequeno, de Vincent Carelli e Altair Paixão; Kátpyro Sujareni, de Kamikia Ksedje e Wintí Suyá; Limousine pernambucana, de Marcelo Valle, Nossa história, nossa gente, do Quilombo de Contedas e as animações Mundo mudo, de Marcio Vieira e Cego encanto, da Buriti Filmes.

A Agência Nacional do Cinema - Ancine divulga hoje o resultado das Linhas C (direitos de distribuição de longas) e D (comercialização de longas) do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A ideia é estimular as distribuidoras independentes a ter o filme nacional como principal produto. As duas linhas somam R$ 25 milhões em recursos.

Eu indico

"Acho fantástico o filme Petit a petit (1971), do diretor francês Jean Rouch. Adoro o estilo do diretor e sua câmera. O filme é muito bem-humorado e conta a história de um nigeriano rico (Moustapha Alassane), que vai a Paris aprender a construir edifícios. Ele se envolve com a cidade e decide fazer um estudo etnográfico do parisiense, uma viagem profunda e divertida na capital francesa. Atores, não-atores e moradores da cidade são os personagens."

Kilian Glasner, artista visual

Ranking - Mais compradas
Todo poderoso - 100 anos de Timão (Brasil, 2010), de Adair Ricardo
Chico Xavier (Brasil, 2010), de Daniel Filho
Sempre ao seu lado (EUA, 2009), de Lasse Hallstrom
Trilogia do homem sem nome (Italia, 1964-66), de Sergio Leone
Fúria de Titãs (Clash of titans, EUA, 2010), de Louis Leterrier
Noites de Cabíria (Italia, 1958), de Federico Fellini
Percy Jackson e o Ladrão de Raios (EUA, 2010), de Chris Columbus
Ensina-me a viver (EUA, 1971), de Hal Ashby
Mary and Max (Australia, 2009), de Adam Elliot.
Amor sem escalas (Up in the air, EUA, 2009), de Jason Reitman.

Fonte: www.livrariacultura.com.br

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Os Mumin chegam ao Brasil



A Conrad lança o primeiro volume de Mumin (96 páginas, R$ 37,90), versão fofa para os "trolls", que mais parecem hipopótamos.

Pela primeira vez no Brasil, podemos descobrir este universo original que acaba de ganhar versão para cinema stop-motion e música da islandesa Björk.

No campo, onde levam vida saudável às vezes ameaçada por angústias da existência, a família Mumin convive com demais seres estranhos e infantis.

Criados nos anos 1940 finlandesa Tove Jansson como releitura da mitologia escandinava, eles são sucesso na Europa, Japão e foram traduzidos em 30 idiomas. No total, são dez volumes de tirinhas, publicados ao longo de quatro décadas.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Coluna Lançamentos / Bastidores / Eu indico e Ranking da semana

Lançamentos DVD



Peckinpah 1 - A violência provocada por sistemas de poder é tema recorrente na obra de Peckimpah. Nos EUA do fim do século 19, a amizade entre Pat Garrett (James Coburn) e Billy The Kid (Kris Kristofferson) está abalada pela ação de grandes proprietários, que "limpam" os pequenos da região, amparados pela lei. Billy mantém o espírito rebelde, mas Garrett é nomeado xerife e precisa banir - ou matar - o antigo parceiro. Kid sorri, vívido. Garrett, mórbido, ciente de que caminha pela própria ruína. Trilha sonora de Bob Dylan, que também atua como um aliado misterioso de Kid.
Pat Garret & Billy The Kid (EUA, 1973). De Sam Peckimpah. 122 minutos. Lume Filmes.



Peckinpah 2 - Pouco conhecido, este é o mais pessoal dos filmes de Peckinpah. Nele assistimos à decadência de Benny (Warren Oates), músico de bar contratado para matar um aventureiro que engravidou a filha adolescente de um coronel mexicano. Para Benny, é a oportunidade de mudar de vida e casar com Elita, prostituta por quem está apaixonado. Mas, uma vez embrutecido, como poderia sonhar? Tequila, sangue e vingança escorrem aos litros, na medida em que o anti-herói se percebe peixe pequeno em jogo de tubarões.
Tragam-me a cabeça de Alfredo Garcia (EUA, 1974). De Sam Peckinpah. 112 minutos. Lume Filmes.



Peckinpah 3 - Apesar de se passar em outras épocas que não a do velho oeste norte-americano, os filmes de Peckimpah mantêm a estrutura western. A ação de Assassinos de elite se passa entre mercenários secretamente contratados pela CIA para fazer serviços sujos. Durante um trabalho, Mike (James Caan) é traído por George (Robert Duvall). Chamado para uma nova missão, Mike prepara vingança contra o verdadeiro mandatário. Não é uma obra-prima como os dois filmes acima, mas traz boas performances de Caan e Duvall, em alta pela atuação em O Poderoso Chefão 1 e 2.
Assassinos de elite (EUA, 1975) De Sam Peckinpah. 122 minutos. Lume Filmes.



Deslocamento - O prodígio da internet Leo (Gael Garcia Bernal) e a médica Elle (Michelle Williams) seriam o protótipo do casal bem-sucedido se conseguissem ficar mais vezes sob o mesmo teto. A ausência é tanta que a filha deles é criada pela empregada filipina. Em negócios na Tailândia, Leo se depara com o vazio da vida. Boa metáfora para o sentimento de personagens que, apesar do contraste social, amargam o deslocamento afetivo da vida moderna. Belo filme.
Corações em conflito (Suécia, Dinamarca, Alemanha, 2009). De Lukas Moodyson. 120 minutos.Califórnia.

Bastidores

O Eco Cine Noronha está com inscrições abertas para filmes de curta e média-metragem produzidos a partir de 2008. O prazo é 25 de setembro. O festival será de 18 a 23 de outubro, em Fernando de Noronha, e 28 e 29 de outubro, no Recife. Ficha de inscrição no site.

Até 20 de outubro estão abertas as inscrições para a terceira edição da oficina Janela Crítica, destinada a jovens com interesse em escrever sobre cinema. Ministradas pelo crítico Luiz Joaquim, as aulas acontecem durante o Janela Internacional de Cinema do Recife, que este ano será entre 12 a 21 de novembro, nos Cinemas da Fundação e São Luiz.

A Mostra Play The Movie do Festival No Ar Coquetel Molotov será de 20 a 23 de setembro, no Cinema Apolo, com nove filmes, seis inéditos no Recife. As bandas Adis Abeba Dub e Anjo Gabriel (foto) farão cineconcertos nos dois primeiros dias, como trilha ao vivo para os filmes Operação Dragão e Lucifer Rising. No terceiro dia do festival, o DJ Patrick Tor4 faz discotecagem após Brega S/A. Outros destaques são o documentário O rei da munganga, de Carolina Pires, sobre Genival Lacerda, e Freestyle: Um estilo de vida, de Pedro Gomes, sobre batalhas de DJs e MCs.

Vinte e três longas se inscreveram para a seleção do filme brasileiro que poderá concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2011. Entre eles estão As melhores coisas do mundo, Bróder, 5xfavela, Chico Xavier, É proibido fumar, Hotel Atlântico, Lula, o filho do Brasil, Nosso lar, Olhos azuis, O bem amado, Os Inquilinos, Quincas Berro D'água e Sonhos roubados. O resultado será anunciado em 23 de setembro. Até dia 20, o público pode escolher seu filme preferido, através do site do Ministério da Cultura.

Eu indico



Gosto muito de Depois da vida (Afterlife, Japão, 1999), de Hirokazu Kore-Eda. De como este filme me faz refletir no que é mais importante na vida. É um filme oposto ao qual estamos acostumados a ver sobre a vida após a morte. As referências cotidianas que o diretor traz e o uso da metalinguagem são incríveis.

Shima, artista visual

Ranking Mais locados

Zona verde (Green zone, EUA, 2009), de Paul Greengrass
Um sonho possível (The blind side, EUA, 2010), de John Lee Hancock
Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, EUA, 2010), de Tim Burton
Ilha do medo (Shutter island, EUA, 2010), de Martin Scorsese
Chico Xavier (Brasil, 2010), de Daniel Filho
Simplesmente complicado (It´s complicated, EUA, 2010), de Nancy Myers
O amor acontece (Love happens, EUA, 2010), de Brandon Camp
O livro de Eli (The book of Eli, EUA, 2010), de Albert e Allen Hugues
Entre irmãos (Brothers, EUA, 2010), de Jim Sheridan
Fúria de Titãs (Clash of titans, EUA, 2010), de Louis Leterrier

Fonte: www.blockbuster.com.br

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O Astronauta de Mutarelli



Lourenço Mutarelli está de volta às histórias em quadrinhos. Se não como desenhista, como criador e protagonista de O Astronauta ou livre associação de um homem no espaço.

"A Terra, apesar do nome, não é o solo plano que nos sustenta. Vistam seus capacetes! Porque estamos, e sempre estivamos, no espaço", conclama o escritor.

Editado pela Zarabatana Books (52 páginas, R$ 33), o álbum é fruto dos esforços de Mutarelli, o fotógrafo Flávio Moraes e os desenhistas Fernando Saiki e Olavo Costa.

O primeiro escreveu o conto original e serviu de ator para as fotos de Moraes, que teve a ideia de realizar o projeto. Baseados nesse material, Saiki e Costa desenvolveram toda a parte gráfica, do storyboard, design gráfico, à arte final.





Imagens intercalam sua viagem subjetiva com a realidade do apartamento em que vive, em São Paulo. Enquanto repassa a história da conquista espacial, o explorador cósmico atende o telefone.

Mas o que é o telemarketing, comparado à astronomia? Constata ele: "2001, uma odisseia no espaço. 2010, continuamos aqui".

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Coluna Lançamentos / Bastidores / Eu indico da semana



Oscarizado - Por 20 anos, um mistério roubou a atenção do oficial de justiça Benjamin Esposito (Ricardo Darín). Aposentado, ele decide "voltar ao caso", desta vez para escrever um livro de memórias enquanto o passado de organiza em flashback. Formado na escola do cinema e TV norte-americanos, Campanella escreve e conduz um filme que se movimenta sem culpa pela linguagem do cinema norte-americano, cujo auge é um monumental plano-sequência num estádio de futebol, mas que já se revela na presença de um serial killer, tribunal, perseguições, diálogos ágeis e, acima de tudo, uma história de amor.
O segredo dos seus olhos (El Secreto de Sus Ojos, Argentina, 2009). De Juan Campanella. 90 min. Europa.



Hollywood - O produtor Ben (Robert DeNiro) luta para que seu novo filme, estrelado por Sean Penn, seja aceito pelos chefões do estúdio e possa estrear em Cannes sem cortes ou interferência dos marqueteiros. Em crise com a filha e as ex-esposas, ele ainda precisa amargar a rejeição do público do teste de audiência. Mediar egos é sua especialidade: do autor do roteiro, atores e patrocinadores. Participações especiais de John Turturro, Stanley Tucci e Bruce Willis despertam a curiosidade, mas não fazem deste "bastidores de Hollywood" um filme menos estranho.
Fora de Controle (What just happened, EUA, 2008). De Barry Levinson. California.



Waal - Controverso personagem de si, Paulo Francis considerava a si um dos últimos dinossauros a emitir opinião. De cara, o filme de Hoineff o mostra em 1971, na intimidade de seu apartamento, com a esposa Sônia, rodeado por gatos e nos bastidores dos programas onde xingava telefonistas e cantava marchas de carnaval. Hoineff era amigo de Francis, mas nada de dourar a pílula: da briga com Caio Túlio Costa, da Folha de São Paulo, ao episódio em que critica o Nordeste para atingir o então ministro Gustavo Krauze. Entre os depoimentos estão os de Ruy Castro, Fernanda Montenegro e FHC.
Caro Francis (Brasil, 2010). De Nelson Hoineff. 95 minutos. Imovision

Bastidores

Janela molhada, de Marcos Enrique Lopes, Recife frio, de Kleber Mendonça Filho e Faço de mim o que quero, de Sérgio Oliveira e Petronio Lorena foram premiados no 21º Kinoforum - Festival Internacional de Curtas de São Paulo. Os dois primeiros foram eleitos pelo público do festival. O último ganhou menção honrosa da ABD.

Janela molhada, sobre o pioneiro do cinema pernambucano Ugo Falangola, também está pré-selecionado para o festival de Clermont-Ferrand, em fevereiro, na França. Além disso, o Canal Brasil veicula este mês chamada de dez segundos com imagens do filme.

Entre obras do mundo todo, participam da Mostra Internacional do Primeiro Filme, em Timbaúba, À felicidade, de Carlos Nigro, 1:21, de Adriana Câmara, Retratos, de Leo Tabosa e Rafael Negrão, Mamulengo Risos do Povo, de Vilma Nascimento, Olê Larinha, de Everaldo Costa, Matriuska, de Pablo Polo, O triunfo, de Geórgia Alves e Retinianas, de Luís H. Leal. O festival será em outubro.

O livro O novo ciclo de cinema em Pernambuco: a questão do estilo, de Amanda Mansur, está com a primeira tiragem (300 cópias) esgotada. Segundo a autora, a editora da UFPE roda mais 200.

O Projeto Cine Anima Itinerante abre turma para curso de animação cinematográfica em Olinda. Voltadas para jovens da rede pública de ensino, as aulas serão na Biblioteca Pública de Olinda (Carmo). Matrícula na Secretaria de Patrimônio e Cultura de Olinda. Informações: 3439-1988 e 3305-1157.

Eu indico



Eu indico O fantasma da liberdade, de Luis Buñuel. É um filme que caminha com passos oníricos de realidade ampliada. Cinema é outrar-se, é olhar-se num espelho de cem olhos, cinema é ruptura, transcendência, cinema é abismo, é sangrar luz, cinema é Godard, é novo, transformação, é Fellini, Glauber, Bergman, Truffaut, Kiarostami, Saraceni, Kurosawa, Herzog. Cinema é música, liberdade, cinema é nada, árdua tarefa de indicar um dentre tantos filmes que se misturam as nossas vidas, são incorporados e se arvoram em nós como poemas de carne.

Iezu Kaeru, artista multimídia

(Diario de Pernambuco, 02/09/2010)